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      Ecos de 1999: António Mil-homens apresenta 25 fotografias no aniversário da transição

       

      O poder de eternizar momentos no tempo. Na próxima segunda-feira, às 19h, o Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong inaugurará a mostra “RAEM 25 anos – Memórias de António Duarte Mil-Homens”, celebrando o 25.º aniversário da RAEM. Apresentando 25 fotografias originais de Mil-Homens, capturadas durante o período da transferência de soberania em 1999, a exposição promete reviver momentos marcantes dessa transição histórica e reflectir sobre seu impacto na identidade de Macau.

       

      A fotografia internacional recebe mais uma contribuição de um dos seus mais hábeis praticantes. O Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong será o palco para a inauguração desta mostra fotográfica intitulada “RAEM 25 anos – Memórias de António Duarte Mil-Homens”, no próximo dia 16 de Dezembro, pelas 19h. Um evento organizado pelo Consulado em parceria com o Instituto Português do Oriente (IPOR) e com o apoio institucional da Casa de Portugal em Macau, celebra o 25.º aniversário da criação da RAEM, através de um conjunto de 25 fotografias originais do fotógrafo António Duarte Mil-Homens.

      O trabalho fotográfico de António Duarte Mil-Homens carrega um peso que não é apenas simbólico, pelos temas abordados e impacto das imagens, mas apresenta a bagagem de uma experiência que abrange décadas de prática. Os seus trabalhos são descritos como “documentos históricos irrepetíveis” que, apesar de apresentarem uma “qualidade técnica” afectada pelas condições do tempo e do formato analógico, preservam uma autenticidade inerente. O “grão” visível, característico da fotografia analógica, em muitas dessas imagens acrescenta um carácter distintivo e nostálgico, reflectindo a técnica fotográfica da época e a sua transferência ao digital dos dias de hoje.

      As fotografias, capturadas em 1999, foram inicialmente publicadas na Revista Macau durante a cobertura dos eventos relacionados com a transferência de soberania do território. Além disso, algumas imagens também fazem parte do livro “Macau: Os últimos 100 dias do Império”, da autoria de José Pedro Castanheira, jornalista do Expresso. A reunião dessas obras documentais proporciona um olhar valioso sobre um período histórico e crucial na história de Macau.

      Nascido em Lisboa em 1949, António Duarte Mil-Homens é um fotógrafo essencialmente autodidata que começou a sua carreira em 1974. Com uma vasta experiência que inclui desde a fotografia publicitária até o registo de imagens para instituições académicas, Mil-Homens é um artista prolífico, com 22 exposições individuais e 27 participações em exposições colectivas internacionais. Além disso, o seu papel como docente em cursos de fotografia destaca o seu compromisso com o ensino e a cultura fotográfica em Macau, Portugal e o mundo.

      Esta nova mostra será composta por três segmentos distintos, cada um focando em momentos significativos da transição. O primeiro segmento consiste em fotografias da última reunião do Conselho Consultivo, presidido pelo governador Rocha Vieira, bem como da última sessão solene do Leal Senado e de cerimónias oficiais, como o descerrar de uma placa na Gruta de Camões. Esses momentos capturam a essência do que significou o término da administração portuguesa em Macau e o início de um novo capítulo.

      O segundo segmento retrata a cerimónia de transferência de soberania, um evento marcante que inclui o simbólico arrear das bandeiras de Portugal e do Leal Senado de Macau, seguido do hastear das bandeiras da República Popular da China e da nova RAEM. Aqui, os discursos de figuras proeminentes, como Jorge Sampaio, então Presidente da República de Portugal, e Jiang Zemin, Presidente da República Popular da China, são também destacados.

      Por fim, o último segmento inclui imagens das celebrações que se seguiram à transferência, como a entrada do imponente do Exército Popular de Libertação e as festividades públicas, simbolizando a entrada de Macau numa nova era.

      Com a inauguração desta exposição, celebra-se o legado de António Mil-Homens, ao mesmo tempo que se revivem memórias de um dos momentos mais importantes da história de Macau. Através da sua lente, somos convidados a reflectir sobre a transição e as suas repercussões numa sociedade em constante evolução. A exposição “RAEM 25 anos – Memórias de António Duarte Mil-Homens” não é apenas uma exibição de fotografias; é uma oportunidade de reexplorar e compreender o contexto histórico, a cultura e a identidade de Macau e da China, durante um período de mudanças significativas. A mostra representa, assim, um convite aberto à comunidade para reviver e discorrer sobre os eventos que moldaram o presente da RAEM. A entrada é livre e a mostra ficará patente até o dia 17 de Janeiro de 2025.