Capela, tacho, sopa lacassá e, claro, o minchi são alguns dos 19 pratos macaenses cujas receitas vão estar disponíveis no livro “Receita di Casa”, da chef Antonieta Manhão. O livro, o primeiro lançado pela Chef Neta, vai ser lançado esta sexta-feira.
Antonieta Manhão, conhecida como Chef Neta, tem-se dedicado à promoção da culinária macaense e, nesse sentido, vai lançar esta sexta-feira “Receita di Casa”, um livro com as receitas de 19 pratos da gastronomia macaense, como capela, tacho, sopa lacassá e, claro, minchi.
Este, que é o seu primeiro livro, contém receitas que são precisamente as que são usadas em casa de Antonieta Manhão, destaca ao PONTO FINAL, explicando assim o nome do livro.
“Receita di Casa” vai, então, ser apresentado na sexta-feira, pelas 18h, no Instituto Internacional de Macau. O livro é editado por Dorris Lei e tem tradução de Adelaide Ferreira – as receitas estão disponíveis no livro em língua chinesa, portuguesa e inglesa. “É preciso coragem para fazer um livro em três línguas”, confessou. Além disso, a Chef Neta assinalou o facto de o livro ter sido concluído em cerca de dois meses.
Antonieta Manhão, recorde-se, tem-se dedicado ao ensino dos segredos da gastronomia macaense e colaborado com vários hotéis enquanto chef convidada, por exemplo no Artyzen Grand Lapa, no St. Regis ou no MGM. Tem também participado em acções de promoção da cozinha macaense no exterior da Direcção dos Serviços de Turismo (DST). A Chef Neta foi também vice-campeã do concurso de culinária “Iron Chef da Tailândia”, em 2016, e foi premiada como Chef Europeu em representação de Macau na 12.ª edição do prémio “Aurum 2017” – Enogastronomia de Excelência Europeia do Conselho Europeu de Confrarias Enogastronómicas.
Nesse âmbito, a chef considera que as acções de promoção da gastronomia macaense no exterior têm sido “um bocadinho fracas” desde o fim da pandemia, sugerindo que as autoridades apostem mais nessas promoções. Por outro lado, há poucos espaços que ofereçam pratos macaenses genuínos, defende Antonieta Manhão. “Nós podemos fazer as promoções fora de Macau, mas quando vêm a Macau, onde é que os visitantes vão comer? O problema é este”.
Recorde-se que a gastronomia macaense já está inscrita na lista do Património Cultural Intangível de Macau. Segundo explicam as autoridades, este tipo de cozinha é “uma cultura gastronómica baseada no método de preparação dos alimentos da culinária portuguesa, integrando ingredientes e métodos culinários de África, Índia, Malásia e também locais”. “Através da combinação dos méritos da culinária de cada região, a gastronomia local desenvolveu-se de forma única, aperfeiçoando-se ao longo dos séculos, tornando-se um subproduto histórico da cultura da navegação portuguesa”, descreve o site do Património Cultural de Macau.