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      Início Sociedade Associações comunitárias denunciam aglomerações de turistas nos bairros residenciais

      Associações comunitárias denunciam aglomerações de turistas nos bairros residenciais

      Foram retomadas há três meses as excursões do interior da China para Macau depois da respectiva suspensão desde o início da pandemia. Os turistas em grupo não só se encontram nas zonas turísticas da cidade, como também nos bairros habitacionais, o que provoca queixas das associações de serviços comunitários e dos moradores devido à obstrução nas ruas e restaurantes, bem como o estacionamento ilegal dos autocarros turísticos e trânsito.

       

      Os residentes dos bairros do Fai Chi Kei e da Ilha Verde manifestaram o seu descontentamento perante as aglomerações de turistas e autocarros turísticos ao redor da sua moradia. Em vez da recuperação económica e do turismo, os cidadãos dizem estar a sofrer um “bloqueio” nas vias pedonais, nomeadamente na hora das refeições, quando os turistas de excursões ficam à espera à porta dos restaurantes da zona.

      “Verificou-se de facto um grande número de turistas e longas filas em frente a alguns restaurantes desta zona que recebiam excursões turísticas”, revelou a Associação de Beneficência e Assistência Mútua dos Moradores do Bairro Fai Chi Kei. O presidente da associação, Cheang Kam Hong, considera que os restaurantes devem manter adequadamente a ordem dos turistas, de forma a evitar impactos ao tráfego e outros estabelecimentos comerciais ao redor.

      Citado pelo jornal Exmoo, na zona de Fai Chi Kei encontraram-se recentemente filas formadas junto a alguns restaurantes, e alguns residentes relataram que são restaurantes que têm cooperação com as excursões para receber clientes em grupo.

      “As agências de viagens organizam para os turistas tomarem refeições em restaurantes de baixo custo e sem capacidade suficiente em termos de espaço. A qualidade da comida não é elevada e o tempo de espera é longo”, lamentou um morador do Fai Chi Kei.

      A falta de condições para as actividades turísticas, um grande número de autocarros turísticos a entrar e sair do bairro que causa congestionamento de tráfego e estacionamento ilegal, são alguns dos problemas que os moradores relatam na sua vida diária no bairro devido aos turistas.

      Cheang Kam Hong afirmou que a associação vai ter uma reunião com os responsáveis dos restaurantes para uma melhor organização das actividades turísticas, a fim de minimizar os impactos aos residentes, bem como nos negócios dos restaurantes próximos.

      Recorde-se que o Governo Central aprovou a retoma de excursões turísticas de residentes do interior da China a Macau em Fevereiro deste ano e o território voltou a receber grupos de turistas desde 6 de Fevereiro. Segundo os dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, houve 93 mil visitantes que chegaram em excursões a Macau em Março, sendo que o número de turistas que chegaram em excursões à RAEM no primeiro trimestre deste ano foi de 110 mil pessoas.

      Os actuais feriados do Dia do Trabalhador são também um período de pico de entradas de visitantes. De acordo com a Direcção dos Serviços de Turismo, estima-se que 117 excursões tenham visitado Macau entre a passada sexta-feira e ontem.

      O aumento do número de visitantes em grupo também se viu na Ilha Verde, onde os moradores denunciaram que multidões de turistas juntam-se na hora de almoço e final de tarde à porta de um restaurante tradicional de cozinha cantonesa. Citados pela All About Macau, os cidadãos lamentaram que as vias pedonais à volta dos edifícios habitacionais estejam obstruídas pelos turistas, sendo obrigados a caminhar nas vias rodoviárias para chegar a casa.

      A vice-presidente da Associação de Beneficência e Assistência Mútua dos Moradores do Bairro da Ilha Verde, Chan Fong, pediu para se ter em atenção este tipo de situações relacionadas com o turismo. “Os restaurantes não coordenam bem com as agências de viagem, o número de turistas é muito superior ao dos lugares disponíveis, pois ficam à espera nas ruas”, disse.

      Chan Fong apontou que as excursões só passam pelos bairros comunitários para tomar refeições, “não promovem o consumo na zona, mas causam congestionamento, e os moradores queixam-se muito”, frisando que a situação prejudica a imagem turística de Macau e a vida dos residentes.