Ho Iat Seng, que está a terminar o mandato de cinco anos como Chefe do Executivo, sublinhou que Macau está financeiramente sólido. Ho revelou que a reserva financeira tem mais até 60 mil milhões a mais do que em 2019, apesar de Macau ter passado três anos da pandemia.
O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, fez um balanço positivo da situação financeira do Governo, assinalando que que a reserva da RAEM é ainda mais abundante do que em 2019, antes da pandemia e quando a governação passou para as suas mãos.
Segundo o ainda líder do território, até Setembro deste ano, a reserva financeira de Macau cifrou-se em cerca de 617 mil milhões de patacas. Além de não registar dívidas, a verba, que ficará à disposição do Governo de Sam Hou Fai, representa ainda uma diferença positiva de entre 50 mil milhões e 60 mil milhões de patacas em comparação com 2019.
Numa altura em que se aproxima a despedida do cargo de Chefe do Executivo, que vai acontecer já na próxima semana, Ho Iat Seng falou numa entrevista concedida a uma delegação de jornalistas do Continente e de Hong Kong, enfatizando a solidez financeira de Macau.
“É de salientar que temos [neste Governo] muitas infra-estruturas e já pagámos tudo, como os projectos da habitação económica que estamos a construir agora, os custos de construção estão basicamente todos pagos”, avançou.
Ho Iat Seng concluiu assim que os fundos do Governo são sólidos, o que “permitiu criar um factor importante para o desenvolvimento estável e duradouro do princípio ‘um país, dois sistemas’ em Macau”.
Citado pela imprensa de Hong Kong, o Chefe do Executivo recordou que está no cargo há cinco anos, mas três dos quais foram dedicados à resposta à epidemia. O governante apontou que o Governo afectou 160 mil milhões de patacas do cofre para apoiar as acções de assistência social.
“O Governo vai definitivamente apoiar aqueles que estão em dificuldades. Ninguém em Macau dorme nas ruas, ou debaixo das passagens superiores para peões. Já se viu algum mendigo em Macau? Não. O Instituto de Ação Social tem padrões de trabalho muito elevados”, observou.
O Chefe lembrou ainda ter trabalhado na concessão das novas licenças de jogo que prevê uma maior fiscalização ao sector, realçando, neste caso, os resultados da diversificação da economia. “Esperamos que os turistas tenham mais interesse na cultura e na gastronomia de Macau, e não só interessados em apostar”, disse.
A par disso, Ho Iat Seng foi também entrevistado pelo canal estatal chinês CCTV, ocasião em que destacou o “novo cenário” da integração nacional de Macau nos últimos cinco anos. O ainda Chefe do Executivo aplaudiu o facto de Macau gozar “do apoio do Governo Central e de elevada autonomia”, pelo que conseguiu garantir o bem-estar dos residentes e manter um sistema de segurança social estável.
O patriotismo é simultaneamente um factor crucial do desenvolvimento do território, segundo Ho Iat Seng, que indicou que o Governo organiza todos os anos alunos locais para receberem educação patriótica no interior da China, cujo trabalho será ainda reforçado no futuro.
CAIXA:
Grande Baía: Ho Iat Seng espera mais contribuição de Macau
Macau vai dedicar-se ainda mais à contribuição para o desenvolvimento de uma “Grande Baía próspera de nível mundial”, assegurou o Chefe do Executivo, num discurso na 2.ª edição da Conferência Industrial e Comercial para o Desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. Ho Iat Seng afirmou que Macau irá empenhar-se em elevar o seu estatuto e a função no desenvolvimento económico nacional e na abertura do país ao exterior. O Chefe salientou que Macau é uma das quatro cidades principais da Grande Baía, sendo que a sua fusão cultural chinesa e ocidental é uma vantagem singular de Macau no âmbito da plataforma sino-lusófona, gozando do estatuto de porto franco e zona aduaneira autónoma, bem como a “ampla zona e espaço de desenvolvimento” com a Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin.
