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      Pedonalização da Almeida Ribeiro afectou negativamente vida dos residentes da zona, diz Coutinho

      A iniciativa de pedonalização da Avenida de Almeida Ribeiro, a que as autoridades deram o nome de “Passeando pela Almeida Ribeiro”, afectou negativamente as empresas em ruas adjacentes, aponta José Pereira Coutinho. “Os operadores de lojas das ruas interiores não puderam beneficiar do projecto mencionado, uma vez que a vontade do público e dos turistas de gastar dinheiro nas lojas das ruas interiores foi afectada seriamente”, critica o deputado numa interpelação escrita enviada ao Governo.

      Pereira Coutinho diz que os negócios e residentes de ruas adjacentes à Almeida Ribeiro foram “severamente afectados” pela iniciativa de pedonalização da avenida. Segundo indica o deputado numa interpelação escrita enviada ao Governo, a iniciativa “Passeando pela Almeida Ribeiro” levou a “novos problemas”.

      O projecto piloto, que encerrou ao trânsito a avenida entre os dias 22 e 24 de Janeiro e depois entre os dias 4 e 5 de Fevereiro, atraiu cerca de 140 mil pessoas e foi considerado um sucesso por parte do Instituto Cultural (IC). No entanto, o IC já afirmou que a iniciativa não é para repetir.

      Na interpelação, Coutinho diz que “embora o projecto tenha dado a conhecer a actividade de empresas de ambos os lados da Avenida de Almeida Ribeiro e tenha dado ao público e aos turistas uma nova experiência de passear no coração da cidade histórica de Macau”, houve “falta de previsão na implementação global do projecto”, o que “levou a novos problemas na sua implementação, com as empresas nas ruas interiores adjacentes à Avenida de Almeida Ribeiro a serem severamente afectadas”.

      O presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) lembra que, durante a iniciativa, foram colocadas barreiras no local que liga a Avenida de Almeida Ribeiro às ruas interiores, exigindo-se que as pessoas que entrassem nas ruas interiores fizessem um desvio através do Largo do Senado. Assim, “os operadores de lojas das ruas interiores não puderam beneficiar do projecto mencionado, uma vez que a vontade do público e dos turistas de gastar dinheiro nas lojas das ruas interiores foi afectada seriamente”.

      Além disso, também o tráfego foi “seriamente afectado”. “A Avenida de Almeida Ribeiro é uma estrada importante que liga as zonas do Patane, Praia do Manduco e Praia Grande. O encerramento de um troço da estrada principal causará inconvenientes aos residentes locais e ao transporte de mercadorias”, aponta o deputado.

      Por isso, Coutinho diz que “o Governo não teve em conta antecipadamente o impacto do tráfego, resultando em graves perturbações para a vida quotidiana dos residentes locais durante a implementação da zona pedonal do projecto mencionado”.

      Aliás, o deputado diz mesmo que o gabinete da ATFPM recebeu pedidos de apoio de quase duas dezenas de lojistas das ruas interiores da Almeida Ribeiro, que dizem que não foram ouvidos por parte do Governo antes da implementação da iniciativa. “Alguns operadores de lojas nas ruas interiores pensaram que poderiam aproveitar o projecto mencionado para incentivar o seu negócio e prepararam mais mercadorias do que as necessárias para as suas operações diárias para fazer face ao aumento do tráfego de clientes. Como resultado, sofreram pesadas perdas em consequência do encerramento da estrada pelo departamento de fiscalização”, refere.

      “O súbito encerramento das ruas interiores na área da Avenida Almeida Ribeiro devido ao controlo de multidões apanhou de surpresa os donos das lojas dessas ruas. Se projectos semelhantes vierem a realizar-se no futuro, os departamentos relevantes deverão ter em consideração o que se passou e evitar a recorrência de problemas que afectariamseriamente os operadores das lojas e a mobilidade na vizinhança”, pede Coutinho.

      Assim, na interpelação, o deputado eleito por sufrágio directo pergunta ao Executivo se ouvirá as preocupações destes residentes e lojistas caso se repita a iniciativa. Pergunta também se o relatório sobre o plano global de revitalização da zona do Porto Interior e da Avenida de Almeida Ribeiro será divulgado publicamente. Por fim, interroga quais as conclusões das autoridades relativamente ao projecto “Passeando pela Almeida Ribeiro”.