Edição do dia

Segunda-feira, 29 de Maio, 2023
Cidade do Santo Nome de Deus de Macau
céu pouco nublado
28.9 ° C
34.4 °
28.9 °
74 %
3.1kmh
20 %
Seg
30 °
Ter
32 °
Qua
32 °
Qui
32 °
Sex
32 °

Suplementos

PUB
PUB
Mais
    More
      Início Sociedade Morreu o jornalista Ribeiro Cardoso  

      Morreu o jornalista Ribeiro Cardoso  

      O profissional da comunicação social passou por Macau entre 1989 e 1993 onde integrou o quadro redactorial do semanário Comércio de Macau, do qual foi director-adjunto. Foi ainda freelancer e correspondente do Jornal do Notícias e da RDP na Ásia, bem como autor e apresentador do talk-show “Frente-a-Frente” transmitido na Teledifusão de Macau. Em 1995, foi co-autor, com Rogério Beltrão Coelho, do filme “Exílio Dourado em Macau” que aborda o quotidiano dos portugueses em Macau.

       

      O jornalista português Albino Ribeiro Cardoso morreu, na passada quinta-feira, aos 77 anos, revelou, em comunicado, a Associação 25 de Abril, que o considerou “um civil de Abril”. “Jornalista prestigiado, militante de sempre do 25 de Abril, o Ribeiro Cardoso é bem um exemplo de um civil de Abril, sempre na luta por um Portugal mais livre, mais democrático, justo, solidário e em paz”, sublinhou a entidade presidida por Vasco Lourenço.

      Ainda na mesma nota, é referido que Ribeiro Cardoso estava “permanentemente disponível para colaborar nas actividades da Associação 25 de Abril”. “Deixa-nos mais pobres, como mais pobres ficam os seus familiares e amigos e também Portugal”, acrescenta o mesmo comunicado.

      Ribeiro Cardoso nasceu no Porto a 16 de Maio de 1945. Licenciado em Filologia Germânica, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, iniciou a carreira profissional em 1971 no Diário de Lisboa, de onde saiu em 1988. Foi fundador do semanário O Jornal, trabalhou, entre outros, no Diário, no Europeu e na RTP, onde foi coordenador de programas.

      Entre 1989 e 1993 foi jornalista em Macau, tendo integrado o quadro redactorial do semanário Comércio de Macau, do qual foi director-adjunto. Foi ainda freelancer e correspondente do Jornal do Notícias e da RDP na Ásia. Foi autor e apresentador do talk-show “Frente-a-Frente”, que a Teledifusão de Macau (TDM) teve no ar durante três meses.

      Arrecadou o Prémio Macau de Jornalismo em 1992, promovido pelo Clube de Jornalistas, para o melhor trabalho sobre o território publicado nesse ano na imprensa de língua portuguesa “Stanley Ho: um Império de 200 Milhões”, que foi publicado na revista do semanário Expresso.

      Em 1995, foi co-autor, com Rogério Beltrão Coelho, do filme “Exílio Dourado em Macau”, realizado por Manuel Tomás e exibido igualmente pela TDM, uma curta-metragem de 57 minutos – apoiada pelo IPACA e pela STDM – que aborda o quotidiano dos portugueses em Macau. No território, também foi sócio-fundador do Clube de Jornalistas Luso-Chinês, do qual veio a ser vice-presidente da Direcção e Presidente da Assembleia Geral.

       

      A SUPREENDENTE PARTIDA DO “BININHO”

       

      Em declarações ao PONTO FINAL, o jornalista Rogério Beltrão Coelho, amigo de longa data, lembra “o bom amigo e um grande profissional” que Ribeiro Cardoso sempre foi. “Embora me encontre em Portugal fui completamente apanhado de surpresa com a partida do Ribeiro Cardoso. Estava nos nossos planos encontrarmo-nos um dia destes para pôr a conversa em dia e trocarmos impressões sobre a actualidade, como fazíamos sempre”, começou por dizer, admitindo que acompanhava o estado de saúde do amigo “Bininho” (como o tratavam os amigos) nos últimos anos e as sequelas que o iam marcando, contudo, confessa, “não estava à espera de um desfecho desta natureza”.

      Beltrão Coelho não tem dúvidas que Ribeiro Cardoso “deixou uma marca profissional em Macau”. “Nos jornais e na televisão. Um grande profissional e um trabalhador incansável, a que se juntava um talento e uma criatividade imparáveis. O que o levou – com uma participação mínima da minha parte – a produzir um filme muito interessante sobre os expatriados em Macau”, lembra.

      Ribeiro Cardoso foi ainda “um colaborador muito activo da revista Macau (II Série), assinando algumas das reportagens e entrevistas mais interessantes, bem documentadas e completas, tanto sobre Macau como em diversos países do Extremo Oriente, publicadas nos anos 90”.

      Era, enfatiza Beltrão Coelho, “um homem de convicções e com preocupações sociais muito marcantes, que fazia da amizade um código de honra”. “É com profunda tristeza e um sentimento de perda inesperada que vejo partir alguém de quem tive o prazer e oportunidade de ser muito amigo”, concluiu.

      Foi distinguido, em 1987, com o Prémio Gazeta Televisão do Clube de Jornalista, pelo filme-reportagem “O Pinta do Intendente”, assim como o Prémio Especial de Televisão, instituído pela McCan Erickson. Em 1988, juntamente com os jornalistas Carlos Narciso e Paulo Dentinho, integrou uma equipa da RTP que assinou uma série de 13 programas intitulada “Portugueses de Sucesso”.

      Presidiu ao Conselho Técnico e de Deontologia do Sindicato dos jornalistas, em 1981 e 1982, foi vice-presidente da direcção, de 1987 a 1988, e membro do Conselho Geral, de 2002 a 2012.

      O velório de Ribeiro Cardoso realizou-se sexta-feira na Igreja do Parque das Nações, e o funeral no sábado, tendo o corpo sido cremado no Cemitério dos Olivais, em Lisboa.