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      Início Política Edmund Ho defende unificação monetária no Sul da China

      Edmund Ho defende unificação monetária no Sul da China

      Edmund Ho, primeiro Chefe do Executivo da RAEM, discursou na cerimónia de abertura da Conferência Industrial e Comercial para o Desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, e afirmou que deveria haver uma unificação monetária entre Macau, Hong Kong e Guangdong. Na mesma ocasião, a vice-ministra do Comércio chinesa disse que a China gostaria de ver Macau a aceder à Parceria Económica Regional Abrangente (RCEP, na sigla em inglês).

       

      O antigo Chefe do Executivo de Macau, Edmund Ho, defendeu ontem a necessidade de uma unificação monetária entre Macau e Hong Kong e a província de Guangdong. “Aqui na região temos três moedas que precisamos de unificar”, disse Ho, num discurso proferido na cerimónia de abertura da Conferência Industrial e Comercial para o Desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

      A unificação monetária é um objectivo “fortemente apoiado pelos governos da região”, acrescentou Ho. Não foi claro se o actual vice-presidente da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês se estava a referir a uma indexação entre as três moedas ou à criação de uma moeda única.

      A moeda oficial na província de Guangdong, tal como no resto da China continental, é o renminbi, enquanto Macau e Hong Kong têm outras moedas – a pataca e o dólar de Hong Kong, respectivamente – ambas indexadas ao dólar norte-americano.

      Em Maio, o economista chinês Andy Xie Guozhong defendeu que Hong Kong deveria abandonar a indexação ao dólar norte-americano e ligar a moeda local ao renminbi. Num artigo de opinião publicado no jornal de Hong Kong South China Morning Post, Xie disse que “à medida que a procura mundial pelo renminbi aumenta, mudar para essa moeda iria impulsionar o sucesso financeiro” da região.

      Recorde-se que a indexação ao dólar norte-americano obrigou Hong Kong e Macau a subir as taxas de juro por 10 vezes desde Março de 2022, seguindo as decisões da Reserva Federal norte-americana. Por outro lado, o pessimismo criado pela desaceleração da economia da China continental levou a que o dólar de Hong Kong caísse 0,6% em Agosto face ao dólar norte-americano, a maior diminuição mensal desde 1985.

       

      VICE-MINISTRA DO COMÉRCIO QUER MACAU A ADERIR AO MAIOR ACORDO DE COMÉRCIO LIVRE DO MUNDO

       

      A vice-ministra do Comércio chinesa disse ontem, na mesma ocasião, que a China gostaria de ver Macau a aceder à Parceria Económica Regional Abrangente (RCEP, na sigla em inglês), o maior acordo de livre comércio do mundo. “Iremos fazer os preparativos para que Macau possa entrar na RCEP o mais cedo possível”, disse Guo Tingting.

      A RCEP foi assinada em Novembro de 2020 por 15 países da Ásia e da Oceânia, incluindo a China, o Japão, a Coreia do Sul, a Austrália e a Nova Zelândia, e entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2022. Hong Kong solicitou oficialmente em Março de 2022 a adesão ao RCEP, algo que é possível para novos membros a partir de 1 de Julho de 2023.

      A RCEP vai eliminar cerca de 90% das tarifas de importação dentro de duas décadas e estabelecer regras comuns em matéria de investimento, comércio electrónico e propriedade intelectual.

      O PIB dos países signatários é equivalente a 30% da economia mundial, enquanto que o acordo representa cerca de 28% do comércio mundial e um mercado de cerca de 2,2 mil milhões de pessoas, cerca de um terço da população mundial.

      O tratado é visto como uma plataforma para apoiar a ascensão da China como potência económica na região Ásia-Pacífico, em detrimento dos Estados Unidos. Negociações para um acordo semelhante entre os Estados Unidos e os países da Ásia-Pacífico – a Parceria Trans-Pacífico (TPP) – foram abandonadas pela Administração norte-americana em 2017.

       

      CHEFE DO EXECUTIVO APONTA “GRANDE POTENCIAL DE MERCADO” NA GRANDE BAÍA

       

      Ho Iat Seng, Chefe do Executivo de Macau, também discursou na cerimónia de abertura da primeira Conferência sobre o Desenvolvimento Industrial e Comercial na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. O governante referiu que a Grande Baía é “um excelente local para negócios e para viver, com grande potencial de mercado”. “Esperamos sinceramente que todos os convidados aqui presentes aproveitem para investir, estabelecer negócios, viver e trabalhar nesta terra. Assim, em conjunto, transformamos a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau num importante ponto de conexão com a nova conjuntura do desenvolvimento nacional ‘dupla circulação'”, acrescentou Ho.

      O Chefe do Executivo reiterou também que a construção da Grande Baía é “uma importante iniciativa nacional, planeada, organizada e impulsionada pelo Presidente Xi Jinping e que é de grande significado para a implementação da estratégia nacional de desenvolvimento orientado para a inovação e para o alargamento da abertura ao exterior”.

      Macau tem, segundo Ho Iat Seng, as vantagens de ser “porto franco, com uma carga fiscal reduzida, uma extensa rede económica e comercial, a par de um ambiente social harmonioso, pelo que tem desempenhado proactivamente o papel de plataforma de introdução interna e conexão externa”.