A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) fez o retrato da situação das agências de viagens em 2022, ano em que ainda vigoravam fortes restrições fronteiriças ligadas à pandemia. Os números revelam que no ano passado havia menos oito agências em comparação com 2021. Havia também menos 588 funcionários. As receitas foram menores, mas também as despesas baixaram numa proporção quase idêntica.
Em 2022, ano em que ainda vigoravam no território fortes restrições de viagem impostas pelo Governo no âmbito da pandemia, o sector das agências perdeu funcionários e receitas, equilibrando também com uma descida nas despesas.
Assim, segundo dados revelados na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), em 2022 existiam 176 agências de viagens em actividade, isto é, menos oito face a 2021. O número de funcionários totalizou 2.204 pessoas, menos 588, em termos anuais. As receitas foram de 1,6 mil milhões de patacas e as despesas de 1,69 mil milhões de patacas, tendo baixado 19,8% e 20,3%, respectivamente, em termos anuais.
No ano em análise, as receitas das agências de viagens provenientes dos serviços de reservas de quartos (552 milhões de patacas) e dos bilhetes de transporte de passageiros (233 milhões de patacas) caíram 17,1% e 40,1%, respectivamente, face a 2021. Por seu turno, as receitas oriundas do aluguer de automóveis de turismo com motorista (439 milhões de patacas) desceram 11,3%, em termos anuais, porém, as das excursões (193 milhões de patacas) subiram 2,5%.
Quanto às despesas das agências de viagens, as efectuadas em compras de bens/serviços e comissões cifraram-se em mil milhões de patacas, menos 20,8%, face a 2021. Destaca-se que as despesas em serviços de reservas de quartos (546 milhões de patacas) e em bilhetes de transporte de passageiros (217 milhões de patacas) diminuíram 13,6% e 44,7%, respectivamente, em termos anuais, contudo, as despesas em excursões (176 milhões de patacas) aumentaram 18,2%. As despesas com pessoal (382 milhões de patacas) e as despesas de exploração (308 milhões de patacas) desceram 9,8% e 29,3%, respectivamente, em termos anuais.
Em 2022, o sector registou um défice de 90,77 milhões de patacas, reflectindo uma melhoria face ao de 2021, quando se registou um défice de 127 milhões de patacas. O valor acrescentado bruto, que reflecte o contributo económico do sector, foi de 292 milhões de patacas, menos 1,7%, em termos anuais. Além disso, a formação bruta de capital fixo do sector cifrou-se em 5,16 milhões de patacas, tendo decrescido 88,9%, em termos anuais.
Analisando as agências de viagens por dimensão, havia 124 agências de viagens que tinham ao serviço menos de dez pessoas, 41 agências de viagens que tinham ao serviço entre dez e 29 pessoas e cinco agências que tinham ao serviço entre 30 e 49 pessoas. Observou-se que as receitas das agências destas dimensões eram oriundas principalmente dos serviços de reservas de quartos, representando 41,7%, 55,1% e 46,3% das respectivas receitas. Por seu turno, existiam seis agências de viagens que tinham ao serviço 50 ou mais pessoas, verificando-se que as receitas provenientes do aluguer de automóveis de turismo com motorista representaram 63,9% das receitas das agências desta dimensão.