O Instituto Cultural (IC) estipulou um orçamento de 2,6 milhões de patacas para o projecto piloto de zona pedonal na Avenida de Almeida Ribeiro, que se realizou nos passados dois fins-de-semana, e admitiu agora que vai estudar a possibilidade de tornar a iniciativa regular no território.
O evento, intitulado “Passeando pela Almeida Ribeiro – Projecto piloto para área pedonal”, voltou a ser realizado neste fim-de-semana, aproveitando a ocasião de ontem do Festival das Lanternas, que se celebra no 15.º dia do Ano Novo Chinês.
De acordo com Leong Wai Man, presidente do IC, o orçamento de 2,6 milhões de patacas para os cinco dias do projecto foi usado principalmente para as instalações de decorações festivas e iluminação, bem como para o pessoal de gestão do local. Adiantou que o evento não excedeu o orçamento actual, tendo em conta que algumas instalações foram patrocinadas por grupos e organizações, e pelas concessionárias de jogo que não exigem o uso do erário.
A responsável avançou que caso a iniciativa seja bem recebida pela população e pelos turistas, e o evento decorrer “suavemente e com sucesso”, as autoridades vão considerar activamente a realização regular do projecto. Apesar de tudo, em declarações à Rádio Macau em língua chinesa, Leong recusou confirmar se a iniciativa será para continuar, e que é necessário esperar primeiro pelo balanço das autoridades.
“Após a conclusão do evento, vamos fazer uma revisão geral, incluindo as actividades realizadas, o que precisamos de melhorar, levando também em consideração as opiniões e balanço sobre a colaboração com a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego e o Corpo de Polícia de Segurança Pública”, frisou Leong Wai Man, numa visita à Avenida de Almeida Ribeiro realizada no sábado.
Leong Wai Man sublinhou que as actividades da zona exclusiva para peões dos primeiros três dias do Ano Novo Lunar, ou seja, de 22 a 24 de Janeiro, tiveram resultados positivos, sendo que o número de visitantes superou as expectativas das autoridades.
Destacando que o tema do projecto deste fim-de-semana foi relativo ao Festival das Lanternas, a representante do IC referiu que foi ajustado o conteúdo das actividades, com a instalação das lanternas e criados jogos de adivinhas e enigmas. Além disso, houve novos stands de produtos culturais e criativos e bancas de gastronomia, e o organismo prolongou o horário da abertura do Museu da Casa de Penhores Tak Seng On, com vista a “trazer diferentes experiências de visita aos residentes e aos turistas”.
Neste caso, Leong Wai Man disse acreditar que a zona pedonal da Almeida Ribeiro possa permitir a todos descobrir a avenida mais representante da cidade. As autoridades garantiram que, se houver hipótese de o realizar novamente no futuro, vão ser integrados no projecto mais elementos culturais que fazem parte da Avenida de Almeida Ribeiro.
Por outro lado, alguns cidadãos duvidaram que algumas decorações festivas usadas no projecto tivessem sido adquiridas no Taobao, plataforma de compras do Continente, podendo verificar-se uma eventual violação de direitos de autor.
Em resposta, Leong Wai Man destacou que a ideia original do IC passa por colocar algumas decorações para os residentes tirarem fotos. “Às vezes não precisamos de obras de arte caras, esperamos ter uma variedade de decorações. Para as obras de arte de alta qualidade temos as fornecidas pelas operadoras de jogo. A ideia principal é de se divertirem com os cidadãos”, frisou.
Recorde-se que a primeira fase do Projecto piloto para área pedonal na Avenida de Almeida Ribeiro atraiu 93 mil pessoas que visitaram o local durante os primeiros três dias do Ano Novo Lunar, sendo “muito popular e apoiado” por residentes e turistas, segundo o IC. Durante este fim-de-semana, a via reservada para peões também recebeu grande número de visitantes, o que levou à implementação da medida de controlo de fluxo na zona.