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      Chega ao fim mais um Grande Prémio de Macau com portugueses em destaque

      Depois de avanços e recuos na prova de motos, e apenas uma corrida, Sheridan Morais e André Pires competiram, finalmente, a doer na manhã de ontem. Se o primeiro conseguiu um honroso terceiro lugar no pódio, o segundo bateu a sua melhor marca de sempre no Circuito da Guia ficando em sétimo lugar.

      O piloto Sheridan Morais foi o primeiro português a chegar ao pódio do Grande Prémio de Motos, mas, em declarações aos jornalistas, lamentou não ter podido lutar até ao fim pelo primeiro lugar devido a um problema de transmissão na mota.

      O piloto estreante, nascido na África do Sul e que vive no Algarve desde 2012, partiu do terceiro lugar da grelha, mas um excelente arranque colocou-o no primeiro lugar por algumas voltas. “Tive um bom arranque e estava a sentir-me bem. Sabia que estava muito forte no primeiro e no último sector, que são os pontos para ultrapassar”, afirmou Sheridan Morais.

      No entanto, o português de 37 anos ficou para trás após um susto na terceira volta. “A transmissão caiu para neutro na primeira curva, que é uma curva mesmo muito rápida e eu achei que ia bater na parede”, revelou, acrescentando que queria muito ter vencido para dedicar a vitória à filha que fez cinco anos ontem.

      Sheridan Morais referiu querer voltar a Macau, tendo elogiado “a atmosfera, as pessoas”, e admitido que “não estava à espera da presença portuguesa, que é enorme”.

      André Pires, de 33 anos, na oitava participação no Grande Prémio de Macau, garantiu a melhor classificação de sempre, um sétimo lugar, no final das oito voltas ao Circuito da Guia.

      O piloto transmontano, no entanto, admitiu estar “um bocado desanimado” com o resultado. “Andei bastante rápido durante todos os treinos e senti que podia andar com o grupo da frente. Mas houve qualquer coisa com a escolha de pneus e a mota à terceira ou quarta volta começou-me a falhar”, constatou.

      Os pilotos tiveram diversos percalços até poderem competir na manhã de ontem, bem cedo. A primeira corrida, marcada para sábado, foi cancelada a pedido dos pilotos, que consideraram a pista perigosa devido a excesso de óleo e pó de tijolo. “Hoje a pista estava bastante melhor, estava com boas condições, não havia óleo, estava limpinha”, confirmou André Pires, que prometeu voltar para o ano, se possível, sem quarentena, “para as coisas serem mais fáceis”.“O Grande Prémio de Macau é uma festa, é uma prova fora do comum e é muita adrenalina junta”, sublinhou o português.

      A vitória em motos sorriu ao finlandês Erno Kostamo com uma vantagem de 8,2 segundos para o alemão David Datzer que, por sua vez, tinha o português Morais a 2,6 segundos. “O fim-de-semana correu como planeado”, afirmou Kostamo. “Senti-me confortável desde que entrámos em pista, focando-me apenas no que estava a fazer. Trabalhei arduamente na travagem e isso deu os seus frutos. É uma sensação fantástica vencer em Macau”.

      O suíço Lukas Maurer foi o quarto classificado à frente do britânico Rob Hodson, com o austríaco Julian Trummer em sexto, antes de André Pires.

      Recorde-se que o último português a vencer uma das principais provas do certame foi António Félix da Costa, que conquistou o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 em 2016.

      ENGEL EM DOSE DUPLA

      O piloto Maro Engel venceu a segunda corrida da Taça GT Macau do 69.º Grande Prémio de Macau, repetindo o triunfo de sábado, não dando qualquer hipótese à concorrência. O alemão, que já tinha vencido a prova em 2014, bateu por menos de 0,8 segundos o suíçoEdoardo Mortara, sete vezes vencedor no Circuito da Guia, com Alexandre Imperatori, um piloto suíço radicado em Hong Kong, mas que vive em Xangai, no terceiro lugar.

      A partida foi dominada pelo também suíço Raffaele Marciello, que saltou da segunda posição da grelha de partida para a liderança, mas falhou uma curva na segunda volta, acabando por desistir.

      A organização encurtou a corrida de 12 para oito voltas, devido a um aparatoso acidente na prova anterior, a Corrida da Guia Macau, que destruiu o automóvel do piloto de Hong Kong Lo Sze Ho, tendo inclusive o motor do bólide saltado para bem longe do veículo.

