Edição do dia

Segunda-feira, 10 de Fevereiro, 2025
Cidade do Santo Nome de Deus de Macau
céu limpo
13.9 ° C
13.9 °
13.9 °
72 %
5.7kmh
0 %
Seg
17 °
Ter
18 °
Qua
20 °
Qui
19 °
Sex
17 °

Suplementos

PUB
PUB
Mais
    More
      InícioSociedadeRon Lam propõe reforma nos critérios de assistência médica aos pacientes em...

      Ron Lam propõe reforma nos critérios de assistência médica aos pacientes em diálise

       

      Ron Lam enfatizou a necessidade de reformar os critérios de assistência médica em Macau, especialmente para pacientes em diálise. O aumento do número de doentes renais e os altos custos do tratamento, que podem chegar às 3.000 patacas por sessão, têm gerado pressão financeira sobre as famílias.

       

      O deputado Ron Lam exprimiu recentemente a sua preocupação com o aumento contínuo de doentes renais no sistema de saúde, destacando a pressão financeira insustentável que as famílias desses pacientes sofrem devido aos elevados custos dos tratamentos de diálise. Segundo dados consultados, em 2023, Macau registou 129.859 consultas de diálise, o que reflecte uma tendência de crescimento no número de doentes, que chegou a 832 em tratamento, mantendo uma trajectória ascendente por 13 anos consecutivos. Em 2022, foram realizados 136.358 tratamentos, o que representa um aumento de 1,7 vezes em relação a 2010.

      Conforme os dados apresentados pelo deputado, um único tratamento de diálise no Hospital São Januário custa cerca de 700 patacas por sessão, enquanto em hospitais privados esse valor pode chegar a 3.000 patacas. Assim, o gasto mensal com diálise pode ultrapassar 8.000 patacas, gerando um fardo financeiro significativo para os doentes renais e suas famílias. Lam questionou as autoridades sobre a possibilidade de reavaliar os critérios de assistência médica, visando facilitar o acesso ao tratamento para pacientes com dificuldades financeiras, conforme previsto na lei, revelou.

      Ron Lam chamou a atenção para a necessidade de uma revisão dos critérios de assistência médica, que, segundo relatos, têm se tornado mais rigorosos nos últimos anos. Argumentou que a aplicação de critérios de pobreza financeira, definidos pelo Instituto de Acção Social, inviabiliza o acesso ao tratamento a doentes que ainda mantêm alguma poupança, exigindo que esgotem as suas economias antes de serem elegíveis para a assistência médica gratuita. Muitos residentes, segundo Lam, afirmam que o actual sistema obriga os doentes crónicos a gastar as suas poupanças, o que gera uma sensação de insegurança financeira ainda maior.

      No contexto da doação de órgãos, Lam realça os desafios enfrentados pelos doentes em obter transplantes. Embora um sistema de registo voluntário de doações tenha sido estabelecido em 2018, os números permanecem baixos, com apenas 6.342 registos até Janeiro de 2025, representando cerca de 1% da população local. Dos registos, apenas 4.322 pessoas concluíram os procedimentos pessoalmente. O deputado questiona quando as autoridades irão implementar melhorias nesse sistema e tornar público o processo de doação e transplante, de forma a esclarecer os procedimentos e aumentar a transparência junto à população.

      Ainda sobre a doação de órgãos, Lam salienta que, nos primeiros dois meses após o lançamento do sistema de registo, mais de 3.000 pessoas inscreveram-se. Contudo, a taxa de efetivação continua bastante baixa, sem que nenhuma doação cadavérica tenha sido realizada desde que o sistema foi implementado. O deputado pede esclarecimentos sobre as medidas que o Governo pretende tomar para melhorar a situação e garantir que os doentes tenham acesso a um tratamento que efectivamente atenda às suas necessidades.

      Com isto, Ron Lam reforça a importância de reestruturar o sistema de doação de órgãos, enfatizando que a doação de órgãos de cadáveres é a única alternativa viável para muitos doentes renais. Questiona também a revisão urgente das políticas e procedimentos relacionados à saúde, reiterando que as despesas médicas anuais do Governo são de cerca de 12 mil milhões de patacas, cerca de 20 mil patacas per capita, mas com um modelo de assistência que não acompanhou o crescimento demográfico e as necessidades da população. Lam questiona se o Governo pretende desenvolver um modelo sustentável de financiamento dos cuidados de saúde que atenda às exigências sociais contemporâneas.