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      Macau vai voltar a receber excursões turísticas do Continente  

      As excursões e emissão de vistos electrónicos do interior da China para visitas a Macau vão ser retomadas até ao início de Novembro, anunciou o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, após uma reunião com os representantes do Governo Central. As autoridades esperam que, com a medida, Macau possa receber 40 mil turistas por dia. No entanto, Ho Iat Seng rejeitou a possibilidade de isenção de quarentena para visitantes do estrangeiro, insistindo na política da China Continental, mesmo que várias regiões já tenham aberto a porta para o resto do mundo.

       

      Após quase três anos de persistência da Covid-19, o Governo Central vai voltar a permitir a emissão dos vistos electrónicos e excursões turísticas para visitantes do interior da China a Macau. Segundo as previsões do Governo, a retoma das políticas turísticas deverá ser iniciada no final de Outubro ou no início de Novembro, prevendo acolher 40 mil turistas por dia. A medida foi anunciada pelo Chefe do Executivo da RAEM numa conferência de imprensa no sábado, durante a qual Ho Iat Seng admitiu que a economia de Macau sofreu grandes impactos por causa da pandemia e, por isso, está “numa situação difícil”.

      Segundo revelou o Executivo, a reabertura de excursões vai ser destinada em primeiro a quatro províncias e uma cidade no Continente, incluindo as províncias de Guangdong, Zhejiang, Jiangsu, Fujian e a cidade de Xangai. Enfatizando a importância da fonte turística oriunda do interior da China, o governante acredita que a permissão de excursões com esses territórios vai trazer “um certo volume” de visitantes a Macau, dado que têm uma elevada população e “o nível de vida e consumo é relativamente boa”, disse o Executivo, acrescentando que a expectativa de 40 mil turistas não é demasiado elevada. “Pelo contrário, esta expectativa é baixa. Não é um número alto para um mercado de 1,4 mil milhões de pessoas. Houve 40 milhões de visitantes em 2019, ou seja, uma média de 110 mil por dia. Durante a pandemia do ano passado foram registados às vezes mais de 30 mil turistas por dia”, salientou o líder do Governo.

      Recorde-se que o surgimento da Covid-19 levou as autoridades da RAEM a imporem medidas exigentes de entradas e saídas, com a proibição da entrada de visitantes estrangeiros e implementação de medidas antiepidémicas a viajantes da China. Entraram em Macau, durante 2020, 5,89 milhões de visitantes, menos 85% face ao ano 2019. Ho Iat Seng adiantou que Macau registou a entrada de 21 mil turistas na passada sexta-feira, sendo o número mais elevado após o surto em Junho e Julho. Contudo, indicou que este volume “é insuficiente para reactivar” a economia de Macau.

      O líder do Governo destacou que, nesse sentido, Macau deve continuar a executar os trabalhos antiepidémicos em conformidade com as medidas do interior da China, tendo estabelecido posteriormente um mecanismo de interrupção e de retoma dos vistos electrónicos e de excursões.

      “Na ocorrência de incidentes epidémicos graves em Macau ou nas quatro províncias e cidade, as excursões a Macau serão suspensas. O mecanismo permite também a retoma das actividades turísticas após determinados dias, não carecendo de pedido junto do Governo Central”, explicou, acrescentando que o prazo para retoma, tendo em conta o período de incubação de doença, será entre sete e 14 dias.

       

      SEM CONDIÇÕES PARA FIM DE QUARENTENAS

       

      Ao ser questionado sobre o fim das quarentenas anunciado recentemente nos vários países e territórios asiáticos, inclusivamente na cidade vizinha de Hong Kong, Ho Iat Seng afastou a hipótese do levantamento dessa restrição em Macau, reiterando que a RAEM mantém a política de prevenção da China, de forma a assegurar a fonte de visitantes do Continente.

      “Não tenho comentário sobre as políticas de outras regiões, cada um decide de acordo com as próprias necessidades. O actual período de ‘7+3’ é para manter a circulação normal entre o Continente e Macau, bem como as excursões e vistos electrónicos. Macau não tem condições para fazer qualquer alteração”, observou. O Chefe do Executivo apontou que o território já “se abriu à maioria dos países”, e vai permitir, além de 41 países, a entrada de não-residentes de mais regiões.

      Por outro lado, o Governo vai apresentar uma nova revisão do orçamento em Novembro, para acerto final das contas da Administração.

       

      CONFIANTES NO CONCURSO DE LICENÇAS DE JOGO

       

      Embora Macau queira posicionar-se como um centro mundial de turismo e lazer, as restrições transfronteiriças já duram há quase três anos. Nesse contexto, arrancou recentemente o novo concurso público da concessão de licenças de jogo, no qual o Governo exige a expansão dos mercados de clientes de países estrangeiros.

      Neste caso, o presidente da comissão de avaliação das propostas, André Cheong, admitiu na mesma conferência que “é natural alguns concorrentes à licença sentirem algumas preocupações”. O também secretário para a Administração e Justiça acredita que a permissão das excursões e vistos eletrónicos possa “dar confiança” às empresas participantes.

      “O Governo está confiante, as concorrentes também, senão não participariam no concurso público. O que precisam de avaliar não é de alguns meses, mas os próximos dez anos. As actuais dificuldades económicas e restrições de entrada são de curto prazo”, realçou. Já Ho Iat Seng notou que, quanto a investimento, as concorrentes devem “saber melhor” do que o Governo, por meio da experiência de operação e as estatísticas de turistas no passado.

      A corrida do presente concurso público às seis licenças de exploração de jogos em casino conta com a presença das seis actuais operadoras em Macau (SJM, Galaxy, Wynn, MGM, Sands China e Melco) e mais uma empresa recém-constituída no território, GMM, ligado ao grupo malaio Genting.

      O Chefe do Executivo afirmou ainda que, ao abrigo da Lei de Terras, as autoridades não vão conceder mais terrenos para a construções de complexos de entretenimento de grande escala e casinos. “As empresas vendedoras vão explorar o negócio nas áreas de jogo existentes, uma vez que estas foram incorporadas nos activos do Governo”, frisou, pelo que as concessionárias “não precisam de muito investimento” para a próxima década.

      Os representantes das sete empresas já se encontram actualmente em Macau e a Comissão do concurso público vai começar esta semana as consultas e negociações com cada empresa.

       

      ACELERAR INFRA-ESTRUTURAS

       

      As medidas para revitalizar o turismo em Macau foram o resultado de uma videoconferência especial com Pequim. Na reunião presidida por Han Zheng, vice-primeiro ministro e líder do Grupo de Liderança Central dos Assuntos de Hong Kong e Macau, o Governo Central garantiu que “apoia totalmente” a promoção do desenvolvimento económico e a construção de infra-estruturas.

      No que diz respeito à obra da linha leste do Metro Ligeiro, o Governo Central consentiu o arrendamento de um terreno situado nas Portas do Cerco, pertencente a Zhuhai, com uma área compreendida entre cerca de 3.000 m2 e 4.000 m2, de forma a estender a ligação dessa linha, a partir das Portas do Cerco até ao Posto Fronteiriço Qingmao. O Aeroporto Internacional de Macau será também alvo de obras de ampliação, designadamente na pista e na rampa de estacionamento de aviões, sendo estudado o início das obras da “ilha ecológica”, bem como a questão do material dragado no mar.