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      Governo diz ter capacidade suficiente para enfrentar aumento de ameaças de cibersegurança

      As infra-estruturas críticas de Macau sofreram, em média, 6.200 ataques cibernéticos por dia durante este ano, quase quadruplicaram face a 2020. Wong Sio Chak disse que o Governo melhorou a capacidade de resposta ao aumento dos ciberataques e de acções de espionagem. O secretário para a Segurança admitiu que há escassez de profissionais no domínio da tecnologia informática, esperando que mais jovens locais se dediquem ao estudo dessa área.

       

      O secretário para a Segurança deixou a garantia de que a capacidade de resposta aos ataques cibernéticos das infra-estruturas críticas em Macau “tem melhorado constantemente”, apesar do aumento drástico desses ataques e de acções de espionagem nos últimos anos.

      Os dados estatísticos do Centro de Alerta e Resposta a Incidentes de Cibersegurança (CARIC) mostram que o número de ciberataques e de acções de espionagem às infra-estruturas críticas passou de uma média de 1.600 por dia, em 2020, para 6.200 no corrente ano. Até ao início da semana passada, o CARIC emitiu 231 alertas sobre a segurança cibernética aos operadores, enquanto o número de alertas registado em 2020 foi apenas de 38.

      Wong Sio Chak, entretanto, assegurou que a capacidade de resposta aos ataques cibernéticos das infra-estruturas críticas “tem melhorado constantemente”. Segundo o responsável, o número de comunicações sobre incidentes de ataque cibernético diminuiu de 16 para 8 casos de 2020 a 2023. Já neste ano, até 25 de Novembro, registaram-se 12 casos.

      O secretário abordou o tema sobre a cibersegurança ontem na Assembleia Legislativa, depois de o deputado José Chui Sai Peng levantar a questão sobre as medidas de reforço da defesa técnica dos ataques à rede. O deputado lembrou que vários websites e aplicações móveis da tutela de Segurança foram alvo de ciberataques em Julho deste ano, tendo sido os serviços interrompidos por mais de duas horas. “Os hackers exploram vulnerabilidades para invadir sistemas, roubando informações importantes ou interrompendo operações, actos estes que ameaçam seriamente a segurança e a estabilidade do país e da região”, criticou José Chui Sai Peng.

      Desse modo, Wong Sio Chak revelou que o CARIC está a desenvolver um estudo preliminar para o terceiro projecto de actualização do sistema de percepção situacional, após duas actualizações, em 2021 e 2022. O centro está, portanto, a colaborar com as entidades de supervisão de cibersegurança, com o objectivo de incentivar os operadores a aperfeiçoarem e actualizarem os equipamentos de cibersegurança, como as firewalls e sistemas de detecção de invasões.

      O CARIC, que foi criado em 2019 e disponibiliza um funcionamento ininterrupto de 24 horas por dia, é responsável pela emissão de alertas de incidentes de cibersegurança, pela realização de análises da cibersegurança e pelo fornecimento de listas de endereços IP perigosos, ajudando os operadores das infra-estruturas críticas na prevenção e resposta a eventuais ataques cibernéticos.

       

      PROFISSIONAIS EM FALTA

       

      Os deputados mostram-se também preocupados com o aumento de ciberataques bem como crimes com recurso a tecnologia avançada, estando atentos aos recursos humanos no Governo para a resolução dos crimes dessa área.

      “Os crimes online dispararam nos últimos dez anos, o que é um desafio para a polícia. Embora tenhamos formado pessoal, é difícil recrutar profissionais da área tecnológica, especialmente em Macau”, confessou Wong Sio Chak, indicando que o CARIC tentou recrutar trabalhadores no interior da China, e quatro profissionais de Cantão vieram a trabalhar para a região, mas deixaram o emprego devido ao baixo salário e duro trabalho.

      O secretário admitiu que o CARIC continua a ter falta de pessoal, apesar da criação da carreira especial para técnico superior de ciências forenses, com que a Polícia Judiciária conseguiu recrutar alguns profissionais.

      “Espero que as escolas incentivem mais os alunos a estudar a tecnologia, que mais estudantes locais optem por estudar segurança cibernética ou disciplinas relacionadas com a Tecnologia Informática, e depois possam trabalhar no território”, frisou.

      Além disso, Wong Sio Chak afastou a possibilidade de criar um servidor público dedicado às empresas privadas locais no âmbito de prevenção de ataques cibernéticos, sendo que o Governo só intervém nas redes de empresas que estejam intimamente relacionadas com o interesse do bem-estar da população, do funcionamento social e da segurança pública, não podendo intervir em todas as empresas.