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      TDM desenha Macau a compasso com série sobre projectos de arquitectura locais

      Da autoria de Ana Isabel Dias, a série – que está a ser transmitida até final do mês – debruça-se sobre trabalhos desde última metade do século XX à actualidade. Cada episódio apresenta in loco as obras selecionadas pelo arquitecto convidado, desvendando o processo que conduziu ao projecto final. Ao PONTO FINAL, a jornalista portuguesa confessou que Inicialmente estavam previstos 12 episódios, mas por vicissitudes e imprevistos, ficámos pelos nove sendo que o nono é dedicado a Manuel Vicente, ‘o arquitecto de Macau’”.

      Gonçalo Lobo Pinheiro

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      Uma série televisiva da autoria da jornalista Ana Isabel Dias está a ser transmitida desde o início de Abril até ao final deste mês. “Macau Compasso” é um trabalho que se debruça sobre projectos de arquitectura com assinatura de arquitectos locais, desde última metade do século XX à actualidade.

      Cada episódio tem um arquitecto ou uma dupla de arquitectos convidados e estes escolhem duas obras de sua autoria que tenham, entretanto, sido executadas. A conversa começa a partir dos esquiços iniciais que conduziram às peças existentes e o conteúdo desenrola-se em torno das obras selecionadas.

      Fala-se de objectivos e características do projecto, da ideia à concepção do projecto, dos desafios, das condicionantes, das limitações, dos obstáculos, das dificuldades, bem como das mudanças verificadas desde o esquiço inicial. Cada arquitecto fará uma análise sobre a obra concluída e o contributo desta no tecido urbanístico da cidade e zona em que está inserido. Os episódios abordam ainda singularidades da dinâmica arquitectónica de Macau, o desenrolar da malha urbana ao longo dos tempos, mas também as memórias, as vivências, as expectativas sobre a cidade e o seu espaço. No início de cada episódio é feita uma apresentação de cada arquitecto.

      Desde Irene Ó e Bruno Soares até Manuel Vicente, passando por Adalberto Tenreiro, Carlos Marreiros ou Mário Duque, entre outros, os episódios foram gravados durante a pandemia de Covid-19, numa altura em que o território vivia sérias restrições à circulação de pessoas. Cada episódio apresenta in loco as obras selecionadas pelo arquitecto convidado, desvendando o processo que conduziu ao projecto final.

      A série “foi pensada em tempos de pandemia e as filmagens foram feitas nessa altura. Deveria seguir-se o programa após a conclusão das filmagens, mas por circunstâncias profissionais não foi possível e só nos últimos meses pude dedicar-me inteiramente à edição dos mesmos, sendo um trabalho minucioso e por isso muito moroso”, explicou Ana Isabel Dias ao PONTO FINAL.

      Todo o projecto televisivo contemplou uma entrevista gravada no atelier ou local de trabalho de cada arquitecto, com base numa lista de questões comuns a todos. Essa conversa serviu de principal suporte a cada episódio que inclui também uma visita guiada por cada arquitecto às duas obras de sua autoria selecionadas para a série. As filmagens foram, portanto, de interior e exterior.

      A jornalista afirmou que a ideia inicial “foi dar a conhecer a cidade através do olhar dos arquitectos. “E quem melhor para falar de urbanismo? Tendo essa base de partida, as memórias e historias de Macau desenrolam-se, numa perspectiva até agora não abordada na nossa televisão”, acrescentou.

      Ana Isabel Dias lamentou que inicialmente estavam previstos 12 episódios, mas por vicissitudes e imprevistos ficámos pelos nove sendo que o nono é dedicado a Manuel Vicenteo arquitecto de Macau’, visto e contado pela família e também por (outros) arquitectos. “Tenho pena de não poder fazer mais projectos desde género”, confessou a jornalista, que não deixou de considerar que Macau “tem muito interesse arquitectónico sobre vários pontos de vista”. “Desde logo urbanístico, pela exiguidade dos espaços, pela linha marítima contornando a cidade, pelas colinas. A coexistência entre os diferentes tipos e géneros de arquitectura, bem como o que resta dos primórdios da fundação da cidade.”

      Para a jornalista, a arquitectura “é história” e, também por isso, “transparecem muitas narrativas distintas, cada uma do seu tempo e eu gosto da dinâmica do tempo e do que cada projecto revela sobre esse tempo e o que revela dos seus autores arquitectos, que são também eles fruto de um tempo”.

      “Macau tem um imenso potencial e fixar esses momentos em imagem faz parte de um processo de certa forma idêntico ao da concepção de um projecto de arquitectura. É tempo e espaço”, concluiu a autora de “Macau Compasso”.

      Desde o passado dia 2 de Abril até ao próximo dia 28 de Maio os arquitectos participantes são Irene Ó e Bruno Soares(falam sobre o Centro Cultural e o Banco Nacional Ultramarino); João Ó e Rita Machado (reflectem sobre o Passeio de Bambu e o Museu do Grande Prémio de Macau); Adalberto Tenreiro (discorre sobre a passagem pedonal da Rua do Campo e as Piscinas do Carmo); Dominc Choi (tece considerações sobre a Colina da Penha e uma creche); Carlos Marreiros (conversa sobre a Praça do Tap Seac e a Escola Portuguesa de Macau); Mário Duque (deixa apontamentos sobre o Edifício dos Tribunais e o Jardim de Infância Dom José da Costa Nunes); Christine Choi e Jimmy Wardhana (sublinham a importância do One Guia Hill e do Ifu Hotel); Rui Leão e Carlotta Bruni (decidiram pontuar o bairro do Fai Chi Kei e a Praça Nam Van); Filomena e Lourenço Vicente; João Palla, estes três últimos a falarem sobre Manuel Vicente e os seus projectos para o Quartel dos Mouros e o plano dos lagos Nam Van.

      A série esteve disponível para ser vista online, depois de cada episódio ter sido transmitido na televisão, mas a TDM decidiu entretanto remover os conteúdos do seu site e do Youtube, plataforma onde os episódios estavam alojados.

      Ponto Finalhttps://pontofinal-macau.com
      Redacção do Ponto Final Macau