Começa amanhã a edição 70 do Grande Prémio de Macau e, para assinalar o número redondo, o evento realiza-se este ano ao longo de duas semanas. Em entrevista ao PONTO FINAL, Pun Weng Kun lembra os desafios da organização do evento nos últimos três anos devido às restrições pandémicas e destaca a importância das provas do Circuito da Guia para a região. Até porque “o Grande Prémio tem um benefício muito óbvio para o desenvolvimento da economia”, afirma o Coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau e também presidente do Instituto do Desporto.
Arranca amanhã a 70.ª edição do Grande Prémio de Macau, um evento que, para Pun Weng Kun, tem sido muito importante para a região, uma vez que “ajuda a aumentar o seu renome internacional”. Em entrevista ao PONTO FINAL, o Coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau e também presidente do Instituto do Desporto lembrou os desafios das edições anteriores devido às restrições pandémicas e assegurou que está tudo a postos para a edição deste ano, que será alargada a dois fins-de-semana, com as provas do Circuito da Guia a disputarem-se no fim-de-semana, e depois entre 16 e 19 deste mês. “O Grande Prémio tem um benefício muito óbvio para o desenvolvimento da economia”, frisou o responsável.
Este é um ano especial para o Grande Prémio, por ser a sua 70.ª edição. Quais as suas expectativas?
Este evento é muito importante para Macau e é também muito famoso no palco mundial. Desta vez, nós queríamos que todo o mundo soubesse que o Grande Prémio é organizado por Macau e que Macau não vai parar de organizar este evento. Espero que este evento possa trazer vários benefícios para Macau, como o desempenho do papel de plataforma para promover o desenvolvimento económico e do turismo da região. As provas são de alto nível e atraem grande atenção pública. Como sabemos, a pandemia já praticamente acabou e já voltámos à normalidade. Por isso, este evento vai atrair mais pilotos e turistas. Nós queremos que este evento possa ter uma grande influência. Este é um evento de marca de Macau e nós vamos envidar esforços para o organizar. Este ano, este evento vai durar duas semanas e nós também já organizámos uma série de actividades paralelas, tal como o Festival em Família, a corrida Fun Run, etc.
Que provas destaca da edição deste ano?
Nós acreditamos que as provas vão ser maravilhosas porque muitos pilotos de nível semelhante vão participar nestas provas. Uma prova com pilotos de nível semelhante é sempre uma prova maravilhosa. Desta vez, a Fórmula 3 vai voltar a ser organizada e também temos uma maior expectativa por isso. Também a Taça GT e carros de turismo vão ser incluídos no evento.
Ao longo destas 70 edições do Grande Prémio, que benefícios é que este evento tem trazido para Macau?
Ao longo dos anos, este tem sido um evento muito importante para Macau porque ajuda a aumentar o seu renome internacional. Para o público, Macau é uma cidade com muitos casinos, esse é um factor muito conhecido, mas nós queremos que o mundo saiba que Macau não tem só casinos, mas também o Grande Prémio. Este é um evento de renome mundial. Com a organização do Grande Prémio, nós podemos atrair turistas para visitarem Macau e, assim, promover a economia. Para além disso, através deste evento, impulsionamos o desenvolvimento da economia porque atraímos várias empresas para se desenvolverem em Macau, de vários sectores, como a engenharia. Este evento vai além do desporto, também dá renome no palco internacional.
Esta é, então, uma edição especial que se desenrola ao longo de dois fins-de-semana para assinalar a edição 70 do Grande Prémio. Quais é que foram as principais diferenças e desafios na preparação desta versão mais alargada do Grande Prémio?
Como sabemos, este ano é o 70.º aniversário do Grande Prémio e claro que nós enfrentamos vários desafios. Primeiro, as competições são alargadas de seis para 11 e, por isso, precisamos de mais tempo para comunicar com as associações e também precisamos de manter uma comunicação estreita com vários serviços públicos, nomeadamente com os Serviços de Tráfego, precisamos de organizar bem o tráfego. A Comissão Organizadora está com o moral elevado. Apesar de vários desafios, o Grande Prémio é um evento muito importante para Macau, é um evento de marca de Macau, por isso, envidamos todos os nossos esforços para organizar bem este evento.
