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      InícioGrande ChinaInvestidores estrangeiros continuam a desinvestir em imobiliário comercial na China

      Investidores estrangeiros continuam a desinvestir em imobiliário comercial na China

      Os investidores estrangeiros foram vendedores líquidos, no segmento do imobiliário comercial da China, pelo quarto ano consecutivo, em 2024, acelerando a sua retirada face à prolongada crise no sector e taxas de juro mais elevadas.

       

      No ano passado, os investidores estrangeiros compraram 5,9 mil milhões de dólares (5,4 mil milhões de euros) de espaço para escritórios, hotéis, indústria e retalho, o valor mais baixo desde 2014, segundo dados do sector compilados pelo grupo financeiro MSCI.

      Durante o mesmo período, os investidores venderam 6,9 mil milhões de dólares (6,3 mil milhões de euros) de ativos, fixando a venda líquida em 969 milhões de dólares (890 milhões de euros). Este valor elevou os fluxos de saída acumulados entre 2021 e 2024 para 11,2 mil milhões de dólares (10,3 mil milhões de euros), excedendo as entradas líquidas dos dois anos anteriores combinados.

      Desde o início da pandemia da covid-19, em 2020, os fundos globais foram vendedores líquidos em todos os segmentos, exceto activos industriais. “O mercado de escritórios recebeu novo produto, o que significa que a oferta existente enfrenta pressão descendente sobre a ocupação e as rendas”, disse Benjamin Chow, chefe de pesquisa imobiliária da Ásia no MSCI. “Os investidores têm sido também menos aquisitivos” desde que as taxas de juros aumentaram, visando contrariar a inflação, a partir do final de 2022, acrescentou.

      Os espaços para escritório, outrora favorecidos por fundos de investimento que apostavam no rápido desenvolvimento económico da China, sofreram o impacto da retirada, à medida que as taxas de ocupação caíram. As alienações líquidas ascenderam a 1,9 mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros) no ano passado, o maior valor entre todas as classes de activos comerciais.

      A Blackstone, a maior gestora de ativos do mundo, vendeu três projetos logísticos na Área da Grande Baía, a megametrópole que reúne nove cidades da província de Guangdong, Macau e Hong Kong, ao grupo chinês Ping Na Insurance Group, em fevereiro, de acordo informação avançada pela Bloomberg. O Canada Pension Plan Investment Board vendeu a sua participação de 49% em quatro complexos comerciais à empresa pública Dajia Insurance, em janeiro.

      O Parkview Group, um promotor de Hong Kong, colocou à venda o seu complexo comercial Fang Cao Di, em Pequim, em dezembro, devido à fraca rentabilidade das rendas.

      Estas transacções sugerem que a recuperação do mercado não deve ocorrer tão cedo, uma vez que a confiança no mercado imobiliário comercial da China continua frágil, segundo os analistas. “Isso foi em parte impulsionado por uma queda na liquidez do mercado e no investimento geral, com os principais grupos de investidores, como fundos imobiliários listados e compradores corporativos, a recuar significativamente, devido ao agravamento das condições macroeconómicas”, escreveu Chow do MSCI.

      Pequim lançou um pacote de estímulos para tentar impulsionar o consumo interno e o setor imobiliário. No entanto, devido ao excesso de oferta, será necessário mais tempo para que os ventos favoráveis das políticas se traduzam num melhor ambiente operacional para as empresas, bem como em rendimentos mais elevados para os proprietários e investidores, segundo os analistas.

      Este ano, cerca de 6,4 milhões de metros quadrados de espaço de escritórios serão vendidos nas principais cidades da China, o que representa um aumento de 70%, em relação ao ano anterior, segundo a consultora imobiliária CBRE. Esta situação poderá fazer subir as taxas médias de desocupação para 26,7%, até ao final do ano, contra 23,5% no ano anterior, acrescentou.

      Embora as propriedades industriais e logísticas tenham sido os tipos de ativos mais resilientes nos últimos cinco anos, a procura por parte das empresas de comércio eletrónico começou a diminuir, no final de 2023. As taxas de desocupação foram projetadas para aumentar para 21,7% este ano, de 21%, em 2024, segundo o CBRE.

      No segmento dos imóveis para comércio de retalho, as taxas de desocupação em 11 cidades de primeiro e segundo nível da China deverão aumentar para 10,5%, em média, este ano, de 10,4% em 2024, de acordo com a consultora imobiliária Savills. Lusa

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      Redacção do Ponto Final Macau