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      Chef Diogo Rocha no Festival de Gastronomia e Vinhos de Portugal do Clube Militar  

      O português, líder da cozinha do restaurante Mesa do Lemos, entre Viseu e Tondela, é estrela Michelin desde 2020. Este é o primeiro festival depois de uma interrupção de mais de três anos, devido às restrições pandémicas associadas à Covid-19. Em declarações ao PONTO FINAL, Manuel Geraldes, membro da direcção do Clube Militar de Macau, confessou a sua alegria pelo regresso do evento.

       

      Está já confirmada a 26.ª edição do Festival de Gastronomia e Vinhos de Portugal do Clube Militar. No âmbito do programa de celebração do seu 153.º aniversário, a entidade vai levar a efeito o já tradicional festival, que esteve suspenso devido à pandemia de Covid-19, e de 8 a 19 de Junho traz a Macau o chef Diogo Rocha, que lidera a cozinha do restaurante Mesa do Lemos, situado entre Viseu e Tondela, em Portugal, e é estrela Michelin desde 2019.

      Em declarações ao PONTO FINAL, Manuel Geraldes, membro da direcção do Clube Militar de Macau, confessou a sua alegria pelo regresso do evento. “Estou muito entusiasmado com este festival. Tenho a perfeita noção do carácter vigorante e dinâmico que este evento tem. Certamente, e para além de estar em falta no Clube Militar, vai dar muita energia aos funcionários, aos clientes, aos sócios. Vai ser, em meu entender, uma fonte de inspiração muito importante. Vai colocar em realce o papel do Clube Militar como restaurante de gastronomia portuguesa de eleição em Macau”.

      E como surgiu a escolha de Diogo Rocha? “Tenho conselheiros, uma espécie de equipa de alguns chefs que passaram por aqui, que me vão recomendando nomes para convidar. Obviamente, estamos cá, acompanhamos, mas não sabemos tudo o que se passa em Portugal. O Diogo Rocha é um homem de altíssimo relevo, apesar de ser muito jovem. Tem uma aprendizagem e um saber que ultrapassa o tradicional cozinheiro ou chef de cozinha. Digo mesmo que ele é um estudioso da gastronomia. Fiquei, de facto, impressionado com o currículo e a abrangência do conhecimento dele no que diz respeito às ciências gastronómicas”, notou Manuel Geraldes.

      Há mais de 20 anos a deliciar as bocas locais, o Festival de Gastronomia e Vinhos de Portugal do Clube Militar é já uma instituição da gastronomia local. Manuel Geraldes admitiu que o balanço destes anos “corresponde exactamente ao projecto inicial que era ter um restaurante com boa gastronomia portuguesa, variada, e com diversas vertentes, quer do ponto de vista regional, quer do ponto de vista de maneiras de cozinhar. Foi isso que pensei quando assumi a responsabilidade na restauração”.

      E que nomes podem surgir nas próximas edições? “Não temos essa preocupação. Queremos trazer novos chefs, com novas ideias, mas também queremos consolidar e trazer chefs que já nos conhecem, que conhecem o projecto do Clube Militar, e assim poderão ter uma passagem por aqui mais consistente, em termos de influência, por exemplo”, referiu ainda, sublinhando que o Clube Militar “sente-se muito honrado de organizar o festival, fazendo-o coincidir com a celebração do ‘Dia de Portugal’ na RAEM”.

      Diogo Rocha estudou no curso de Cozinha e Pastelaria na Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, licenciando-se em Produção Alimentar e Restauração na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril e tornando-se mestre em Gestão e Sustentabilidade no Turismo, tendo-se centrado em produtos da Serra da Estrela. Natural da Urgeiriça, Canas de Senhorim, nasceu em 1983 e passou por projectos como Encontrus, restaurante Terreiro do Paço, Villa Joya e Valle Flor e Hotel da Urgeiriça. Desde 2009 faz parte do corpo docente da Escola Superior de Turismo de Seia. Desde 2014, altura em que abre o Mesa de Lemos que não pára de receber prémios. Em 2015, recebe o Prémio Revelação do Ano na categoria “Boa Mesa”, atribuído pelo guia Boa Cama Boa Mesa do jornal Expresso. Conquistou desde 2016 a 2023 o Garfo de Ouro. A Revista de Vinhos considerou, em 2017, o Mesa de Lemos “Restaurante do Ano” em Portugal. A partir de 2017, é nomeado embaixador oficial da cidade de Viseu, participando na promoção e apoio na área da gastronomia da cidade, e em 2020 o município de Viseu atribui-lhe a Medalha de Mérito Municipal. Em 2019, conquista a primeira estrela Michelin, que tem vindo a renovar todos os anos até à data. Em 2022, é distinguido com a primeira estrela Verde. Em Fevereiro de 2020 foi distinguido pela Revista de Vinhos/Essência do Vinho como o “Chef de Cozinha do Ano de 2019”, e ainda em 2020 nos PRÉMIOS ANIM’ARTE 2019 é reconhecido como “Personalidade do Ano”. Em Março de 2022, recebe o prestigiado Prémio Gastronomia “David Lopes Ramos” na edição anual de prémios da revista Grandes Escolhas, que todos os anos elege os melhores na área dos vinhos e da gastronomia. Publicou três livros: “Hoje Diogo Rocha” (em 2016), “Queijaria do Chef” (2019) e “Hoje é Bacalhau à Chef Diogo Rocha” (2021).

      O Festival de Gastronomia e Vinhos de Portugal começou em 2000 e com interrupção em 2007 e 2009, realizando-se todos os anos, tendo até, em diversos anos, realizado-se duas vezes por ano. O último, em 2019, teve a presença dos chefs Vítor Matos (pela segunda vez), do Vidago Palace, em Junho, e de António Loureiro, do Cozinha, em Guimarães, que ostenta uma estrela Michelin desde 2017. Nomes como Vítor Sobral (três vezes), Joaquim Figueiredo (cinco vezes), Marco Gomes (duas vezes), Manuel Gonçalves, Fausto Airoldi, Justa Nobre (duas vezes), Henrique Sá Pessoa, José Júlio Vintém (duas vezes), Luís Baena, Miguel Castro Silva (duas vezes), os irmãos Geadas e Noélia Jerónimo deram o seu cunho ao longo das 25 edições do evento.