A retoma do nível de actividades económicas de Macau deste ano pode acabar por ser ainda melhor do que a expectativa do Fundo Monetário Internacional, que aponta um crescimento de 74,4%. A Associação Económica de Macau, nas suas previsões para os próximos meses, salienta que a economia local vai ainda manter-se num “crescimento estável”, acompanhando a prosperidade da indústria do turismo e lazer.
A Associação Económica de Macau afirma que as perspectivas da economia de Macau “continuam a ser positivas” e que o desempenho económico global de Macau para este ano poderá ser ainda melhor do que a previsão feita recentemente pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), ou seja, a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano deverá ser mais elevada do que 74,4%.
No seu estudo mensal sobre o índice de prosperidade da RAEM, a associação destacou que as actividades económicas locais obtêm resultados “notáveis” e a dinâmica de recuperação económica “está forte”. O PIB do ano passado foi afectado pela pandemia e o valor de base era “demasiado baixo”, por isso, a análise insiste que a região vai fechar o ano de 2023 com um crescimento “ideal”.
Joey Lao, que preside a Associação Económica de Macau e liderou o estudo, sublinhou ainda que as perspectivas económicas de Macau vão manter-se “em alta” e “estáveis”, “nomeadamente no final do ano, e as actividades turísticas e festivas de Macau são, de um modo geral, mais numerosas e concentradas, dando mais vitalidade à recuperação e desenvolvimento económico, o que se espera que continue a impulsionar a indústria local do turismo e do lazer a manter-se activa e próspera”, pode ler-se no relatório.
Recorde-se que no último relatório publicado pelo FMI no início do mês foi feita uma previsão que o PIB da RAEM registe este ano um acréscimo de 74,4% em relação ao ano passado, atingindo 38,48 mil milhões de dólares americanos, o que corresponde a 69,7% dos 55,21 mil milhões de 2019. A organização internacional estima que o PIB de Macau só ultrapasse o nível pré-epidémico em 2025.
“A percentagem de 74,4% em termos anuais constituiu a taxa de crescimento mais elevada desde que o FMI efectuou as suas previsões para Macau em 2002, sendo também a maior economia do mundo este ano”, referiu Joey Lao, acrescentando que o FMI antecipa ainda que o PIB de Macau mantenha um crescimento de dois dígitos nos próximos dois anos.
“Segundo o FMI, a subida anual do PIB de Macau deverá recuar para 27,2% no próximo ano, mas continua a ser superior ao crescimento de 26,6% registado em 2004 após o surto de SARS em 2003. Em 2025 deverá cair para 14,5%. Contudo, a previsão diz que o crescimento do PIB de Macau volta a descer de 2026 a 2028, para 6,1%, 3,3% e 3,4%, respetivamente”, apontou o antigo deputado.
Por outro lado, Joey Lao frisou no relatório que os dados económicos em diversos domínios foram “impressionantes”, com as receitas brutas de jogo a atingirem 19,5 mil milhões de patacas, sendo mais um novo recorde pós-epidémico e cerca de 74% do nível no mesmo mês de 2019. Segundo o economista, os indicadores referentes ao volume de visitantes e à taxa de ocupação hoteleira continuam a estar no nível “sobreaquecido”. “O aumento do número de empresas recém-criadas demonstra a confiança dos investidores e o facto de os funcionários públicos terem aumento salarial poderão servir de exemplo para as empresas privadas aliviarem a pressão financeira sobre os trabalhadores locais”, estimou.
Todavia, os preços das acções das seis concessionárias de jogo listadas e o índice de confiança dos consumidores do interior da China mantiveram-se num nível baixo. “O ambiente económico global tem sido recentemente confrontado com múltiplos desafios, tais como as elevadas taxas de juro e a instabilidade geopolítica, que também criaram incertezas no ambiente externo de Macau”, segundo o académico.
Joey Lao lembrou ainda que o rácio global de crédito malparado em Macau subiu em Setembro para 2,43% entre residentes e para 3,14% para os não residentes, observando que os hábitos dos consumidores estão a mudar depois da pandemia e as Pequenas e Médias Empresas têm uma recuperação comercial desigual, sendo que algumas sofrem de pressões operacionais enquanto a economia está a recuperar rapidamente.