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      Maior manifestação pós-estabelecimento da RAEM celebra hoje nove anos

      Foi a 25 de Maio de 2014 que 15 a 20 mil pessoas se reuniram nas ruas do território em protesto contra o regime de subsídios destinado aos principais titulares de cargos públicos após abandonarem o cargo. Nomes como Jason Chao, Sulu Sou, Kam Sut Leng, Lei Kuok Cheong, Ng Kuok Cheong, Au Kam San, Paul Chan Wai Chi e José Pereira Coutinho deram a cara pela multidão que, dois dias depois, voltou a sair à rua em menor número, mas em igual contestação.

      Foi a 25 de Maio de 2014 que, em Macau, milhares de pessoas saíram à rua contra a proposta de lei de garantias dadas aos titulares dos principais cargos políticos, um protesto cujos organizadores dizem ter sido o maior desde a transferência da administração em 1999.

      Estima-se que entre 15 a 20 mi pessoas tenham usado naquele dia o direito de reunião e de manifestação em lugares públicos que a lei contempla, embora a polícia tenha referido, na altura, que foram sete mil. A maioria era composta por jovens que empunham cartazes bilíngues, em chinês e alguns em português.

      Na altura, o Facebook foi considerado como uma ferramenta “de enorme influência no movimento”, tendo os telemóveis sido o principal instrumento, disponibilizando “um canal barato e conveniente para a comunicação. A sua importância foi tão ou mais comprovada, defenderam analistas da ERS e-Research Lab, empresa que se dedica a sondagens e estudos de opinião pública na Grande China, pelas fortes críticas registadas após um breve corte dos sinais de telemóvel no momento em que os manifestantes se reuniram pacificamente em torno da Assembleia Legislativa (AL).

      No total foram avaliados 12 eventos criados na rede social entre 20 de Abril e 31 de Maio, envolvendo 36 grupos do Facebook e 181.106 pessoas, considerou ainda a ERS e-Research Lab no seu trabalho de análise.

      Jason Chao, Sulu Sou, Kam Sut Leng, Lei Kuok Cheong, Ng Kuok Cheong, Au Kam San, Chan Wai Chi e José Pereira Coutinho deram a cara pela multidão que, no dia seguinte, voltou a sair à rua em menor número, mas em igual contestação. A 26 de Maio, novamente, cerca de 7.500 manifestantes, estimativa da organização, e 4.900, de acordo com a polícia, concentraram-se diante da Assembleia Legislativa para acompanhar a discussão no plenário do projeto de lei do governo. Na altura, um drone voou sobre a multidão, provavelmente para vigiá-los conforme relatou a imprensa do território. Ecos da imprensa por aqueles dias falavam em “Primavera sino-macaense”.

      O movimento, que teve alguma repercussão em Portugal, na Austrália e em Taiwan por parte de estudantes de Macau, obteve efeito imediato. O Governo, liderado por Fernando Chui Sai On, pediu à AL a retirada de votação do projecto que foi aprovado pelos deputados, no terceiro dia, a 27 de Maio. As autoridades justificaram o passo atrás com a fundamentaçãode se fazer uma melhor consulta pública.

      Antes, apenas a tradicional marcha do Dia do Trabalhador, realizada em 2007, havia sido considerada a maior, com os organizadores a estimarem 10 a 12 mil participantes, mas com as autoridades policiais a admitirem apenas 2.400 pessoas.