A Coreia do Sul e os Estados Unidos concordaram em “expandir e fortalecer o nível e a escala” dos seus exercícios militares conjuntos para enfrentar as “provocações contínuas” de Pyongyang, segundo um comunicado conjunto ontem divulgado.
Para Seul, o objectivo é tranquilizar a opinião pública, que se tem mostrado inquieta relativamente aos compromissos dos EUA com a dissuasão do uso deste tipo de armamento, depois de Pyongyang ter declarado, em 2022, ser uma “potência nuclear irreversível”.
As tensões militares na península coreana aumentaram acentuadamente no ano passado: apesar das sanções internacionais, a Coreia do Norte realizou um número recorde de testes de armas, incluindo um que constituiu o seu mais avançado míssil balístico intercontinental (ICBM) até agora.
Em 26 de Dezembro, cinco drones norte-coreanos entraram no território da Coreia do Sul, um incidente sem precedentes em cinco anos que levou Seul a enviar caças aéreos em resposta.
O reforço da cooperação entre Washington e Seul é necessário face às “mudanças no ambiente de segurança”, disse Lee Jong-sup numa conferência de imprensa, referindo-se às “recentes tentativas da Coreia do Norte de reforçar os seus programas nuclear e de mísseis”.
Os dois aliados vão organizar em Fevereiro um “exercício de simulação” para melhorar a sua comunicação na “dissuasão e opções de resposta” às ameaças nucleares colocadas por Pyongyang na península.
As operações conjuntas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul desagradam à Coreia do Norte, que as considera provas de uma invasão iminente e frequentemente responde com ameaças e manobras militares.
Esta foi a terceira visita de Lloyd Austin a Seul como secretário de Defesa dos Estados Unidos e terminou com uma reunião, ontem de manhã, com o Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, que insinuou este mês estar a pensar em desenvolver armas nucleares próprias. Essa foi a primeira vez em décadas que um líder sul-coreano avançou essa possibilidade, um sinal de que as preocupações com o envolvimento dos EUA estão a crescer. No entanto, Yoon acabou por recuar, sublinhando que a Coreia do Sul é contra a proliferação de armas nucleares.
Por sua vez, Austin reiterou ontem o compromisso dos Estados Unidos para com a Coreia do Sul, afirmando que o arsenal norte-americano, nomeadamente as suas armas nucleares, já dissuadiram vários ataques contra os seus aliados.
Lusa