O Instituto de Acção Social (IAS) está a alargar a cobertura da base de dados de idosos isolados e famílias com casais de idosos para mais instituições de serviço social no território. Para melhor identificação de idosos isolados, o organismo disse que vai lançar novos programas de serviços. Revelou ainda que está a estudar a viabilidade de contactar os beneficiários que não realizaram a prova de vida ou não renovaram o pedido da assistência e subsídios no prazo estabelecido, através da troca interdepartamental de dados.
As autoridades garantem que estão a optimizar o mecanismo de descoberta de idosos isolados, tendo já melhorado os métodos de recolha de dados da Base de Dados dos Utentes dos Serviços para Idosos Isolados e Famílias com Casais de Idosos, gerida pelo Instituto de Acção Social (IAS). O organismo disse estar a expandir gradualmente a cobertura da base para outras instituições de serviço social em Macau.
Numa resposta à interpelação escrita do deputado Lam Lon Wai, o IAS avançou que, através da cooperação com as instituições de serviço social, foi lançado o programa “Happy Elderly Home”, que é um projecto piloto de serviços de apoio aos seniores isolados que visa “reforçar a detecção de situações de crises dos idosos isolados e das famílias com casais de idosos, bem como os trabalhos de intervenção”. O programa está a funcionar neste momento, na sua primeira fase, na Residência para Idosos, sendo os serviços alargados a outras zonas de Macau no futuro.
O IAS, por outro lado, vai ainda estabelecer, no próximo ano, um projecto piloto do serviço de extensão destinado à detecção dos casos ocultos de idosos isolados, “por forma a identificar proactivamente esses idosos na comunidade”, frisou. Na resposta, acrescentou que as informações dos utentes dos dois serviços acima mencionados serão registadas na base de dados do IAS, servindo para alargar ainda mais a cobertura da mesma.
“O Governo tem vindo a prestar atenção às condições de vida e às necessidades de serviços dos idosos isolados e das famílias com casais de idosos”, assegurou Hoi Va Pou, presidente substituta do IAS, na resposta à interpelação, afirmando que desenvolveu vários serviços e programas de apoio direccionados para prestar assistência na vida diária dos idosos.
O deputado Lam Lon Wai recordou que aconteceram este ano vários casos de morte em casa de idosos que viviam sozinhos, “o que suscitou uma ampla atenção da sociedade e levou os diversos estratos sociais a reflectir sobre a forma de melhorar os serviços destinados a alguns grupos de idosos específicos”.
Lam Lon Wai lamentou as “várias dificuldades” na forma de optimização da atribuição de recursos, da adequação dos serviços e da melhor e mais rigorosa identificação dos casos ocultos na comunidade. O deputado sugeriu mais planos para aumentar a taxa de registo na base de dados dos idosos isolados e a identificação dos casos ocultos.
Na resposta, o IAS indicou ter iniciado, em conjunto com vários serviços públicos e entidades da protecção de dados pessoais, um estudo sobre o recurso à troca de dados no actual quadro legal, de modo a tomar a iniciativa de entender e contactar os beneficiários que não realizaram a prova de vida ou não procederam às formalidades para a manutenção da assistência e subsídios no prazo estabelecido, permitindo assim detectar casos ocultos com necessidades de assistência.
AJUDA DA TECNOLOGIA
O organismo realçou ainda a sua esperança de criar um ambiente de vida inclusivo favorável para os idosos através de tecnologias inovadoras, com intuito de elevar a qualidade de vida das pessoas de terceira idade
Segundo Hoi Va Pou, o Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia tem prestado apoio financeiro a instituições de ensino superior e empresas locais para promover a realização de pesquisas e a construção de plataformas tecnológicas relacionadas com o Big Health.
“Nos últimos anos, foram financiados diversos projectos de investigação e desenvolvimento relacionados com o bem-estar da população idosa e com soluções para um envelhecimento inteligente”, adiantou.
O IAS deu alguns exemplos dos projectos, sublinhando que foi desenvolvida uma “pequena farmácia inteligente de medicina tradicional chinesa”, que permite uma ligação automática entre o sistema de prescrição e o de dispensação de medicamentos. Além disso, foi criada uma metodologia baseada em tecnologia de rastreamento ocular para avaliar a capacidade cognitiva dos idosos, com que é possível prever a probabilidade de problemas cognitivos e facilitar a intervenção e tratamento precoce.
Para o futuro, o Executivo promete a promoção da execução de projectos de investigação voltados para a população idosa, através do incentivo aos investigadores e profissionais da indústria a desenvolverem pesquisas focadas em aplicações práticas, bem como reforço da cooperação regional da investigação científica.