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      Início Reportagem Covid-19: Autoridades de Macau celebram 352 dias sem casos com simulacro

      Covid-19: Autoridades de Macau celebram 352 dias sem casos com simulacro

      Polícia, bombeiros, médicos, enfermeiros e muitos mais profissionais, reuniram-se ontem num simulacro em Coloane. A ideia foi testar as autoridades num local, para já seguro, mas de alta densidade populacional.

      Fotografia de Gonçalo Lobo Pinheiro

      352 dias consecutivos sem casos de contágio local, Macau achou por bem treinar para qualquer eventualidade. A alta densidade populacional do território é rastilho certo para o pior cenário, se as autoridades locais não estiverem devidamente preparadas.

      Mais coisa, menos coisa, 10h da manhã começava ontem um simulacro de prevenção e controlo da pandemia de Covid-19 junto ao edifício Lok Kuan, no complexo habitacional de Seac Pai Van, em Coloane.

      O exercício conjunto entre as diversas forças de autoridade do território partiu de uma realidade criada: naquele prédio foi diagnosticado um residente com Covid-19, e envolveu cerca de 550 pessoas de 29 entidades governamentais diferentes.

      O aparato, mesmo que previamente avisado pelas autoridades, não deixou ninguém indiferente. Foram muitos os que pararam para ver, fotografar, gravar ou simplesmente comentar. Até à hora de almoço o rebuliço foi imenso.

      O Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) começou a montar o estaminé criando uma zona tampão de código de saúde vermelho. Por ali era obrigatório todo e qualquer registo á entrada do edifício Lok Kuan.

      Posteriormente, a polícia, trajada a rigor com fatos brancos, máscara, viseira e luvas de borracha, procedeu à evacuação dos contactos próximos do paciente infectado. Três pessoas foram encaminhadas para um pequeno autocarro e levadas dali para fora, supostamente para o hospital para serem devidamente observadas. A comunicação social captava quase todos os passos ao milímetro, algo que seria muito difícil de fazer em situação real.

      Pouco depois da evacuação, surgiu uma equipa do Instituto para os Assuntos Municipais municiada de aparelhos e produtos de desinfecção usados em espaços públicos. Limparam-se elevadores, escadas, hall de entrada, caixas de correios e por aí fora. Fez-se tudo por duas vezes, pois o espaço era exíguo e nem todos os repórteres de imagem e fotógrafos conseguiram imagens à primeira rodada.

      O registo de entrada e saída das pessoas do prédio em Seac Pai Van continuou com o desenrolar do simulacro. Uma equipa do Instituto de Acção Social mostrou aos presentes como é que se deve proceder correctamente à desinfecção pessoal com álcool-gel e como se vestem todos os itens de protecção pessoal, obrigatórios em situação de combate à pandemia in loco.

       

      Testes de ácido nucleico reais

      Organizado pelo Centro de Operações de Protecção Civil (COPC) e pelo Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, o exercício, que durou cerca de duas horas e meia, atingia, neste momento, a sua metade. Com a instalação de postos de colheita para realização verdadeira do teste de ácido nucleico aos 1.590 residentes do edifício, bem como a criação de pontos de distribuição de bens alimentares, as autoridades organizavam o trânsito na zona, para permitir a deslocação, de forma rápida e ordeira até aos centros de abrigo e pontos de concentração indicados.

      Houve ainda lugar a demonstrações de diversas situações de higienização e desinfecção, bem como a uma explicação detalhada de como funciona uma zona de código amarelo, já em perímetro de maior segurança junto ao edifício Lok Kuan. Pessoas e viaturas foram devidamente inspeccionadas e, por fim, procedeu-se ao transporte de idosos e pessoas pertencentes a grupos de risco.

       

      No final do simulacro, que as autoridades consideraram “ter sido um sucesso”, o representante do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, Lei Wai Seng, referiu que, no surgimento de um novo caso de pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus, proveniente de contaminação local, “devem ser implementadas medidas específicas de prevenção e controlo epidémico divididas por categorias e zonas, por forma a controlar e limitar a propagação e assegurar a passagem fronteiriça normal entre Macau e o interior da China”.

      Já o adjunto do comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários, Wong Kin, assumiu no início que o exercício “consistiu na simulação de um surto de alto risco e consequente propagação comunitária de pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus.”

      A vice-presidente do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, e secretária para Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U, referiu, durante o balanço, que o simulacro foi um teste à implementação do bloqueio na zona envolvida, nomeadamente, controlo sanitário junto dos residentes e espaços comunitários e prestação de apoio a pessoas com necessidades especiais.