Edição do dia

Quarta-feira, 11 de Dezembro, 2024
Cidade do Santo Nome de Deus de Macau
céu pouco nublado
20.9 ° C
20.9 °
20.4 °
83 %
4.6kmh
20 %
Ter
21 °
Qua
23 °
Qui
18 °
Sex
17 °
Sáb
13 °

Suplementos

PUB
PUB
Mais
    More
      InícioCulturaAgência de talentos None of Your Business lança o maior catálogo de...

      Agência de talentos None of Your Business lança o maior catálogo de artistas portugueses em Macau

       

      A agência de talentos do território, None of Your Business, lançou uma plataforma online com uma lista de todos os artistas que representa e que pode levar ao território. No total, são quase 80 nomes, de Portugal e da China continental, alguns bem conhecidos do público.

       

      A representar artistas de Portugal, lusófonos e da China continental, a agência de talentos de Macau, None of Your Business (NOYB), acaba de lançar o seu catálogo online. Entre os nomes estão Camané, A Garota Não, GNR, Clã e Lura, além de bandas chinesas como Wu Tiao Ren e Re-Tros.

      A maioria dos artistas representados pela NOYB têm base em Portugal. “Na verdade, são um agregado de nove agências — seis de Portugal e três da China, que se disponibilizaram a juntar [os seus artistas] ao nosso catálogo”, explica Manuel Correia da Silva, co-fundador da NOYB em conjunto com Rui Simões. A colaborar com a agência local estão as portuguesas Ao Sul do Mundo, Louva a Deus, Força de Produção, Produtores Associados, Sons em Trânsito, Metropolitana e, do lado chinês, a Space Circle Music, Modern Sky e Maybe Mars.

      “Isto é uma continuação do trabalho que foi feito na altura com o festival This is My City, em que nós estávamos do outro lado a contactar estas agências para ter conteúdo”, explica. “Isso deu-nos acesso e conhecimento destas diferentes agências, tanto em Portugal como na China continental”, acrescenta.

       

      Um novo fôlego à NOYB

       

      Com o conhecimento que tanto Manuel como Rui já tinham dos artistas, fruto do seu trabalho ao longo dos anos com o festival This is My City e em outros eventos paralelos, naturalmente criaram uma rede de contactos. “Tendo isso em mente, sempre tivemos noção de que poderíamos também agenciar para outros da cidade e também da região”, diz, destacando que, através do festival This is My City, organizaram eventos também em outros locais da China continental, como Zhuhai e Shenzhen.

      Aliás, foi através do festival TIMC que se cruzaram com bandas chinesas como Wu Tiao Ren. “Eles vieram a Portugal connosco e conheceram a Surma e, de repente, a Surma também tocou em Cantão”, assinala.

      Por isso, agora que a cidade já retomou a sua actividade cultural, pós-pandemia de COVID-19, Manuel Correia da Silva e Rui Simões acharam que era tempo de estar do lado das agências. “Termos os artistas e, do outro lado, termos potenciais clientes e eventos onde estes artistas podem estar presentes”, declara. “Por isso, juntámos muitos dos artistas que já trabalharam connosco no This is My City e muitos outros que não, para responder ao mercado de Macau, que continua a levar muitos artistas portugueses, lusófonos e da China continental aos diferentes eventos”, esclarece.

       

      Quem são os artistas

       

      Alguns dos artistas representados pela NOYB têm carreiras bastante longas e já estiveram em Macau. É o caso, por exemplo, de Camané, GNR, Clã, Áurea ou Ala dos Namorados. Por outro lado, do portfólio também constam “novos nomes da música portuguesa” em que a NOYB quer apostar, como A Garota Não, Moullinex ou Ana Lua Caiano, “uma artista com uma ascensão de trabalho interessante, porque vai buscar sons da música tradicional portuguesa e faz quase um one woman show”. São estes os nomes que “ainda não apareceram em Macau” e que a agência local quer também levar, caso haja promotores interessados. “Estamos a falar do Instituto Cultural, certamente, para eventos como a Festa da Lusofonia ou o Festival de Artes de Macau”, diz Manuel Correia da Silva.

      Este ano, em Junho, a NOYB levou ao território a banda portuguesa, Capitão Fausto, integrado no Festival de Artes de Macau, numa parceria com a agência Metropolitana. “Contactaram-nos para darmos apoio ao concerto, um tipo de trabalho que fazemos e que já fazíamos”, explica. “Organizamos tudo o que não tem a ver com o concerto em si — estadas, sítios que os artistas querem visitar, passeios, pessoas para conhecer e comida”, acrescenta. Aliás, grande parte do seu trabalho nestas missões é mostrar o que se come no território. “Macau presta-se muito a isso, porque as pessoas já vão com essa expectativa”, diz.

      Com Manuel Correia da Silva agora a passar mais tempo em Lisboa, o regresso ao território com o grupo Capitão Fausto provou ser uma boa oportunidade. “Foi bom voltar a Macau e perceber que estes artistas são bem recebidos e gostam sempre da experiência que lá têm”, afirma. Da parte dos artistas, é sempre uma mais-valia tocar no mercado asiático. “Não só podem tocar para mais pessoas, mas gostam de toda a experiência, que é uma viagem até ao Oriente, em particular, até Macau”, destaca o co-fundador da NOYB.

      Com o duo de fundadores repartido entre Portugal e o território, acaba por ser estratégica esta união. “O Rui está em Macau e mais perto de tudo o que acontece na China e eu mais perto do que se está a passar em Portugal e também na Europa”, diz, salientando que “tornou tudo muito mais eficaz”.

       

      E concertos na China continental?

       

      Quanto à possibilidade de levar os artistas ao outro lado da fronteira e não apenas a Macau, ainda que seja uma vontade, o co-fundador admite que é difícil. “Do lado das agências, os custos são elevados para os artistas só tocarem uma vez e, do lado dos artistas, também nos dizem que, já que estão a fazer uma viagem tão longa, gostariam de poder aproveitar mais tempo”, afirma. Da parte da NOYB, o desafio é “criar uma digressão”, ainda que, nesta fase, não seja possível garantir, dadas as dificuldades logísticas.

      Entre os vários planos, o co-fundador da NOYB diz que está a vontade de aumentar o portfólio de artistas agenciados, para ter uma presença maior de artistas da China. Para já, além dos bem conhecidos Re-Tros e Wu Tiao Ren, incluem-se nomes do rock independente chinês, como os Car Sick Cars e os Duck Fight Goose.

      Ainda numa fase inicial de trabalho, agora que a plataforma online está pronta, Manuel Correia da Silva afirma que querem organizar um evento público para apresentação oficial. “Acreditamos que no próximo ano que aí vem já estaremos a agenciar com bastante mais frequência”, afirma.