A embaixadora norte-americana para o comércio, Katherine Tai, disse ontem que vê as taxas sobre produtos chineses como “uma alavanca importante” nas relações comerciais Estados Unidos-China e removê-las teria um efeito limitado no controlo da inflação a curto prazo.
Perante uma comissão do Senado norte-americano, Katherine Tai insistiu que a Administração Biden estava focada em proteger os interesses comerciais norte-americanos contra os planos da China de dominar indústrias importantes, como semicondutores.
A representante comercial dos Estados Unidos também lamentou o facto de Pequim não cumprir com os seus compromissos comerciais. “As taxas chinesas são, na minha opinião, uma alavanca importante e um negociador comercial nunca se afasta delas”, realçou. “A questão é… como podemos converter essa alavancagem num programa estratégico que vai fortalecer a competitividade americana e vai defender os nossos interesses numa economia global, na qual a China vai continuar a desempenhar um papel?”, interrogou.
Os comentários surgem no momento em que a Administração Biden deve emitir a sua decisão sobre modificar ou remover sobretaxas alfandegárias que foram impostas a produtos chineses sob o ex-Presidente norte-americano Donald Trump. Essas sobretaxas vão começar a expirar no início de Julho.
Sobre este ponto, Katherine Tai indicou que a decisão cabia agora à Casa Branca. “Precisamos usar as nossas ferramentas de forma mais eficaz. Precisamos de novas ferramentas, precisamos trazer uma abordagem totalmente nova”, acrescentou. Uma parte dessas sobretaxas, sobre 34 mil milhões de dólares em importações chinesas, expira em 6 de Julho, e outra, de 16 mil milhões de dólares, expira em 23 de Agosto. Os serviços da representante comercial lançaram uma consulta pública para modificá-los ou eliminá-los.
Duas outras listas de produtos chineses, por 200 mil milhões de dólares e 126 mil milhões de dólares, vão expirar em 24 de Setembro de 2022 e em 1 de Setembro de 2023, respectivamente.
Donald Trump havia imposto sobretaxas tarifárias no total de 350 mil milhões de dólares em importações anuais de mercadorias. Os Estados Unidos denunciam as práticas comerciais da China que consideram injustas.