      Apesar do aparatoso acidente e dos três pilotos envolvidos terem sido levados para o hospital, nenhum apresentou ferimentos graves e sempre estiveram conscientes, revelou a organizaçãoem comunicado. O piloto macaense, Filipe Souza, acabou por vencer a Corrida da Guia Macau – TCR Asia Challenge, tal como o tinha feito ontem na qualificativa. Apesar do acidente, Lo Sze Ho ficou classificado na segunda posição e Yan Cheuk Wai em terceiro, uma vez que o resultado final é determinado pela última volta completa. A classificação final ainda está sujeita a homologação.

      No dia anterior, Engel bateu por pouco mais de 0,6 segundos Raffaele Marciello, com o chinês Ling Kang em terceiro. Maro Engel é agora um vencedor de três edições da Taça GT Macau, juntando este triunfo aos de 2014 e 2015. “É fantástico conquistar outra vitória na corrida principal”, disse, acrescentando que esteve “perto em muitas ocasiões ao longo dos anos, mas nunca o conseguiu fazer. Fazê-lo com a Craft-Bamboo Racing, que é uma equipa sediada em Hong Kong, é fantástico”.

      “São ainda tempos difíceis de momento, portanto, quero agradecer a todos os que não estão cá e que nos estavam a ajudar remotamente. Tanto à Craft-Bamboo como à Mercedes AMG, em Affalterbach. Muito obrigado a todos. Acordaram a horas loucas para se juntarem a nós nas reuniões de equipa e ajudarem-nos neste fim-de-semana”, referiu o alemão, dizendo ainda que “foi, decididamente, mais duro que o esperado com o Raffaele. Ele fez um grande arranque e estávamos lado a lado ao longo da pista. Sabia que tinha de dar o máximo que podia para me manter próximo e colocar pressão nele. Não tenho a certeza do que lhe aconteceu, mas é evidente que estamos muito satisfeitos com esta vitória”.

      Antes, na Taça de Carros de Turismo de Macau, o piloto chinês Zhang Zhi Qiang foi o mais rápido, apenas 0,3 segundos à frente do britânico Robert Huff, diversas vezes campeão no traçado citadino de Macau, com outro chinês, Gao Hua Yang, a quedar-se na terceira posição.

      Apesar de ter partido do décimo lugar da grelha de partida, após ter vencido a primeira corrida, Huff – o único estrangeiro a participar na edição de 2020 – terminou a lutar pela vitória, que seria a 13.ª no circuito da Guia, numa prova em que era o único estrangeiro. No entanto, um problema de ordem mecânica deixou o piloto estrangeiro fora da luta nos últimos instantes.

      ANDY CHANG VENCE EM FÓRMULA 4

      Depois de ter estado na luta pelo primeiro lugar nos últimos anos e não ter conseguido conquistá-lo, o piloto de Macau Andy Chang venceu o Grande Prémio de Fórmula 4, não dando qualquer hipótese ao anterior vencedor Charles Leong.

      O jovem piloto Gerrard Xie, natural de Hong Kong e com apenas 16 anos, saiu na frente da corrida. Andy Chang partiu mal e perdeu a terceira posição na largada, tendo recuperado a posição antes da curva do Hotel Lisboa.

      O piloto local ultrapassou Charles Leong, passando a correr em segundo lugar e depois, mais tarde e após mais uma interrupção da corrida normal com a entrada do safety-car, Chang conseguiu ultrapassar Gerrard Xie, controlando sempre o andamento.

      Nota de destaque, pela negativa, prende-se com a presença assídua do ‘safety-car’ em quase todas as corridas disputadas durante o dia de ontem, o que fez com que muitas nem sequer acabassem.

      Depois de um ano em que a prova só contou com pilotos provenientes da China, Hong Kong e Macau, devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19, a edição de 2022 atraiu cerca de 170 pilotos, incluindo 20 estrangeiros, a maioria na prova de motos.

      O evento, de quatro dias – como orçamento desde ano foi de 180 milhões de patacas –, integra sete corridas: Grande Prémio de Macau de Fórmula 4, a Taça GT Macau, Corrida da Guia Macau, a Taça de Carros de Turismo de Macau, a Taça GT Grande Baía, Macau Roadsport Challenge e o Grande Prémio de Motos de Macau, que regressou ao traçado urbano da Guia para a sua 54.ª edição.