A China disse ontem que espera cooperar com Washington em questões comerciais, após a tomada de posse do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaçou impor taxas alfandegárias punitivas sobre produtos chineses.
“A China está pronta para reforçar o diálogo e a comunicação com os Estados Unidos (e) gerir adequadamente as diferenças”, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun. “Esperamos que os Estados Unidos trabalhem com a China para promover conjuntamente o desenvolvimento estável (…) das relações económicas e comerciais sino-americanas”, acrescentou.
Embora admitindo a existência de “diferenças e fricções” entre os dois países, Guo Jiakun observou que “os interesses comuns e as possibilidades de cooperação são imensos”.
As duas maiores economias do mundo têm mantido relações comerciais tumultuosas nos últimos anos.
Durante o seu primeiro mandato, Donald Trump impôs taxas sobre as exportações chinesas, invocando alegadas práticas desleais. O seu sucessor democrata, Joe Biden, manteve a pressão ao limitar drasticamente o acesso da China a semicondutores utilizados na produção de alta tecnologia.
Durante a campanha eleitoral, Trump ameaçou impor taxas ainda mais elevadas à China, cujas exportações atingiram um nível recorde no ano passado.
Taiwan espera trabalhar com Trump para promover a liberdade e a paz no mundo
O líder de Taiwan felicitou ontem Donald Trump pela tomada de posse e sublinhou a sua intenção de trabalhar com o novo Presidente dos Estados Unidos para promover a liberdade e a paz no mundo. “Os meus sinceros parabéns a Donald Trump e a J.D. Vance pela tomada de posse como presidente e vice-presidente dos Estados Unidos. Taiwan espera trabalhar com a vossa administração para promover a liberdade duradoura, a paz e a prosperidade em todo o mundo. Desejamos-vos o maior sucesso nos próximos anos”, afirmou William Lai Ching-te, na rede social X.
Numa breve declaração, as autoridades de Taiwan manifestaram a esperança de reforçar as “relações estreitas” entre Taipé e Washington durante o mandato do republicano, com base nos princípios da “confiança, reciprocidade e benefício mútuo”. Assim, Taiwan espera impulsionar a cooperação bilateral em áreas como a segurança, economia, comércio, ciência e tecnologia e a educação, a fim de “trabalhar para o bem-estar dos povos de ambos os países e promover a paz, a estabilidade e a prosperidade na região do Indo-Pacífico e em todo o mundo”.
Trump foi empossado como 47º Presidente dos Estados Unidos na segunda-feira, numa cerimónia de tomada de posse em Washington, marcando o seu regresso à Casa Branca depois de ter governado o país de 2017 a 2021.
O novo mandato do republicano terá como pano de fundo as crescentes tensões entre a China e Taiwan. As autoridades da ilha estão a acompanhar de perto a política da nova administração norte-americana em relação à China, uma vez que Washington é o principal fornecedor de armas a Taipé e poderia defender a ilha em caso de conflito com Pequim.
Apesar de ter reforçado a assistência militar a Taipé durante o seu primeiro mandato, Trump foi muito crítico em relação a Taiwan durante a sua última campanha eleitoral, afirmando que a ilha roubou a indústria norte–americana de semicondutores e que deveria pagar a Washington pela sua defesa, declarações que Taipé tem tentado relativizar.
China defende reforço do papel da OMS na sequência da saída dos EUA
A China destacou ontem o papel da Organização Mundial de Saúde (OMS) em assuntos de saúde pública global, depois de o novo Presidente norte-americano, Donald Trump, ter decidido retirar os Estados Unidos daquela agência da ONU. Em conferência de imprensa, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, sublinhou que a OMS é “a instituição internacional mais autorizada e profissional no domínio da saúde pública global” e tem desempenhado um “papel central na coordenação global da governação da saúde”. “O papel da OMS deve ser reforçado e não enfraquecido”, afirmou Guo, em resposta às acusações da Casa Branca sobre a alegada falta de contribuição significativa da China para a organização. Guo também reafirmou o compromisso da China com a instituição, dizendo que o país continuará a “apoiar a OMS no cumprimento das suas funções”, ao mesmo tempo que aprofunda a cooperação internacional no domínio da saúde pública. “A China vai aprofundar a cooperação internacional, melhorar a governação global da saúde e promover a construção de uma comunidade global de saúde para todos”, acrescentou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros. A resposta da China segue-se à ordem de Trump para retirar os EUA da OMS, uma decisão que suscitou críticas no país e no estrangeiro, sobretudo tendo em conta a crise sanitária mundial desencadeada pela pandemia da covid-19. Ao assinar o documento na Sala Oval da Casa Branca, o republicano justificou a sua decisão criticando o facto de os Estados Unidos contribuírem com muito mais recursos do que a China para este organismo. Trump lembrou que durante o seu primeiro mandato (2017-2021) já tinha tomado a decisão de sair da OMS: “Eles [China] estão a pagar 39 milhões de dólares (37,6 milhões de euros). Nós estávamos a pagar 500 milhões (482 milhões de euros). Pareceu-me um pouco injusto”.