A tragédia de Itaewon aconteceu a 29 de Outubro deste ano. Em Seul, capital da Coreia do Sul, cerca de 100 mil pessoas, na maioria jovens, vestidas para o Halloween, convergiram para aquela zona de bares e discotecas num labirinto de vielas estreitas e íngremes ao longo de uma avenida principal de Seul. Segundo as autoridades, as pessoas terão sido esmagadas até à morte, depois de uma grande multidão ter começado a avançar num beco estreito perto do Hotel Hamilton. O acidente provocou 156 mortos.
O Halloween não é um acto organizado por um órgão específico, como um festival, um concerto, um evento desportivo ou uma manifestação, e, portanto, a lei na Coreia do Sul não obriga a estabelecer um plano de medidas de segurança ou protocolos com as forças de segurança, por antecipação. Algumas testemunhas descreveram uma completa falta de medidas para canalizar ou controlar a multidão.
Em Macau, o deputado Leong Hong Sai pede que o Governo esteja atento a fenómenos semelhantes, agora que os turistas começam a regressar ao território. “Proporcionar um ambiente seguro e ordenado aos residentes e visitantes na cidade mais densamente povoada do mundo é, de facto, uma tarefa difícil”, admite o deputado, pedindo que as autoridades reúnam esforços para “proteger a segurança de residentes e visitantes”.
Assim, dado que os meses de Dezembro e Janeiro têm vários eventos associados – como o aniversário da RAEM, o Natal, o Ano Novo e também o Ano Novo Chinês -, Leong Hong Sai pergunta: “Existe algum plano de controlo de multidões em vigor para a recuperação do turismo? Existem recursos humanos policiais suficientes para gerir as multidões durante a época festiva? Para além de manter os residentes informados sobre a situação das multidões através da televisão, rádio e aplicações móveis, foram criados alguns canais e destacado pessoal suficiente para que turistas e residentes possam reportar incidentes e procurar assistência? A publicidade das aplicações relevantes pode ser reforçada em tempo útil?”.
Na interpelação, o deputado ligado aos Moradores lembra que o posto fronteiriço das Portas do Cerco é o mais movimentado e, por isso, sugere a implementação de medidas para o desvio de visitantes naquele ponto e a promoção dos postos fronteiriços de Hengqin e de Qingmao durante as épocas festivas.