Lai Weng Leong, director dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU) e antigo director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), esteve no sábado no Tribunal Judicial de Base (TJB) para ser testemunha no caso de corrupção nas Obras Públicas, que envolve os antigos directores Li Canfeng e Jaime Carion.
Na sessão, Lei Weng Leong disse ao tribunal que houve pedidos para acelerar o processo de aprovação do projecto do Windsor Arch, mas negou que tenha sentido pressões nesse sentido.
Segundo a TDM Canal Macau, o responsável indicou que chegou a ser contactado pelo antigo director das Obras Públicas, pessoalmente e por telefone, para falar sobre os projectos dos empresários Sio Tak Hong, William Kuan e Ng Lap Seng – arguidos neste processo. Nesses contactos, Li Canfeng terá pedido que fossem acelerados os processos relativos aos empreendimentos do Alto de Coloane e do Windsor Arch.
No que toca ao Windsor Arch, a acusação diz que Li Canfeng terá recebido quase dois milhões de yuan de Ng Lap Seng para que o projecto recebesse a licença de utilização antes do fim do prazo de concessão do terreno. O empreendimento recebeu licença de utilização a 10 de Dezembro de 2015, duas semanas antes do fim da concessão, e o Ministério Público diz que esse é um sinal de que os responsáveis pelo projecto foram beneficiados.
A acusação alegou que não só não foram tidos em conta pareceres do Corpo de Bombeiros, mas também que o projecto obteve a licença mesmo não tendo um dos livros de obras, que se perdeu. De acordo com a TDM, Lai Weng Leong explicou em tribunal que pode ser concedida licença mesmo com o livro de obras em falta.
Segundo a estação, a testemunha disse na sessão de sábado que foi o antigo director das Obras Públicas quem lhe pediu para pôr de lado o extravio do livro e dar início à emissão da licença. A defesa de Li Canfeng apresentou em tribunal documentos que mostram que o Windsor Arch não foi o único empreendimento no território a obter licença de utilização mesmo estando em falta documentos.
A acusação do Ministério Público a Li Canfeng diz que o antigo director da DSSOPT terá recebido vários benefícios ilícitos da parte de promotores imobiliários para aprovação de projectos. Nas sessões do julgamento, o antigo governante tem negado as acusações. Jaime Carion e Li Canfeng são acusados da prática de crimes como associação secreta, associação criminosa, branqueamento de capitais e abuso de poder.