Peritos internacionais que estiveram em Timor-Leste a avaliar a capacidade do país para prevenir, detetar e responder a ameaças de saúde pública recomendaram o reforço de recursos e mais coordenação intersetorial, indicou ontem a OMS.
A Avaliação Externa Conjunta, a segunda realizada ao país, decorreu entre segunda e sexta-feira da semana passada e juntou 22 peritos internacionais e da Organização Mundial de Saúde (OMS). A primeira avaliação foi realizada em 2018.
“As recomendações preliminares sublinharam a necessidade de adoptar uma abordagem ‘Uma Só Saúde’, de reforçar áreas com poucos recursos, como a saúde veterinária e ambiental, e a melhoria da coordenação intersetorial”, pode ler-se num comunicado da OMS.
Os peritos “elogiaram os progressos significativos” de Timor-Leste nas 19 áreas técnicas avaliadas, mas salientaram que “necessitam de institucionalizam”, refere-se na nota. “Destacaram também a importância de transformar os grandes sucessos alcançados durante a resposta à Covid-19 em sistemas e políticas multissetoriais duradouras”, notou a agência das Nações Unidas.
Os peritos saudaram também o país por ter colocado “médicos em todas as unidades e saúde” e “aumentado a representação de género em cargos de liderança”.
Durante a estada em Díli, a equipa avaliou 19 áreas técnicas e 56 indicadores, incluindo na vigilância de doenças, sistemas laboratoriais, resposta a emergências, segurança alimentar, doenças zoonóticas, biossegurança e resistência antimicrobiana.
O vice-ministro da Saúde para o Reforço Institucional, José dos Reis Magno, afirmou que as conclusões da avaliação são “valiosas”, porque dão a Timor-Leste um “roteiro claro para reforçar a capacidade de segurança sanitária” alinhada com as “prioridades nacionais e obrigações internacionais”. “O nosso objetivo não é apenas cumprir ou alcançar padrões internacionais, mas construir um sistema de saúde resiliente”, acrescentou o vice-ministro timorense.
O representante da OMS em Timor-Leste, Arvind Mathur, destacou a importância de as recomendações serem transformadas em “políticas e programas para alcançar mudanças significativas” no setor.
Presidente do parlamento de Timor-Leste pede contribuição para desenvolvimento
A presidente do parlamento de Timor-Leste, Fernanda Lay, pediu ontem aos timorenses para acabarem com a violência e contribuírem para o desenvolvimento do país, numa mensagem por ocasião do aniversário da declaração da independência. “Como timorenses vamos juntos construir Timor-Leste para beneficiar o país e nós próprios. Vamos acabar com a violência e contribuir para o desenvolvimento nacional”, afirmou Fernanda Lay, numa mensagem no âmbito do 49.º aniversário da declaração da independência do país, que se assinala na quinta-feira.
A presidente do parlamento falava aos jornalistas na Presidência, após um encontro com o chefe de Estado, José Ramos-Horta, a quem entregou o decreto do Orçamento Geral do Estado para 2025. “A submissão está dentro do prazo”, disse Fernanda Lay.
O parlamento de Timor-Leste aprovou quarta-feira em votação final global a proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2025 no valor de 2,6 mil milhões de dólares (cerca de 2,4 mil milhões de euros).
O OGE foi aprovado com 42 votos a favor e 23 votos contra da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin) e do Partido de Libertação Popular (PLP).
Segundo a proposta do Governo timorense, o OGE para 2025 assenta nos pilares essenciais para o desenvolvimento, nomeadamente os setores produtivos, incluindo infraestruturas, educação, saúde, proteção social e ambiental e no setor petrolífero. Lusa