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      Início Sociedade Pereira Coutinho preocupado com o tratamento dados às máscaras descartáveis

      Pereira Coutinho preocupado com o tratamento dados às máscaras descartáveis

      Numa interpelação escrita ao Governo, o deputado exorta o Executivo a assumir as suas responsabilidades e agir de imediato, dando tratamento adequado ao material médico, principalmente em relação aos milhões de máscaras descartáveis usadas desde o início da pandemia.

      O deputado da Assembleia Legislativa José Pereira Coutinho interpelou ontem o Governo liderado por Ho Iat Seng sobre o tratamento a dar ao material médico usado durante a pandemia de Covid-19, com principal enfoque nas máscaras faciais usadas para protecção da população. “As máscaras passaram a ser um acessório indispensável no dia-a-dia dos residentes de Macau. O Governo da RAEM deve aplicar a estas máscaras o método de tratamento usado para as máscaras nas instalações médicas, instalando caixotes específicos na comunidade e nos edifícios, para facilitar a recolha das máscaras descartadas e prevenir o seu abandono arbitrário”, afirmou o português.

      Dados oficiais dos Serviços de Saúde revelam que, desde o início da pandemia e após a primeira ronda de fornecimento de máscaras a 23 de Janeiro de 2020, já foram vendidas mais de 200 milhões de máscaras, um número assustador e preocupante quando se fala em questões ambientais e de sustentabilidade. Pereira Coutinho considera mesmo que o adereço tem de ser encarado como “substância perigosa”. “Os serviços competentes devem considerar que todas as máscaras descartadas são iguais às máscaras descartadas nas instalações médicas, ou seja, são substâncias perigosas, e devem ser tratadas de forma segura e transportadas para a Estação de Tratamento de Resíduos Especiais e Perigosos de Macau, no sentido de eliminar, o mais possível, os meios de transmissão do vírus”, fez notar o deputado.

      A situação revela-se preocupante, não só em Macau, mas em todo o mundo. Serão, certamente, muitos milhões de máscaras usadas em ano e meio de pandemia, o que torna a questão, afirma Pereira Coutinho, “um dos temas importantes que suscitaram a atenção do mundo”. “Face ao aumento contínuo do número de máscaras descartadas e a situação epidémica, que ainda não está atenuada, o Governo da RAEM deve tomar como referência as soluções adoptadas por outros países em relação ao tratamento, à reciclagem e à reutilização das máscaras usadas por não infectados, no intuito de substituir a actual forma de tratamento através da central de incineração, que polui o ambiente”, sugere ainda Pereira Coutinho que acusa o Governo de ainda não ter uma solução apropriada para o tratamento de grande quantidade desses artigos médicos.

      O deputado relembrou que a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) limitou-se a referir, recentemente, numa nota de imprensa que “recomenda-se que os cidadãos observem as instruções fornecidas pelos departamentos municipais e de saúde, descartando correctamente as máscaras nas instalações de recolha de resíduos”, mas aponta o dedo à entidade por não dar “instruções claras sabre o tratamento dos artigos médicos, como as máscaras usadas, nem sobre os caixotes para depósito de máscaras, nem sequer sobre o tratamento adequado dos artigos que apresentam grande possibilidade de transmitir o vírus”.

      Paralelamente a isso, do ponto de vista ambiental, a decomposição de uma máscara na natureza demora, no mínimo, 450 anos, revelam dados de especialistas europeus. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já veio, publicamente, sugerir que as máscaras descartáveis sejam tratadas independentemente dos resíduos domésticos, algo que, nas palavras do deputado, não tem acontecido por Macau.