Dez dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU lançaram ontem um apelo à Coreia do Norte para abandonar o programa de mísseis balísticos. “Este lançamento, que se vem juntar aos mais de 100 mísseis balísticos desde 2022, constitui uma clara violação de múltiplas resoluções do Conselho de Segurança da ONU (…) e ameaça minar o regime internacional de não-proliferação”, diz a declaração.
Dez dos 15 membros do Conselho de Segurança da ONU apelaram ontem à Coreia do Norte para abandonar o programa de mísseis balísticos, condenando o lançamento de um míssil intercontinental no final de Outubro.
Numa declaração conjunta, os 10 membros do Conselho (Coreia do Sul, Equador, Eslovénia, Estados Unidos, França, Japão, Malta, Reino Unido, Serra Leoa e Suíça), bem como a Dinamarca, Grécia e Panamá, que se juntarão ao órgão máximo da ONU em janeiro, afirmaram que “condenam com a maior veemência o lançamento pela Coreia do Norte de um míssil intercontinental a 30 de Outubro”.
“Este lançamento, que se vem juntar aos mais de 100 mísseis balísticos desde 2022, constitui uma clara violação de múltiplas resoluções do Conselho de Segurança da ONU (…) e ameaça minar o regime internacional de não-proliferação”, acrescentou a declaração conjunta lida à imprensa pelo embaixador adjunto dos Estados Unidos junto da ONU, Robert Wood, ladeado por representantes dos outros países signatários.
O texto especifica que, em resposta a este lançamento, os Estados Unidos propuseram que o Conselho aprovasse uma declaração constatando a violação pela Coreia do Norte das resoluções do órgão, uma declaração que exige o consenso dos 15 membros. “Mas dois membros do Conselho recusaram-se a juntar-se a uma denúncia unânime”, indicou o mesmo texto, que não nomeia os Estados em causa, mas os Estados Unidos e outros membros do Conselho acusam regularmente a Rússia e a China de protegerem a Coreia do Norte. “Apelamos à República Democrática da Coreia do Norte para que regresse à mesa das negociações, cumpra as suas obrigações no âmbito de numerosas resoluções do Conselho de Segurança da ONU e abandone os seus programas de armas de destruição maciça e de mísseis balísticos”, acrescentou a declaração conjunta.
O texto não faz referência ao facto de Pyongyang ter disparado ontem uma salva de mísseis balísticos de curto alcance, segundo o exército sul-coreano, poucas horas antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos.
A Coreia do Norte está sujeita a sanções internacionais desde 2006, que foram ampliadas três vezes em 2017. Desde então, o Conselho de Segurança não conseguiu chegar a uma posição unida.
Em Maio de 2022, a China e a Rússia vetaram uma resolução que impunha novas sanções a Pyongyang e, desde então, não foi aprovada qualquer resolução ou declaração do Conselho de Segurança sobre esta matéria. Lusa