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      PJ diz que universitários do Continente não estão em alerta para burlas

      A Polícia Judiciária voltou a alertar para os casos de burla telefónica e informática. Entre os casos de fraudes telefónicas em Macau, as mulheres e os alunos universitários, nomeadamente os oriundos do interior da China, são os que registam mais prejuízos. As autoridades consideram que os jovens do Continente não estão bem informados sobre as burlas devido sobretudo a diferenças culturais e por estarem concentrados nos exames.

      Macau registou recentemente um aumento acentuado dos casos de burlas telefónicas, tendo as autoridades policiais instaurado nos últimos dois meses 39 processos de investigação relacionados a diferentes tipos de esquemastelefónicos. De acordo com a Polícia Judiciária (PJ), a maioria das vítimas é do sexo feminino, e mais de 40% são estudantes universitários, com 17 lesados entre Janeiro e Fevereiro deste ano, a maioria proveniente do interior da China.

      “A maioria dos alunos burlados são jovens da China Continental que estudam nas faculdades de Macau. Os estudantes do Continente são culturalmente e cognitivamente diferentes dos alunos de Macau, e estão mais focados nos exames, não recebem informações suficientes sobre aprevenção de fraudes”, analisou Long Hon Wai, chefe da Divisão de Investigação de Crimes Informáticos da PJ.

      Por ocasião do programa matinal Fórum Macau da Rádio Macau em língua chinesa, o porta-voz do organismo salientou que a situação de burlas contra universitários merece elevadaatenção da sociedade, considerando que os alunos do Continente dedicam mais do seu tempo à preparação das provas, particularmente provas nacionais para admissão à faculdade.

      Long Hon Wai revelou ainda que o volume de 39 casos de burla telefónica recebidos pela PJ representa uma subida de quatro vezes em relação ao período homólogo do ano passado, totalizando-se um prejuízo monetário de 6,2 milhões de patacas. E estão cada vez mais frequentes as burlas que simulam chamadas telefónicas de funcionários da Polícia, Procuradoria e Tribunal do interior da China, segundo a polícia.

      Já a chefe da Divisão de Ligação entre Polícia e Comunidade e Relações Públicas da PJ, Chiu Chu Wai Man,destacou paralelamente que é mais fácil os alunos universitários esquecerem-se das informações e alertas anti-fraude, por estarem ocupados com os estudos.Recebemmuitas informações a toda a hora e podem escolher o conteúdo que preferem ver, referiu.

      Face à elevada incidência de universitários envolvidos nestes esquemas, Chiu Chu Wai Man garantiu que a PJ realizou reuniões de emergência com as instituições de ensino superior de Macau e tem mantido uma estreita comunicação com as faculdades. “Quando há casos suspeitos de alunos terem sido enganados, vamos contactá-los e comunicar com as instituições para interromper as transferências bancárias. Estamos também a organizar pequenas reuniões nas residências universitárias, na esperança de sensibilizar o maior possível os alunos na prevenção de burlas”, sublinhou.

      É de salientar que o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, alertou também para o aumento de crimes informáticos, apontando que a principal razão para a elevada e continuada ocorrência dos crimes ligados às burlas de telecomunicações é, sem dúvida, “a fraca consciencialização” de alguns cidadãos.

      Wong Sio Chak advertiu que há na sociedade uma falta de consciência para a segurança no uso das ferramentas de comunicação, o que está a oferecer “oportunidades de acção aos criminosos”, e pediu à população que esteja atenta às informações anti-burla.

      Recorde-se que a polícia está a investigar quatro casos recebidos nos últimos dois dias de burlas telefónicas, em que os burlões fingiram ser funcionários das autoridades chinesas e alegaram que os lesados estavam envolvidos na investigação criminal. Os casos provocaram perdas de 4,4 milhões de patacas, tendo uma universitária do Continente sido lesada 800 mil renminbis.

      Para além de burlas telefónicas, a PJ revelou que aumentou a ocorrência das burlas online durante os últimos três anos de pandemia. Foram instaurados 73 processos de investigação de Janeiro a Fevereiro deste ano, que envolveram um prejuízo de cerca de 13 milhões de patacas.

      As autoridades policiais realçaram que as armadilhas online são frequentemente relativas às burlas de namoro online, burlas que envolvem investimento, compras online, falsa prestação de serviços sexuais, e até emprego em regime de tempo parcial para “aumentar o registo das encomendas” de um determinado portal de compras.