O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, acusou ontem a Rússia de estar a tentar enfraquecer as democracias e minar a liberdade dos aliados com o apoio da China, da Coreia do Norte e do Irão. “A Rússia está a tentar enfraquecer as nossas democracias e minar a nossa liberdade”, disse Rutte num discurso aos chefes de Estado-Maior dos países da Aliança Atlântica, que estão reunidos até hoje em Bruxelas. “E não está sozinha, tem a China, a Coreia do Norte e o Irão do seu lado”, acrescentou, citado pela agência espanhola EFE. A cinco meses e meio da próxima cimeira dos aliados em Haia, em junho, o antigo primeiro-ministro neerlandês apelou para que os membros da NATO continuem a fazer tudo o que puderem para manter a segurança das suas populações. Rutte alertou para o que descreveu como “ações e campanhas desestabilizadoras” da Rússia. “A nossa segurança futura está em jogo. A guerra da Rússia contra a Ucrânia continua. As acções hostis da Rússia contra os nossos próprios países estão a acelerar com ciberataques, tentativas de assassinato, atos de sabotagem e muito mais”, denunciou.
Para Rutte, as perspectivas de segurança para a NATO “não parecem boas” porque persistem muitos outros perigos, como o terrorismo, a proliferação nuclear, a desinformação e as alterações climáticas. Por isso, reafirmou o apelo para que os membros da NATO (sigla em inglês da Organização do Tratado do Atlântico Norte) aumentem o investimento na defesa. “Para evitar a guerra, temos de nos preparar para a guerra. É altura de mudar para uma mentalidade de guerra, o que significa que temos de tornar as nossas defesas ainda mais fortes, gastando mais na defesa, produzindo mais e melhores capacidades de defesa”, afirmou. Rutte apelou também a um maior apoio à Ucrânia para alterar a trajetória da guerra. Disse que os aliados querem que a guerra termine, mas devem assegurar que dure até à paz, numa alusão a possíveis diminuições de apoios, nomeadamente dos Estados Unidos sob a próxima administração de Donald Trump. O presidente do Comité Militar da NATO, almirante Rob Bauer, afirmou que a Rússia não alcançou nenhum dos objectivos estratégicos na Ucrânia, enquanto “700.000 russos foram mortos e feridos e toda a população russa sofre com o peso da guerra”. O militar neerlandês disse também que os ucranianos são vítimas de “tortura, violação, rapto de crianças e adultos, negação total da sua identidade, campos de filtragem e valas comuns”.