Edição do dia

Sábado, 30 de Setembro, 2023
Cidade do Santo Nome de Deus de Macau
céu pouco nublado
30.9 ° C
32.9 °
30.9 °
70 %
3.6kmh
20 %
Sáb
31 °
Dom
30 °
Seg
29 °
Ter
29 °
Qua
31 °

Suplementos

PUB
PUB
Mais
    More
      Início Política Coutinho lamenta “destruição do futebol” local com falhas na participação em...

      Coutinho lamenta “destruição do futebol” local com falhas na participação em provas internacionais  

      O deputado José Pereira Coutinho criticou as autoridades pelas falhas na promoção do desporto, sobretudo a não disponibilização de condições no apoio à participação de equipas locais de futebol em provas internacionais e na formação de futebolistas. O deputado destacou ainda o facto de os universitários oriundos de países lusófonos estarem impedidos de participar nas competições locais, prejudicando o estabelecimento de laços culturais.

       

      As falhas nos trâmites burocráticos que impedem a participação de equipas locais em competições internacionais, o estado lastimável das instalações desportivas e a carência da promoção e apoio à formação juvenil são alguns dos factores mencionados por José Pereira Coutinho que têm contribuído para a destruição do futebol de Macau. O deputado criticou a degradação do desporto em geral no território, em particular do desenvolvimento do futebol, o que afecta ainda os respectivos laços culturais com os países de língua portuguesa.

      Preocupando-se com a redução da assistência nos jogos de futebol, José Pereira Coutinho recordou, na sua intervenção na reunião plenária de ontem da Assembleia Legislativa, vários incidentes marcados na história do futebol local em que as equipas de Macau falharam a participação em jogos internacionais.

      De acordo com o deputado, os exemplos incluem a ausência em Junho de 2019 na primeira ronda de apuramento para o Mundial do Qatar de 2022 e da Taça Asiática da China em 2023, devido à recusa de viagem por parte da Associação de Futebol de Macau (AFM), o que levou à eliminação imediata destas competições e a uma multa aplicada pelo Comité Disciplinar da FIFA. Por outro lado, em 2021, duas equipas obtiveram a licença para participar na Taça da Confederação Asiática de Futebol (AFC), mas foi cancelada a participação na prova por não estarem reunidas as condições de entrada e saída estipuladas pelas autoridades.

      “Além da má imagem no exterior, a saída destas competições internacionais significou a perda de 14 jogos internacionais a serem organizados pela Associação de Futebol de Macau e uma forma de promover o turismo e a economia em vários mercados asiáticos e mundiais”, lamentou.

      O legislador assinalou o facto de que a maioria dos futebolistas locais são jogadores não profissionais ou semi-profissionais, que carecem de seguros obrigatórios para eventuais acidentes nos campos e “arriscam perder os seus empregos para representar as suas equipas ou a selecção por não terem as suas faltas justificadas no período de quarentena nem os seus salários pagos por completo”. Considerou ainda que “a AFM apenas está interessada em cumprir os critérios mínimos para obtenção de subsídios da FIFA e da AFC”.

       

      LIGAÇÃO LUSÓFONA

       

      Dado que o desenvolvimento da modalidade desportiva e os avanços na técnica das equipas locais requerem também o intercâmbio com jogadores do exterior, José Pereira Coutinho solicita mais oportunidades de intercâmbio para o futebol de Macau, nomeadamente com os países lusófonos.

      “Quando foi a última vez que tivemos uma equipa de gabarito internacional em Macau ou mesmo dos países de língua oficial portuguesa? Foi há tantos anos que já não nos recordamos da última vez que isso aconteceu”, referiu.

      Coutinho salientou ainda que os estudantes universitários dos países de língua portuguesa, que vêm estudar para Macau sob protocolos oficiais, são impedidos de se integrar na sociedade local e contribuir para o estabelecimento de laços culturais, uma vez que não têm permissão para participar nas competições da AFM ao nível da 4.ª divisão. “Não seria que por força do desígnio de fazer de Macau uma verdadeira plataforma com os países de língua portuguesa que estes estudantes fossem integrados na sociedade e pudessem participar nas diversas modalidades desportivas do território?”, questionou.

      Neste caso, além da medida facilitadora na marcação dos campos para treino, da transparência nas contas e subsídio da Associação de Futebol, tanto como a manutenção da condição dos campos de futebol, sobretudo a relva sintética, o deputado pede a criação de mais infraestruturas desportivas nos terrenos recuperados para apoiar a formação do futebol juvenil, bem como um centro de estágios de nível internacional que possa atrair equipas dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa ou de outras regiões exteriores.