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      Início Grande China Desenvolvimento sustentável pode aproximar Brasil e China, diz investigadora

      Desenvolvimento sustentável pode aproximar Brasil e China, diz investigadora

      Questões de desenvolvimento sustentável podem aproximar Brasil e China, à medida que preocupações ambientais e sociais assumem maior preponderância na agenda política brasileira, disse uma investigadora da universidade chinesa de Fudan.

       

      “A China pode ser uma parceira no processo de reindustrialização do Brasil num modelo mais inclusivo, sustentável e verde”, afirmou Karin Vázquez, investigadora sobre questões de desenvolvimento sustentável na Universidade de Fudan, em Xangai, e no Centro para a China e a Globalização, um grupo de reflexão (‘Think Tank’), com sede em Pequim.

      Vázquez sublinhou a capacidade da China nos sectores das energias renováveis ou infraestruturas. “A China lidera numa série de tecnologias que o Brasil precisa para se reindustrializar”, afirmou.

      Num artigo publicado no China Daily, jornal oficial em língua inglesa, o ministro dos Negócios Estrangeiros brasileiro, Mário Vieira, afirmou que um diálogo “mais próximo” entre os dois países “pode ajudar a moldar a ordem mundial do século XXI e enfrentar desafios globais, como a crise ambiental”.

      Vieira revelou que Brasil e China estão a estudar o estabelecimento de um mecanismo bilateral dedicado a “debater políticas e questões ambientais”. “Um diálogo sino-brasileiro mais próximo sobre temas-chave como protecção da biodiversidade, iniciativas florestais, emissões e controlo da poluição vai beneficiar as nossas sociedades e o mundo em geral”, apontou.

      A estatal chinesa State Grid, líder mundial na transmissão de energia em longa distância, opera já as duas linhas de alta tensão que conectam a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, à região Sudeste do Brasil.

      O país asiático, o maior emissor de gases poluentes do mundo, tem também planos ambiciosos para o setor das energias renováveis. A capacidade instalada conjunta entre energia eólica e solar da China deve ascender 920 gigawatts, este ano, segundo dados oficiais. É o valor mais alto do mundo.

      Nos últimos quinze anos, a China construiu também quase 40.000 quilómetros de rede de alta velocidade ferroviária – mais do que todos os outros países do mundo juntos.

      Karin Vázquez sublinhou o impacto que a transferência de tecnologia chinesa ou o investimento em infraestruturas pela China pode ter para a erradicação da pobreza no Brasil. Enfatizou a importância dos dois países na “liderança” do Sul Global – termo que se refere ao conjunto de países em desenvolvimento -, em questões como a “redução da pobreza, da fome, alterações climáticas, reformas na governação dos organismos internacionais ou dos fóruns globais como o G20”. “Eu começo a perceber uma mudança na perceção dos empresários brasileiros de a China não mais como uma vilã da indústria brasileira, mas como uma parceira”, afirmou.

      Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil, com o comércio bilateral a passar de nove mil milhões de dólares, em 2004, para 150 mil milhões, em 2022.

      O Brasil desempenha também um importante papel na segurança alimentar da China, compondo mais de 20% das importações agrícolas do país asiático.

      Durante os primeiros dois mandatos de Lula da Silva, entre 2003 e 2011, a relação comercial e política entre Brasil e China intensificou-se, marcada, em particular, pela constituição do bloco de economias emergentes BRICS, que inclui ainda Rússia, Índia e África do Sul.

      A relação entre Pequim e Brasília arrefeceu, no entanto, durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, que assumiu o poder com a promessa de reformular a política externa brasileira, com uma reaproximação aos Estados Unidos, e pondo em causa décadas de aliança com o mundo emergente. Lusa

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      Redacção do Ponto Final Macau