A China vai manter a política de tolerância zero contra a covid-19, afirmou o epidemiologista chefe do Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças, Wu Zunyou, citado pela imprensa local.
“Antes, pensávamos que a covid-19 podia ser contida por meio de vacinas, mas agora parece que não há um método simples para controlar a doença, exceto com medidas abrangentes, embora as vacinas sejam a arma mais importante para conter a epidemia, incluindo a [variante] Ómicron”, afirmou o epidemiologista chefe do Centro Chinês de Controlo e Prevenção de Doenças, Wu Zunyou Questionado se vacinar 70% da população mundial podia pôr fim à pior fase da pandemia, Wu disse que essa noção ainda está “sujeita a debate”.
O especialista citou exemplos de países europeus, como Alemanha ou França, que com mais de 70% da população vacinada, enfrentam vagas do surto causadas pela variante Ómicron, que “desafia o conceito de imunidade de grupo”. De acordo com Wu, a imunidade de grupo perde o sentido se novas variantes do vírus causarem surtos.
Tianjin foi, em Janeiro passado, a primeira cidade chinesa a detectar casos da variante Ómicron, altamente contagiosa e, segundo Wu, “alguns dos habitantes foram infetados apesar de estarem vacinados”.
Nos meses anteriores, outros especialistas chineses, como o epidemiologista Zhong Nanshan, especularam que a vida na China podia voltar ao normal se mais de 80% da população tivesse a vacinação completa. O país administrou já mais de três mil milhões de doses, o suficiente para 100% da população ter recebido duas doses.
Fechada cidade com 3,5 milhões de pessoas
A cidade chinesa de Baise, com 3,5 milhões de habitantes, foi colocada sob quarentena, depois de terem sido diagnosticados dezenas de casos de covid-19, quando o país recebe os Jogos Olímpicos de Inverno.
Desde a noite de domingo na China, os moradores não podem sair da localidade e os que vivem nas áreas designadas de risco, onde foram descobertos casos, estão proibidos de sair das suas casas, anunciaram as autoridades locais.
A cidade, que fica a cerca de 100 quilómetros da fronteira com o Vietname, na província de Guangxi, notificou 44 casos locais de covid-19. Foram ainda detectados vários outros casos entre viajantes oriundos do exterior. Os residentes vão ser submetidos a testes em massa.
A China mantém uma política de “zero casos”, que envolve a imposição de restrições nas entradas no país, com quarentenas de até três semanas, e testes em massa e medidas de confinamento selectivas quando um surto é detetado.
Apesar de o surto em Baise parecer irrisório, face a outros locais no mundo, as autoridades chinesas mantêm vigilância máxima, numa altura em que Pequim recebe os Jogos Olímpicos de Inverno, onde todos os participantes estrangeiros estão confinados numa bolha sanitária, isolada do resto da capital chinesa. Baise está localizada a cerca de 2.500 quilómetros de Pequim. Em Dezembro, 13 milhões de habitantes foram colocados em quarentena na cidade de Xian, no centro da China. Lusa