A Associação Cultural da Vila da Taipa apresenta a nova exposição da artista Bianca Lei Sio-Chong, que explora o conceito de “quebrar” por meio de fissuras em diversas obras. Ao transformar o espaço expositivo em parte integrante das obras de arte, Bianca convida o público a reimaginar as suas percepções sobre o que merece ser observado. Esta exposição reflecte a relação entre a humanidade e o ambiente, desafiando fronteiras e propondo uma reflexão profunda sobre a arte contemporânea, por entre fotografias, impressões e gráficos. A exposição tem inauguração marcada para o dia 26 de Setembro, às 17h30, no espaço expositivo Taipa Village Art Space.
A Associação Cultural da Vila da Taipa servirá de palco para o novo projecto artístico de Bianca Lei Sio-Chong, uma nova colecção de obras inspiradas no conceito de “quebrar”. A artista utiliza a ideia de “fissuras” para explorar diversas obras, que incluem gráficos, fotografias e impressões. Com esta exposição, Bianca visa desafiar as percepções convencionais sobre arte e espaço, revelando como as fracturas podem simbolizar tanto desastres como avanços criativos.
Bianca explica que o tema da exposição surge de uma reflexão profunda sobre a ideia de “quebrar”. “Como artista, sempre mantive um pensamento fora da caixa e uma mentalidade criativa”, afirma, destacando que a noção de quebra se intensificou nos últimos anos, levando-a a observar atentamente as fissuras presentes no seu ambiente. Essas fissuras, formadas ao longo do tempo, oferecem uma interpretação dupla: “Embora possam evocar impressões negativas, também transmitem uma sensação positiva de superação e a chegada de novas possibilidades”.
Na sua obra, a artista não se limita apenas à criação de peças tradicionais. Ela enfatiza a importância do espaço expositivo, que embora convencionalmente visto como um simples suporte, nesta exposição torna-se parte integrante da arte. Bianca manifesta que “o espaço da galeria não é apenas onde as obras são apresentadas, mas sim uma extensão da própria obra”. Elementos do local, frequentemente ignorados, como marcas nas paredes ou gotas de chuva nas janelas, são transformados em arte, incentivando o público a reconsiderar o que é digno de observação e apreço.
Esta exploração da fusão entre a arte e a arquitetura do espaço expositivo reflecte uma continuidade do pensamento crítico presente em trabalhos anteriores da artista, como na série “Painting is Painting is Painting is Painting?”. Bianca questiona as funções tradicionais dos materiais artísticos, desafiando a noção de separação entre diferentes meios e abarcando uma abordagem mais abrangente da arte. “A pintura é uma pintura, uma escultura, uma instalação e também um espaço expositivo”, argumenta, ilustrando como cada uma dessas categorias pode se entrelaçar de forma inovadora.
Além de sua vasta experiência como artista, Bianca tem um histórico académico forte, com Mestrado em Artes Plásticas pela Middlesex University e Licenciatura em Artes pela Nottingham Trent University. Actualmente, é docente na Universidade Politécnica de Macau e curadora no espaço de arte do Armazém do Boi. O seu trabalho reflecte uma preocupação constante com a relação entre a humanidade e factores ambientais, especialmente no contexto da rápida urbanização em Macau.
Esta exposição será uma ocasião para o público explorar as nuances da arte contemporânea. Com a sua abordagem inovadora e provocadora, a artista não só quebra as fronteiras tradicionais de criação, mas também convida à reflexão sobre a relação entre arte e espaço na experiência humana. “Ao quebrar as barreiras que nos delimitam, abrimos espaço para novas interpretações e significados”, conclui Bianca, encapsulando o espírito transformador de sua obra.
A exposição inaugura na Taipa Village Art Space, espaço organizado pela Associação Cultural da Vila da Tapia, no dia 26 de Setembro, quinta-feira, às 17h30.