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      Início Política Caminho livre para operadores junkets, nos termos da lei

      Caminho livre para operadores junkets, nos termos da lei

      Gonçalo Lobo Pinheiro

       

      O secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, referiu aos jornalistas que os promotores de jogo ainda vão poder continuar a operar no território, apesar das mudanças. Para isso, basta que cumpram os requisitos legais.

       

      O secretário para a Economia e Finanças do Governo de Macau falou ontem, à margem da cerimónia do 22.º aniversário do estabelecimento da Região Administrativa Especial de Macau, que teve lugar no edifício do Complexo da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau).

      Lei Wai Nong assegurou que os acordos entre os operadores junkets e as concessionárias de jogo relativos à actividade nas salas VIP continuarão a ser permitidos no futuro se todos “cumprirem os requisitos legais”. “Temos um quadro legal que permite a relação entre operadores de jogo e junkets se tudo for feito nos termos da lei. Quando realizam actividades de promoção de jogo, devem respeitar os regulamentos de Macau e, se os transportarem para fora da RAE, devem respeitar os regulamentos dessa jurisdição”, lembrou.

      Recorde-se que o sector do jogo sofreu mais um abalo recentemente depois da prisão de Alvin Chau, o principal promotor de jogo VIP da RAEM. O ex-patrão da Suncity, foi detido no mês passado juntamente com mais 10 pessoas, sob alegadas acusações de de associação criminosa, exploração ilícita de jogo e branqueamento de capitais, envolvendo, inclusive, apostas por procuração nas Filipinas.

      Para além da Suncity, que anunciou a suspensão de actividades no passado dia 1 de Dezembro, também a Tak Chun – considerada a segunda maior operadora junket a operar em Macau – anunciou que alguns casinos suspenderam temporariamente a sua relação de cooperação.

      A Wynn Macau, Sands China e Melco Resorts começaram ontem a encerrar, de forma gradual, as salas VIP administradas por junkets, enquanto a SJM Resorts e a Galaxy Entertainment Group decidiram manter os seus acordos de cooperação com operadoras junkets.

      Lei Wai Nong referiu ainda que o número de licenças emitidas pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) tem vindo a diminuir faseadamente, passando de 235 em 2013 para apenas 85 este ano. Todas as licenças de operadores junkets existentes irão expirar no último dia no ano, sendo que algumas solicitações de renovação têm chegado à DICJ durante este mês.

      O secretário para a Economia e Finanças acabou por desdramatizar um pouco a situação, referindo que os operadores junkets “sempre foram importantes”. “Os promotores de jogo sempre foram importantes e vamos continuar a fazer todos os ajustes no futuro. Se cumprirem com as condições exigidas, aceitaremos e avaliaremos cada pedido, de acordo com os regulamentos existentes ”, observou Lei Wai Nong que garantiu que está atento aos trabalhadores que perderam os seus postos de trabalho com o encerramento de diversas salas VIP. “Essa responsabilidade não pode ser transferida para a sociedade”, notou.

      O responsável governativo referiu que a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) recebeu, até ao momento 461 pedidos de assistência relativos a 442 indivíduos que trabalhavam para operadores junkets.

      Para além de sessões de esclarecimento, o Executivo tem estado atento a cada caso relacionado, referiu o secretário. “Até agora, as concessionárias de jogo e promotores de jogos VIP têm alguns contratos e alguns ajustes já foram feitos. Todas as mudanças que ocorreram devem ser imediatamente informadas à DICJ [Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos], uma vez que esses ajustes têm que respeitar os direitos trabalhistas”.

       

      Receitas e turista em crescendo

       

      Lei Wai Nong indicou que, até final de Novembro, as receitas brutas do jogo registaram um aumento de 49,9% e o número de turistas cresceu 31,8%, face ao mesmo período do ano passado. “Nos primeiros três trimestres, o produto interno bruto também aumentou 27,5 por cento, em termos reais. A economia local encontra-se numa fase de recuperação estável, e os trabalhos do próximo ano continuarão a visar o alargamento da fonte de visitantes, a estabilização da economia e a protecção do emprego”.

      O governante disse ainda aos jornalistas que Dezembro registou um aumento de turistas, com cerca de 30 mil visitantes, em média, e uma permanência média de 3,3 dias. “A economia de Macau está no bom caminho com uma recuperação gradual”, assumiu.

      Questionado sobre a possibilidade de manter o plano de benefícios de consumo por meio electrónico, o secretário indicou que o mesmo “foi apenas uma medida temporária, pelo que não deve ser considerado como um mecanismo a longo prazo”.

       

      PONTO FINAL