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      Aumento dos preços dos bens essenciais está a preocupar a sociedade, diz Associação dos Moradores  

       

      A União Geral das Associações dos Moradores alertou para o aumento dos preços de bens de primeira necessidade em Macau. A associação assinala que a maioria dos residentes não viu alterações nos rendimentos e alguns até viram os rendimentos baixar nos últimos anos. Em sentido contrário, os preços de alguns alimentos essenciais e medicamentos subiram até 5% desde o início do ano, nota a associação, que pede inspecções no custo de venda dos alimentos e combustível.

       

      Os residentes de Macau sentem pressão porque os preços de vários produtos dispararam, incluindo os preços de bens de primeira necessidade, de refeições adquiridas fora de casa e as despesas de combustível, concluiu a União Geral das Associação dos Moradores (UGAMM), após a realização de uma investigação dos preços de retalho no território nos últimos meses.

      A UGAMM apontou que os preços aumentaram em Macau como resultado do regresso à normalidade das actividades sociais e económicas desde o relaxamento das medidas de entrada e saída, em Janeiro. Segundo a associação, citada pelo Jornal do Cidadão, o crescimento dos preços está a preocupar os cidadãos, nomeadamente dos alimentos, produtos diários e medicamentos, alguns dos bens viram o preço subir mais de 5%, enquanto outros preços de produtos do dia-a-dia mantêm-se elevados.

      A investigação dos preços da associação descobriu ainda que há uma diferença significativa, de até quatro vezes, entre o preço de importação, o preço por atacado e o preço de venda de carnes e vegetais no mercado. A mesma situação acontece também no combustível do gás de petróleo liquefeito, gasolina sem chumbo e ‘diesel’ para veículos, tendo verificado uma diferença de quase três vezes entre o valor de importação e venda do gás de petróleo liquefeito.

      Recorde-se que, de acordo com os dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos, o índice de Preços no Consumidor Geral registou, em Abril, um aumento de 0,15% em termos mensais, e de 0,85% face ao mesmo período do ano passado, devido à ascensão dos preços de produtos hortícolas e da fruta, bem como bebidas.

      “A taxa de inflação parece ser moderada, mas uma observação cuidadosa mostra que o índice de preços tem vindo a aumentar durante vários meses. Por outro lado, a remuneração dos residentes foi afectada pela pandemia, os trabalhadores, em geral, não receberam aumentos salariais há três anos e muitos ainda estão desempregados ou tiveram o salário reduzido”, observou a associação também conhecida como “Kaifong”.

      Uma vez que o rendimento dos cidadãos permanece inalterado ou até diminuiu, e ainda é preciso enfrentar preços elevados, tal “não só coloca pressão sobre a vida dos moradores, levando a um declínio na capacidade de consumo, mas também reduz a qualidade de vida. A vida é ainda mais difícil para os grupos desfavorecidos”, frisou.

      Bell Cheong Sok Leng, subdirectora da associação, instou assim o Governo a promover activamente a legislação da Lei Anti-Monopólio e da Lei da Concorrência Leal, tendo por base a Lei de protecção dos direitos e interesses do consumidor, com vista a conter o fenómeno de lucros enormes.

      “A região vizinha [Hong Kong] foca-se nos bens de primeira necessidade com inspecções, nomeadamente em relação aos produtos do dia-a-dia, como pão, entre outros, e isso permite reflectir mais adequadamente os preços e perceber melhor as oscilações que existem nestes produtos do dia-a-dia. Sugerimos que o Governo tome isso como exemplo”, propôs Bell Cheong.

      A mesma organização tinha já conduzido anteriormente um inquérito que revelou que 55% dos residentes entrevistados relatavam uma subida dos preços depois do lançamento do cartão de consumo.

      Para além de pedir uma abertura do mercado de fornecimento local de carne de porco e da divulgação dos detalhes da renovação do contrato de exclusividade do matadouro, a porta-voz sublinhou a necessidade de o Governo reforçar a fiscalização dos produtos combustíveis. Bell Cheong salientou que o facto de o preço da gasolina não seguir devidamente o ajustamento internacional tem sido criticado pela sociedade durante muitos anos, e por isso sugeriu um regulamento para vincular aos preços internacionais da gasolina para determinar o preço em Macau, propondo também a inclusão da venda de combustível no sistema de exclusividade do público e introduzir a gasolina sem chumbo 95 para escolha dos moradores.

      Ponto Finalhttps://pontofinal-macau.com
      Redacção do Ponto Final Macau