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      InícioSociedadeSuspeito de homicídio no Cotai detido na província de Hunan

      Suspeito de homicídio no Cotai detido na província de Hunan

      A Polícia Judiciária anunciou ontem a detenção do alegado autor do homicídio de duas mulheres num quarto de hotel no Cotai, que foram encontradas nuas e deitadas junto à janela. Segundo as autoridades, o indivíduo terá usado um cinto de roupão para estrangular até à morte as vítimas, que se tinham deslocado ao local do crime separadamente, uma para efectuar troca de dinheiro e outra para prestar serviços sexuais. O suspeito fugiu de seguida e passou por várias cidades no interior da China, e acabou por ser detido ontem na província de Hunan.

       

      Foi detido ontem de manhã, na província de Hunan, o homem suspeito de ter sido o autor do homicídio de duas mulheres há dez dias num quarto do Hotel MGM Cotai. Segundo as informações da detenção, o detido, com 34 anos de idade, é oriundo do interior da China, e esteve na RAEM desde o dia 29 do mês passado até ao dia 7 deste mês, tendo fugindo para o Continente logo após o crime.

      De acordo com a investigação realizada pela Polícia Judiciária (PJ), durante a sua estadia em Macau, o indivíduo tinha-se hospedado com registo do seu próprio nome em vários quartos de hotel de diversas zonas do território e foi apostar em casinos. No entanto, no dia 5 do mês, o suspeito mudou-se “deliberadamente” para outro quarto num hotel no Cotai onde se registou com um nome falso.

      A PJ constatou que o homem tinha chamado uma das vítimas para o local do crime para efectuar o câmbio de moedas pelas 21h00 do mesmo dia. Ao contrário da mulher, que não teve mais registo de movimentos fora do quarto após ter entrado, o suspeito saiu do local à 1h00 de manhã do dia seguinte para jogar num casino perto do hotel.

      Segundo os registos de troca de fichas neste casino, o homem tocou fichas com cerca de 600 mil dólares de Hong Kong para apostar, tendo posteriormente perdido todo o dinheiro dentro de algumas horas.

      Por volta das 4h00 da madrugada do dia 6, o sistema de videovigilância da entrada do hotel indicou que o alegado autor do homicídio tinha entrado no quarto acompanhado por uma outra mulher, e tinha ido embora do hotel cerca de duas horas depois através de um táxi. Depois disso, não se registou mais nenhuma entrada no quarto, segundo a PJ, e o homem acabou por sair do território às 7h35 do mesmo dia através das Portas de Cerco.

      Segundo as autoridades policiais, o respectivo hotel recebeu, cerca de 20 horas após a saída do homem, uma queixa sobre o registo de alojamento no hotel, pelo que os funcionários foram ao quarto para verificar a situação, descobrindo os cadáveres das mulheres sem roupa junto à janela.

      Os peritos da investigação referem que as duas vítimas foram mortas por estrangulamento no pescoço com um cinto de roupão, mas sem lesões óbvias nos seus corpos que pudessem indicar qualquer tipo de resistência. A polícia acredita que a primeira mulher que entrou no quarto morreu entre as 21h00 do dia 5 e a 1h00 do dia 6, enquanto a segunda morreu após um intervalo entre quatro e seis horas.

      As duas vítimas do homicídio tinham ambas cerca de 30 anos de idade, provenientes do interior da China. A investigação preliminar da polícia mostrou que a primeira mulher dedicava-se ao câmbio ilegal de moeda, e a segunda era alegadamente uma prostituta.

      Durante a conferência de imprensa de ontem, a PJ salientou que o suspeito tinha procedido a uma limpeza do local de crime, e usava perucas e chapéus quando estava fora do quarto para dificultar a sua identificação, segundo as autoridades.

      Depois de ter saído de Macau, o indivíduo fugiu para o Continente e deslocou-se a várias cidades, tendo sido detido finalmente numa vila da província Hunan. Os motivos concretos da prática do crime ainda necessitam de investigação mais aprofundada. Quanto à questão da eventual transferência do detido para ser julgado na RAEM, a PJ disse que vai continuar a comunicar com as autoridades do Continente para discutir o assunto.

      A viagem realizada no final do mês passado não foi a primeira deslocação do indivíduo a Macau, que tinha entrado no território também em Março. Recorde-se que as autoridades policiais de Hunan tinham emitido um aviso de recompensa de detenção do suspeito com um prémio até 50 mil renminbis, tendo ainda despachado mais de 700 agentes para realizar a operação de detenção realizada ontem de manhã.

       

      PONTO FINAL