Este ano são esperados mais turistas, jornalistas, equipas e pilotos do exterior, por exemplo. Já está tudo preparado para os receber? O que é que falta preparar? Como é que se vão acomodar todos os jornalistas que vão chegar do exterior, por exemplo?
Já realizámos um simulacro, já estamos bem preparados para acolher os turistas e pilotos. Já estamos bem preparados para a organização do evento. Acredito que vários sectores, como a restauração e turismo, também esperam a chegada de pilotos e turistas. Este ano, no edifício do Grande Prémio, temos novas instalações para acolher os jornalistas e proporcionamos um melhor ambiente para os jornalistas.
A chegada de pilotos estrangeiros e o regresso da Fórmula 3, por exemplo, são factores que poderão trazer muito mais público, em comparação com os anos anteriores?
Começámos a preparar o evento no início do ano e já recebemos vários emails sobre a compra antecipada de bilhetes, por isso, podemos perceber que a organização está a ser muito bem preparada e este evento pode atrair a chegada de várias pessoas provenientes de vários países. Este é um benefício muito óbvio para Macau. Também podemos atrair jornalistas e aficionados do evento para visitarem Macau. Este é um benefício muito óbvio.
Há dias foi dito que já tinham sido vendidos 80% dos bilhetes. Qual é a percentagem actual? Há possibilidade de chegarmos aos 100% de bilhetes vendidos?
Até ontem [dia 5], já foram vendidos 90% dos bilhetes da Curva do Lisboa para o último dia de prova. Para os outros sítios, está entre os 80% a 90%. Para a primeira semana, ainda há bilhetes. A comissão organizadora tem muita confiança em relação à organização do evento. Mesmo assim, com muitos espectadores, vamos manter uma boa ordem pública.
Nos anos anteriores, o público era composto maioritariamente por espectadores locais. Este ano a tendência vai inverter-se, vai haver mais visitantes do que locais?
De acordo com as informações que temos, este ano mais de metade dos espectadores vão ser turistas.
De que forma é que Macau se ressentiu, ao longo dos últimos três anos, com a falta de pilotos estrangeiros, espectadores de fora e algumas provas, por exemplo?
Nos últimos três anos, de facto, enfrentámos muitos desafios. Para além da organização do evento, precisámos de ter uma boa coordenação com os Serviços de Saúde em relação ao controlo da pandemia. Mesmo assim, vários pilotos estrangeiros também participaram no evento, mesmo sendo um número diminuto. No último ano houve mais pilotos estrangeiros a participar. Claro que nós agradecemos o seu apoio. Posso dizer que, nos últimos anos, para organizar uma edição do evento precisámos dos esforços de dois ou três anos.
Que apoios é que têm sido dados – e que podem ser dados no futuro – para incentivar os jovens pilotos de Macau?
A partir deste ano, temos um novo plano de apoio financeiro aos pilotos. Este plano é dividido em duas partes: o primeiro é o apoio financeiro aos pilotos locais, em que os pilotos têm de conseguir participar no Grande Prémio, sem limite de idade; o outro é para pilotos com menos de 35 anos e o apoio financeiro é para a participação nas competições a realizar no exterior ou para se prepararem para participar no Grande Prémio no futuro.
Qual o orçamento para esses dois planos?
O orçamento depende das candidaturas. Após avaliação, se estas candidaturas forem elegíveis, então nós vamos atribuir o apoio financeiro. Não temos um orçamento estabelecido porque nós não podemos ter uma ideia básica sobre quantos pilotos vão candidatar-se para obter este apoio financeiro.
O Governo tem apostado na estratégia de “1+4” e de “turismo +”. Qual o papel do Grande Prémio nestas estratégias de diversificação da economia?
Como sabemos, o Grande Prémio é um grande evento desportivo e muito importante para Macau porque pode impulsionar o desenvolvimento da economia e de várias indústrias relevantes. Este ano, as seis concessionárias de jogo também participaram na organização deste evento. Estas concessionárias podem publicitar-se junto da população. Para outros sectores, como hotelaria, restauração, obras públicas, nós, de certa maneira, também promovemos o desenvolvimento destes sectores. O Grande Prémio tem um benefício muito óbvio para o desenvolvimento da economia.