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      InícioCultura"Flora Macanensis" une culturas em exposição na Polónia

      “Flora Macanensis” une culturas em exposição na Polónia

       

      A exposição “Flora Macanensis”, dos artistas Cheong Kin Man e Marta Stanisława Sala, destaca o intercâmbio cultural entre Macau e a Polónia, revisitando a “Operação Dragão” de 1990, que legalizou milhares de imigrantes em Macau. Apresentada na Biblioteca Municipal de Katowice, a mostra inclui obras que conectam figuras históricas polacas com narrativas pessoais, além de peças interativas e um vídeo experimental.

       

      Os artistas Marta Stanisława Sala e Cheong Kin Man apresentaram recentemente a sua primeira exposição conjunta na Polónia, intitulada “Flora Macanensis”. A exposição foi inaugurada a 7 de Janeiro, na Biblioteca Municipal de Katowice (MBPK), localizada em Bogucice, e incluiu uma conversa de uma hora entre os artistas e o público, centrada na cultura de Macau.

      Durante a conversa, Sala e Cheong partilharam detalhes sobre a sua colaboração com Lam Sio Man na Bienal de Macau de 2023. Lam, que anteriormente foi curador no Pavilhão de Macau na Bienal de Veneza de 2019, trouxe uma terceira perspectiva aos trabalhos apresentados.

      Entre os trabalhos expostos, destacou-se uma nova obra. Uma série de sete cartazes, também denominada “Flora Macanensis”. Esta série, impressa manualmente e que incorpora elementos do arquivo têxtil da família de Sala, narra a história de Flora, a mãe de Cheong, que fugiu da China pós-revolucionária de barco para a então colónia portuguesa de Macau, onde foi acolhida por refugiados vietnamitas.

      Adicionalmente, outra obra dos artistas, composta por três peças têxteis, combina a arriscada jornada do pai de Cheong, que procurava uma vida melhor em Macau, com referências aos viajantes polacos, incluindo o jesuíta Michał Boym e o aventureiro Maurice Benyowsky, que esteve em Macau em 1771.

      Esta série têxtil foi apresentada pela primeira vez na Primavera de 2024, durante a estreia da dupla na Alemanha, no Krakauer Haus, a única missão cultural de Cracóvia em território estrangeiro, em colaboração com a Câmara Municipal de Nuremberga e com o apoio da Fundação Oriente.

      A exposição inclui ainda um minilivro de arte de ficção científica, denominado “Apocalypses”, escrito inteiramente numa língua fictícia com tradução para polaco, e encomendado para a Bienal de Macau há dois anos. Além disso, foi exibido um vídeo experimental intitulado “Pomnik do Noszenia” (“O Monumento Pronto-a-Vestir”), onde o navegador português António de Abreu Freire partilha um relato sobre um breve encontro com o futuro presidente da Polónia, Lech Wałęsa, no início da década de 1980.

      Além disso, “Flora Macanensis” aborda o tema da “Operação Dragão” de 1990, durante a qual mais de 50.000 imigrantes ilegais, incluindo a mãe de Cheong, Flora, recebeu direito à residência em Macau.

      Para além disso, a exposição destaca as ligações entre Macau e a Polónia, através das histórias de exploradores e outras aventuras. A dupla de artistas remonta à publicação de “Flora Sinensis”, uma obra de Michał Boim, publicada em 1656, que serve de título e inspiração para a exposição.

      A série de sete cartazes e a série de três peças têxteis, intitulada “The Compass of Utopia”, são apenas alguns dos trabalhos que fazem parte da exposição. Outras peças, como “Ghost money”, complementam a mostra e destacam a rica diversidade cultural que une Macau e a Polónia.

      “Flora Macanensis” estará disponível para visitar na Biblioteca de Bogucice (Wajdy 21, na cidade de Katowice) até ao dia 28 de Fevereiro, proporcionando uma oportunidade para explorar temas de identidade, migração e relações culturais entre a Polónia e Macau.