A partir de Março, os proprietários de motociclos já podem aderir ao Plano de Concessão de Apoio Financeiro ao Abate de Motociclos Obsoletos e a sua Substituição por Motociclos Eléctricos Novos, recebendo um subsídio de 3.500 patacas na adquisição de um motociclo eléctrico. O director dos Serviços de Protecção Ambiental espera aumentar a universalidade de motociclos eléctricos em Macau e eliminar os motociclos altamente poluentes, melhorando assim a qualidade do ar na cidade. Está previsto que mais de sete mil motociclos deixarão de circular em Macau através do plano.
O Governo da RAEM vai lançar o projecto-piloto do “Plano de Concessão de Apoio Financeiro ao Abate de Motociclos Obsoletos e a sua Substituição por Motociclos Eléctricos Novos” com o objectivo de incentivar os proprietários a substituir os seus motociclos antigos poluentes por novos motociclos eléctricos. De acordo com a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), as candidaturas para o plano serão aceites a partir do dia 1 do próximo mês até ao final do ano.
A DSPA revelou que, actualmente, existem cerca de 25 mil motociclos obsoletos em Macau, estimando que proprietários de cerca de 10% a 30% dos motociclos, correspondendo a aproximadamente 2.550 a 7.650 motociclos, são elegíveis para participar no esquema de subsídio, envolvendo um montante de apoio financeiro de cerca de 9 milhões a 27 milhões de patacas. Em termos de efeito de redução de emissões, o organismo prevê que, se cerca de 30% dos motociclos elegíveis acabarem por ser eliminados neste regime de subsídio, a emissão total de hidrocarbonetos e monóxido de carbono dos veículos passa ser reduzida em cerca de 10% e 7% por ano, respectivamente, o que terá uma eficácia na melhoria da poluição do ar em Macau.
Na conferência de imprensa realizada ontem, o director da DSPA, Tam Vai Man, salientou que este plano de apoio é uma medida subsequente do “Plano de Apoio Financeiro ao Abate de Motociclos e Ciclomotores com Motor a Dois Tempos”, que foi divulgado em 2017, no âmbito de controlo das emissões de gases de escape de veículos motorizados. O responsável acredita que o plano pode “acelerar ainda mais o ritmo de abate voluntário dos motociclos e o uso geral de motociclos eléctricos na comunidade, que levam à melhoria da qualidade do ar e à concretização das metas relativas ao pico de emissões de carbono e à neutralidade carbónica”, afirmou.
O referido plano, que é financiado pelo Fundo para a Protecção Ambiental e a Conservação Energética, é destinado a proprietários de motociclos com matrícula ainda não cancelada e cujo primeiro registo tenha sido efectuado até 30 de Junho de 2009, mas exclui os que tenham obtido uma nova matrícula desde ontem.
Será concedido um valor de 3.500 patacas como montante do apoio financeiro por cada motociclo qualificado para abater e substituído por motociclo eléctrico novo matriculado. Ao mesmo tempo, a fim de aumentar a disposição dos proprietários destes motociclos, os novos motociclos eléctricos adquiridos pelos proprietários beneficiados serão isentos das taxas de emissão da matrícula de experiência, que equivale a 900 patacas, e da primeira matrícula, que é de 3.600 patacas no caso dos ciclomotores e 4.400 patacas no caso dos motociclos.
Após a substituição, os motociclos a abater devem ser entregues no local determinado pela DSPA para efeitos de armazenamento, para evitar qualquer poluição secundária.
Utilização geral de motociclo eléctrico
Reiterando a finalidade de promover o uso de motociclos eléctricos na RAEM, o director da DSPA assinalou que o último plano de subsídio sobre motociclos e ciclomotores com motor a dois tempos obteve uma reacção positiva do público com uma taxa de participação de 52%, e o plano agora lançado visa eliminar os restantes motociclos desse modelo. Além disso, o Governo vai apertar este ano ainda mais os limites de emissão de gases de escape por veículos, para proibir gradualmente a circulação dos veículos que não reúnem os padrões de protecção ambiental.
“Os veículos antigos que usam combustíveis fósseis e produzem mais impacto ao ambiente vão ser eliminados no futuro, com a implementação de mais medidas, e as condições objectivas de protecção ambiental também não os deixam continuar a existir”, afirmou Tam Vai Man.
Relativamente à oferta de motociclos eléctricos no território, o director da DSPA adiantou que se vendem no mercado local de momento 22 modelos de motociclos eléctricos qualificados, esperando que a utilização desse tipo de veículo se torna cada vez mais popular no futuro, fazendo com que os vendedores importem gradualmente mais modelos.
O responsável destacou ainda que este é um plano-piloto com natureza de curto prazo, tomando como referência de experiências de zonas adjacentes, referindo que vai estudar as opiniões da sociedade para ponderar lançar um plano subsidiário permanente e alargar a outras categorias de veículos poluentes.
Para melhor incentivo do uso de motociclos eléctricos, Tam Vai Man afirmou que as autoridades vão reforçar a rede de carregamento através da instalação de mais de equipamentos de carregamento em parques de estacionamento públicos e por instalações de troca de baterias para veículos eléctricos.
De momento, existem nove instalações de troca de baterias em Macau, seis das quais estão localizadas em auto-silos. Tam Vai Man espera que seja possível adicionar mais postos em locais públicos que não afectem o fluxo de pedestres e tráfego, bem como cooperar com os comerciantes para designar um lugar de conservação e troca de baterias, nas lojas de conveniência por exemplo, para facilitar o carregamento dos proprietários de motociclos eléctricos.
PONTO FINAL