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      Início Internacional Guterres diz que invasão da Ucrânia "criou mundo de insegurança para todos"

      Guterres diz que invasão da Ucrânia “criou mundo de insegurança para todos”

      O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou ontem que a invasão da Ucrânia pela Rússia é “prova” de uma violação da Carta das Nações Unidas e que criou “um mundo de insegurança para todos”. No seu discurso de abertura do debate geral da 78.ª sessão da Assembleia Geral da ONU (UNGA 78, na sigla em inglês), Guterres voltou a dar destaque à guerra lançada pela Rússia na Ucrânia no momento em que sublinhava a importância do compromisso de paz patente na Carta das Nações Unidas. “Em vez de se acabar com o flagelo da guerra, estamos a assistir a uma onda de conflitos, golpes de Estado e caos. Se todos os países cumprissem as suas obrigações nos termos da Carta, o direito à paz estaria garantido”, começou por dizer. “Quando os países quebram esses compromissos, criam um mundo de insegurança para todos. Prova A: A invasão da Ucrânia pela Rússia. A guerra, em violação da Carta das Nações Unidas e do direito internacional, desencadeou um nexo de horror: vidas destruídas; direitos humanos violados; famílias dilaceradas; crianças traumatizadas; esperanças e sonhos destruídos”, afirmou o líder da ONU.

      Naquela que é a segunda AG da ONU desde o início da invasão russa em 2022, Guterres dedicou parte do seu discurso a esse conflito, advogando que o mesmo vai além das fronteiras ucranianas e “tem sérias implicações para todos nós”. “As ameaças nucleares colocam-nos a todos em risco. Ignorar tratados e convenções globais torna-nos a todos menos seguros. E o envenenamento da diplomacia global obstrui o progresso em todos os sentidos. Não devemos ceder no trabalho pela paz – uma paz justa, em conformidade com a Carta das Nações Unidas e o direito internacional”, acrescentou. O ex-primeiro-ministro português defendeu ainda a procura de todos os caminhos possíveis para aliviar o sofrimento dos civis na Ucrânia e noutros lugares, dando como exemplo o Acordo dos Cereais do Mar Negro, que serviu para exportar cereais ucranianos e fertilizantes russos ao longo de vários meses de guerra, mas que se encontra suspenso por decisão de Moscovo. “O mundo precisa urgentemente de alimentos ucranianos e de alimentos e fertilizantes russos para estabilizar os mercados e garantir a segurança alimentar. Não vou desistir dos meus esforços para que isso aconteça”, assegurou, recebendo fortes aplausos. Contudo, e tal como já havia feito no ano passado, o secretário-geral da ONU chamou a atenção dos chefes de Estado e de Governo presentes para outros conflitos e crises humanitárias que se estão a multiplicar em todo o mundo, sustentando que “velhas tensões estão a agravar-se, enquanto surgem novos riscos”. Entre os conflitos enumerados por Guterres estão uma série de golpes de Estado que desestabilizam ainda mais o Sahel, à medida que o terrorismo ganha terreno nessa região; a guerra civil em grande escala no Sudão; o deslocamento e violência de género na República Democrática do Congo; a violência de gangues no Haiti; ou a grande proporção (70%) da população afegã que necessita de assistência humanitária, além dos direitos das mulheres e das raparigas sistematicamente negados.

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      Redacção do Ponto Final Macau