Toda a população de Hong Kong deve submeter-se a três testes de despistagem à covid-19 em Março, anunciou ontem a líder do Executivo da região administrativa especial chinesa, que atravessa a pior vaga desde o início da pandemia.
“Aqueles que não se submeterem ao teste serão responsabilizados”, disse Carrie Lam, ao mesmo tempo que comunicava que os funcionários da China continental estavam agora a coordenar a política de luta contra a doença covid-19 no território.
A cidade de Hong Kong, uma das mais densamente povoadas do mundo, enfrenta uma quinta vaga de infecções pelo novo coronavírus, a pior desde o início da pandemia, com milhares de casos todos os dias. “O rápido agravamento da epidemia excedeu em muito a capacidade do governo de Hong Kong para enfrentar esta situação. O apoio do Governo Central é, portanto, essencial para combater o vírus”, afirmou Carrie Lam aos jornalistas, acrescentando que o chefe do gabinete de ligação de Pequim, Xi Baolong, será o responsável pela política de saúde do território.
Segundo as novas regras, os 7,4 milhões de residentes terão de se submeter a três rondas de testes obrigatórios em Março. Os testes vão ser repartidos por vários dias e os residentes terão também de se submeter diariamente a testes rápidos de antigénios em casa.
As escolas e muitas actividades comerciais, tais como ginásios, bares e salões de beleza, vão permanecer fechados até ao final de Abril, enquanto os estabelecimentos de ensino vão ser transformados em centros de testes. Os voos de nove países, incluindo Reino Unido, Estados Unidos e França, continuam interditos.
Carrie Lam confirmou também que Hong Kong se vai manter fiel a uma política de isolamento de pessoas que apresentem testes positivos à covid-19, mesmo as assintomáticas, em centros de quarentena construídos com a ajuda das autoridades chinesas.
Hong Kong vai distribuir até 10 mil dólares para estimular consumo
Hong Kong anunciou ontem que vai distribuir vales eletrónicos até 10 mil dólares à população para estimular o consumo, quando atravessa a pior vaga da covid-19 desde o início da pandemia.
O programa, no valor de 66,4 mil milhões de dólares de Hong Kong, faz parte do orçamento da região semiautónoma chinesa para 2022, apresentado pelo secretário das Finanças do Governo local, Paul Chan. O orçamento inclui ainda um “fundo anti-pandemia” de 64 mil milhões de dólares de Hong Kong e uma verba de 20 mil milhões de dólares para apoiar pessoas e empresas mais afetadas pelos surtos.
Com cerca de sete milhões de habitantes, a região enfrenta uma quinta vaga de infecções pelo novo coronavírus, a pior desde o início da pandemia, com milhares de casos todos os dias. Chan garantiu que Hong Kong vai “controlar gradualmente” a propagação da covid-19, algo que permitirá também o reinício das viagens sem quarentena de e para a China e região vizinha de Macau, suspensas desde março de 2020.
O secretário das Finanças expressou confiança na recuperação do consumo e do investimento e previu que as medidas de estímulo fiscal agora anunciadas vão permitir à economia acelerar na segunda metade do ano.
Num discurso sobre os orçamentos da cidade para 2022 e 2023, Chan previu que a economia deverá crescer entre 2% e 3,5%, uma desaceleração significativa, justificada com uma base comparativa mais forte. O produto interno bruto (PIB) da região chinesa cresceu 6,4% em 2021, após ter contraído 6,1% em 2020, devido ao impacto da pandemia. Lusa