Um inquérito realizado pela Associação dos Jovens de Macau Oriundos de Jiangmen (JMYA) e do Fundo de Segurança Social (FSS) revela pouco conhecimento sobre Hengqin entre os jovens de Macau. A falta de informação clara, somada a percepções negativas sobre a região, desencoraja os jovens a investirem na zona. Os responsáveis pelo estudo destacam a necessidade urgente de melhorar a comunicação e promover iniciativas positivas.
A análise de um inquérito realizado pela Associação dos Jovens de Macau Oriundos de Jiangmen (JMYA), com apoio do Fundo de Segurança Social (FSS), revela uma preocupação significativa sobre a falta de conhecimento dos jovens em relação às políticas e oportunidades de desenvolvimento em Hengqin. Um dos principais resultados destaca que mais de 50% dos jovens inquiridos não possuem uma compreensão adequada das políticas implementadas na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, evidenciando a necessidade urgente de intensificar as iniciativas de sensibilização por parte do Governo.
O inquérito, que contou com 524 questionários válidos, indica que apenas 42% dos jovens tinham uma noção geral do plano global para a Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, enquanto 31% dos inquiridos não tinham qualquer conhecimento sobre este. A falta de informações claras e acessíveis acerca das oportunidades de desenvolvimento pode ser um dos factores que desencorajam os jovens a deslocarem-se para Hengqin, apesar da ambição manifestada por muitos.
Além disso, segundo informações avançadas pelo Jornal Ou Mun, o estudo revelou uma percepção estereotipada em relação ao desenvolvimento de Hengqin, onde muitos jovens consideram que a região carece de recursos e de indústrias bem desenvolvidas. Este estigma é agravado pela realidade económica, com preocupações relacionadas com os preços da habitação e os níveis salariais que desincentivam a procura de oportunidades na região.
Os responsáveis pelo inquérito reuniram-se ontem numa conferência de imprensa onde realçaram a importância de criar um ambiente mais favorável e informativo para os jovens. As recomendações apresentadas após a análise dos dados incluem a promoção de um desenvolvimento normativo e a implementação de mecanismos de partilha de dados entre as indústrias de Macau e do interior da China. Tal abordagem procura eliminar a dupla regulamentação que, segundo os responsáveis, limita a inovação e a colaboração mútua.
Investir na promoção de estágios e programas de formação para os estudantes de Macau junto a empresas em Hengqin e incentivar a colaboração entre universidades e indústrias são outros pontos que poderiam facilitar um fluxo mais activo de talentos para a região. Esta última estratégia pretende não apenas combater a falta de informação, mas também criar um espaço onde os jovens possam visualizar o seu futuro profissional como viável e atraente na zona de Hengqin,
Os resultados do inquérito sublinham uma lacuna significativa na comunicação sobre as políticas de desenvolvimento em Hengqin. Se as aspirações dos jovens de Macau para trabalhar e desenvolver-se em Hengqin forem reconhecidas e apoiadas, será crucial proporcionar informações adequadas e criar um ambiente que favoreça a mobilidade e a formação. O desenvolvimento de Hengqin pode ser um passo importante para o futuro dos jovens, mas apenas se houver uma melhoria substancial na compreensão e perceção das oportunidades disponíveis, segundo os líderes da JMYA e da FSS.