O português, cofundador da MightyGreens, abordará o tema “Jardinagem urbana para inclusão social e bem-estar” naquele que será o terceiro workshop promovido por aquela instituição de ensino superior e pela Britcham, no âmbito do mês da sustentabilidade da Universidade de São José. Projecto em andamento com a Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau será tema de conversa.
Jardinagem urbana para inclusão social e bem-estar. Esse é o tema do terceiro workshop de sustentabilidade promovido pela Universidade de São José em conjunto com a Câmara Britânica de Comércio (Britcham) em Macau. O português Guilherme Martins, cofundador da MightyGreens, terá a responsabilidade de, na próxima quinta-feira, dia 19 de Maio, das 19h às 20h30, no campus da Ilha Verde da USJ, abordar o assunto.
“Em Macau o panorama da jardinagem e horticultura urbana é ainda lúdico, ou seja, as pessoas vêem a actividade como um passatempo, como lazer. Mas, muito sinceramente, acho que existe um enorme potencial. É preciso que se crie um espírito comunitário, que passa pela criação de hortas comunitárias”, referiu Guilherme Martins ao PONTO FINAL.
O português acredita que, com o devido apoio do Governo, “Macau pode criar centros, principalmente em bairros como, por exemplo, o Iao Hon, para impulsionar esse espírito comunitário”. “A título de comparação, Hong Kong produz cerca de 2% da sua alimentação. Macau produz muito, mas muito abaixo desse valor, e penso que está na hora de mudar isso”, atirou.
Como parte do mês dedicado à sustentabilidade, o workshop procurará fornecer informações sobre as aplicações da jardinagem urbana em Macau. Guilherme Martins abordará as colaborações com a Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau (ARTM) e também com a USJ. “Numa cidade urbana altamente densa, como é Macau, a agricultura sustentável fornece muito mais do que produtos limpos. O contacto com a natureza tem potencial para promover uma melhor igualdade mental e social”, afirmou Guilherme Martins ao PONTO FINAL.
O projecto da ARTM baseia-se em alguns vectores tais como inclusão social, saúde e bem-estar, soluções para o desperdício alimentar, pesquisa académica, redução da desigualdade, consumo e produção responsáveis e, ainda, pela criação de uma plataforma para o desenvolvimento de emprego na área. Guilherme Martins recordou que o intuito do projecto passa, entre outras coisas, em “ensinar técnicas de cultivo aos membros” da associação, para que, quiçá no futuro, possam “ser capazes de trabalhar com a MightyGreens” nos diversos projectos que a empresa se envolve, “promovendo a inclusão dessas pessoas, dando-lhes uma oportunidade na vida”.
Guilherme Martins referiu ao nosso jornal que este projecto continua em desenvolvimento e a MightyGreens procura empresas e associações parceiras que estejam dispostas “a ajudar e financiar o processo, basta para isso contactar a MightyGreens”, que actualmente deixou um pouco a produção de lado para abraçar projectos relacionados com as escolas e associações. “Estamos agora mais envolvidos na parte educacional, mas as portas da produção continuam abertas.”
Guilherme Martins, cofundador da MightyGreens em 2018 e doutorando em Ciências e Meio Ambiente na USJ, tem formação em arquitectura, gerenciamento de projetos e permacultura. Há alguns anos que gerencia vários projectos de horticultura urbana e orgânica em colaboração com escolas e associações locais.
Apesar do workshop ser gratuito e aberto ao púbico em geral, a USJ aconselha uma inscrição, uma vez que as vagas são limitadas. O quarto workshop, marcado para dia 27 de Maio, abordará a monitorização da diversidade de insectos para preservação e sustentabilidade do ecossistema.
PONTO FINAL