Kevin Ho e Dominic Sio sugeriram à Assembleia Popular Nacional mais medidas para estreitar laços comerciais entre a China e os países de língua portuguesa, propondo construir um centro de negócios para produtos agrícolas sino-portugueses na Grande Baía. Os membros de Macau no órgão legislativo da China querem criar um celeiro de produtos da agropecuária do Brasil no Porto de Nansha, em Cantão.
Uma proposta apresentada à Assembleia Popular Nacional (APN) defende a criação de um centro de negócio para os produtos agrícolas sino-portugueses na Grande Baía, que servirá para aumentar a capacidade de nacional de protecção da segurança alimentar da zona, afirmaram Kevin Ho e Dominic Sio, representantes de Macau na legislatura nacional da China.
De acordo com os membros da APN, a proposta visa responder à implementação deste ano da estratégia do ‘reforço contínuo da capacidade de garantir o abastecimento estável de alimentos e outros produtos agrícolas importantes’, política estabelecida no relatório do trabalho do Governo.
Kevin Ho e Dominic Sio, salientando que a segurança alimentar é uma componente importante da segurança nacional e do desenvolvimento sustentável, explicaram que o plano apresentado centra-se no comércio de produtos agrícolas entre a China e o Brasil.
“Sendo um dos maiores importadores de produtos agrícolas do mundo, a China depende fortemente do Brasil e de outros países para a importação de soja e outros produtos da agropecuária”, indicaram. Os empresários notaram que a produção agrícola no Brasil tem vindo a crescer de forma constante, mas enfrenta desafios na sua capacidade insuficiente de armazenamento, o que limita a competitividade dos seus produtos agrícolas.
Os dois representantes de Macau na APN propuseram que se aproveite as vantagens da plataforma sino-portuguesa de Macau e os recursos portuários da Grande Baía para construir um sistema inovador de operações comerciais.
Kevin Ho e Dominic Sio sugeriram construir um celeiro do Brasil no Porto de Nansha, em Cantão, e disseram ser possível utilizar Nansha e o porto franco de Macau para desenvolver um centro de distribuição de produtos a granel para os países de língua portuguesa, realizando uma cadeia completa de serviços desde a produção no Brasil, a transacção em Macau e a entrega em Nansha.
“Deve-se incorporar ainda o armazém sino-português de produtos agrícolas no sistema nacional de gestão integrada da segurança alimentar, com intuito de aumentar a resistência da cadeia de abastecimento alimentar e reforçar a capacidade de intervenção de emergência inter-regional”, asseveraram.
Na opinião dos empresários, a medida pode ainda contribuir para a promoção da política do comércio sino-português. Solicitaram, neste caso, melhorar o sistema de serviços financeiros transfronteiriços para disponibilizar a prestação de serviços de concurso multilingue e o pagamento transfronteiriço.
Kevin Ho e Dominic Sio recomendaram ainda introduzir organismos de avaliação da qualidade e de inspecção dos países lusófonos ao mercado chinês, estabelecendo um mecanismo conjunto de certificação e promovendo o reconhecimento mútuo das normas.
Por outro lado, os 12 representantes de Macau na APN submeteram uma proposta conjunta sobre a integração de Macau e Hengqin na rede ferroviária nacional de alta velocidade, considerando que há necessidade urgente para as infra-estruturas relevantes.
O grupo pediu para se acelerar o planeamento e construção da estação de Hengqin de comboio de alta velocidade, bem como o estudo sobre a possibilidade de estender a ligação do Metro Ligeiro de Macau, do Posto Fronteiriço de Hengqin, até à localização da futura estação de comboio de Hengqin.
A delegação, que é composta por Lao Ngai Leong, Ng Siu Lai, Ho Sut Heng, Chan Hong, Si Ka Lon, Iong Weng Ian, Kou Hoi In, Kevin Ho, Vong Hin Fai, Dominic Sio, José Chui Sai Peng e Wan Nang Hon, espera ainda que seja construído um canal submarino ferroviário que ligue Macau, Cantão, Shenzhen e Zhuhai.
A 14.ª APN encerrou ontem a sua terceira sessão em Pequim (ver página 11), cuja cerimónia nesta terça-feira à tarde contou com a presença do presidente chinês, Xi Jinping, e outros líderes do Governo Central.