A instalação de dispositivos de protecção contra raios nas Ruínas de São Paulo deverá dar início no próximo ano, revelou o Instituto Cultural. O organismo está a analisar dois planos preliminares possíveis e garante que o pára-raios será instalado nas traseiras de topo das ruínas para minimizar o impacto à paisagem do monumento.
O Instituto Cultural (IC) vai avançar com a instalação de dispositivos de protecção contra raios nas Ruínas de São Paulo, monumento que foi atingido por um raio em meados de Junho, provocando a queda de uma pedra da sua fachada. Leong Wai Man, presidente do IC, disse esperar que o processo da instalação possa começar no início de 2025, desconhecendo-se ainda o prazo de execução e o orçamento do projecto.
O organismo está a colaborar com a Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP) e a Academia do Património Cultural da China no âmbito de um estudo de viabilidade sobre a instalação de um sistema de protecção contra raios nas Ruínas de São Paulo, e apresentou a proposta preliminar ao Conselho do Património Cultural numa reunião plenária realizada na semana passada.
Leong Wai Man revelou que, para o projecto, as autoridades estão a analisar dois planos possíveis, sendo duas opções preliminares que precisam de ser “mais estudadas e melhoradas”. O IC vai decidir e, na fase seguinte, lançar um planeamento e plano de construção, de modo a confirmar o período das obras e o orçamento. Citada pela Rádio Macau em língua chinesa, Leong Wai Man apontou que as duas opções actuais são sistemas passivos de protecção contra raios e que têm a caraterística comum de serem fixados de forma não intrusiva e não destrutiva para o corpo das Ruínas de São Paulo.
“Vai haver alguns dispositivos de cinta de cobre que se colocam principalmente no topo das Ruínas de São Paulo. Vamos adoptar métodos de instalação que não exigem trancar os dispositivos com bloqueio. Todos são reversíveis”, afirmou a também vice-presidente do Conselho do Património Cultural. Acrescentou ainda que o pára-raios se situará na parte traseira das ruínas, e que “a localização dos dispositivos foi examinada, atrás da fachada, pelo que é praticamente imperceptível para os turistas ou para o público no seu caminho a subir para as ruínas”.
A responsável indicou que os dois planos demonstraram ter um impacto mínimo na paisagem do monumento e foram aprovados pelo próprio IC, DSOP e Academia do Património Cultural da China. O Conselho do Património Cultural “concordou com a proposta da instalação de um sistema de protecção contra raios que tem em conta factores ambientais, como a paisagem, esperando que o IC possa implementar as medidas de protecção relevantes o mais rapidamente possível”, pode ler-se num comunicado do organismo.
Novo centro de preservação do Património Cultural
Por ocasião da 5.ª reunião plenária do Conselho do Património Cultural deste ano, o IC apresentou ainda a situação da instalação e a utilização do espaço do Centro de Preservação e Transmissão do Património Cultural do Museu do Palácio de Macau, projecto que colabora com o Museu do Palácio, a Cidade Proibida, de Pequim.
Leong Wai Man adiantou que o referido centro será localizado dentro do Museu de Arte de Macau e pretende abrir as portas ao público ainda no final deste ano. O espaço terá uma área de exposição, uma área de restauração para património cultural e uma área de exposições dedicadas à indústria cultural e criativa.
O IC, por outro lado, vai iniciar este ano o processo de consulta pública sobre a classificação do primeiro grupo de bens móveis de interesse cultural de Macau, bem como a inscrição de um novo grupo de itens na Lista do Património Cultural Intangível.
Nesse sentido, Leong Wai Man explicou que, ao abrigo da lei de Salvaguarda do Património Cultural, a classificação dos bens móveis de interesse cultural abrange exclusivamente os que são detidos pelos serviços públicos, incluindo livros e documentos, materiais audiovisuais e antiguidades.
As autoridades já procederam a um levantamento dos bens móveis de interesse cultural do IC e o primeiro grupo abrangerá principalmente os que se encontram no Museu de Macau. Para o trabalho, o IC criou também uma plataforma para que outros serviços públicos possam submeter informações sobre os bens móveis que poderão ser classificados, de modo a facilitar a avaliação do IC.