A exposição anual conta com um conjunto de 31 peças de 15 artistas membros gravuristas. A exposição dará maior enfâse a monogravuras, apresentando diferentes aparências e expressões criativas.
A Fundação Rui Cunha apresenta hoje na sua galeria, pelas 18h30, a exposição anual da Associação Juvenil de Gravura de Macau (MYPA, na sigla inglesa) que é composta por um conjunto de 31 peças de 15 artistas membros gravuristas da associação e fica patente até dia 1 de Abril.
Pode ler-se no manifesto da exposição “Exposição Anual da MYPA 2023 – Peças Colectivas de Gravura” que a gravura tem desempenhado um papel importante nos intercâmbios culturais entre a China e o Ocidente em Macau. “Na história moderna, a tipografia, a gravura e a impressão litográfica foram introduzidas na China continental através de Macau. Até hoje, continua a influenciar a melhoria da tecnologia de impressão na China, ao mesmo tempo em que estimula o entusiasmo pela criação de gravuras”.
Nesta exposição, revela a organização, serão mostradas muitas monogravuras, apresentando diferentes aparências e expressões criativas. “A gravura é um tipo de meio artístico replicável, que é mais propício à comunicação do que a pintura, permitindo que mais pessoas apreciem o trabalho original em diferentes lugares ao mesmo tempo”, pode ainda ler-se no manifesto.
A gravura criativa de Macau começou a germinar no final dos anos de 1980, sendo que passados mais de 30 anos, “foi estabelecendo gradualmente um percurso de criação, tendo a gravura como eixo principal”. “Embora a rotogravura seja muito atraente, ela precisa de equipamentos profissionais para mostrar o seu efeito. No entanto, as impressões em relevo, o stencil e a monotipia não exigem equipamentos sofisticados, e ainda ostentam uma aparência única”, explicou ainda a MYPA.
A MYPA foi criada há 23 anos com o objectivo de “promover a arte gráfica junto da geração mais jovem, através da realização de exposições, workshops, promoções na escola, e outras actividades, de forma a fomentar junto da população jovem de Macau uma compreensão mais profunda da gravura e descobrir os talentos gravuristas”.
O Governo da RAEM, através do Instituto Cultural (IC), tem dado importância à gravura nomeadamente através da Trienal de Gravura de Macau, cuja última edição aconteceu em 2019, antes de eclodir a pandemia de Covid-19. A exposição, naquele ano, apresentou um total de 175 obras premiadas e finalistas, permitindo ao público apreciar os diversos aspectos das artes da gravura de todo o mundo e compreender as novas tendências e desenvolvimentos na gravura contemporânea. Em 2012, o IC realizou a primeira edição da Trienal, tendo a segunda edição sido promovida em 2015.
A gravura é um termo utilizado para nomear um conjunto de técnicas artísticas utilizadas para produzir imagens a partir de suportes duros como metal ou madeira. O termo também tem vindo a ser utilizado para se referir a desenhos feitos no mesmo tipo de superfícies, mas com base em incisões, corrosões e talhos realizados com instrumentos e materiais especiais. A xilogravura – de origem chinesa –, a litografia ou a serigrafia são os tipos de gravuras mais comuns.