André Vinagre
Em Setembro de 2020, o Executivo indicou que estaria a negociar com o Governo Central a possibilidade de deixar cair a construção do aterro da Zona D, situado junto ao acesso à ponte Governador Nobre Carvalho do lado da Taipa, para, em troca, construir um outro aterro que iria unir a Zona A e o Nordeste de Macau. Desde então, o Governo não deu mais informações sobre o estado das negociações. Ao PONTO FINAL, o Gabinete do Secretário para os Transportes e Obras Públicas limitou-se a repetir que “por enquanto não há mais informações” para revelar.
“Por enquanto não há mais informações”. É a resposta dada pelo Gabinete do Secretário para os Transportes e Obras Públicas quando questionado sobre o processo das negociações entre as autoridades locais e o Governo Central relativamente à troca da construção do aterro da Zona D pela construção de um outro aterro que iria unir a Zona A e o Nordeste de Macau. O plano foi revelado inicialmente por Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e obras Públicas em Setembro de 2020. Desde então, não foram dadas mais informações sobre o assunto. O PONTO FINAL tem tentado obter esclarecimentos junto do gabinete de Raimundo do Rosário, mas a resposta é sempre que “não há mais informações” para dar.
Em Setembro de 2020, o secretário para os Transportes e Obras Públicas revelou que o Executivo estaria a negociar com o Governo Central a troca da construção do aterro de 58 hectares da Zona D, situado junto ao acesso à ponte Governador Nobre de Carvalho do lado da Taipa, pela construção de 41 hectares de um aterro que iria unir a Zona A e o Nordeste de Macau.
Na altura, o secretário referiu que esta troca iria permitir “juntar o útil ao agradável”, uma vez que iria permitir a criação de um espaço verde de grande dimensão com o objectivo de garantir o bem-estar da população da Zona A. “Macau não tem um grande parque com espaços verdes. Achamos que se calhar não era mau aterrar essa zona [entre a península de Macau e a Zona A dos novos aterros] e fazer um grande parque numa zona verde e, em contrapartida, desistir da Zona D, que também não nos parece ser a coisa que Macau mais precise”, disse Raimundo do Rosário a 8 de Setembro de 2020.
Dias depois das declarações de Raimundo do Rosário, o Chefe do Executivo reiterou que a construção da Zona D estava em análise e lembrou que a Zona A deverá acolher mais de 96 mil pessoas em 32 mil fracções de habitação e que será “uma zona só de prédios, sem quaisquer zonas verdes, apenas arruamentos”. Por isso, “o Governo da RAEM pediu ao Governo Central para fazer mais aterros entre a Península e a Zona A, para haver um melhor ambiente”.
O Governo publicou, no mês passado, o Plano Director de Macau 2020-2040 e, na planta do território, não figura o aterro entre a Zona A e o Nordeste de Macau. Já o aterro da Zona D está presente na planta do Plano Director.
PONTO FINAL