Quatro forças políticas timorenses, duas das quais com assento parlamentar, anunciaram a formação de uma coligação pré-eleitoral, a Frente Ampla Democrática (FAM), que se vai apresentar às legislativas de 21 de Maio.
“A Frente Ampla Democrática (FAM) traduz a vontade de quatro forças políticas que querem trabalhar juntas para passar a barreira dos 4% e conseguir eleger deputados para o Parlamento Nacional”, disse à Lusa Gally Soares Araújo, secretário-geral da ASDT e da nova coligação. A FAM reúne dois partidos com assento parlamentar, a União Democrática Timorense (UDT) e a Frente Mudança (FM), além do Centro de Ação Social Democrática Timorense (CASDT) e do Partido Desenvolvimento Nacional (PDN), ambos sem assento parlamentar.
“As negociações prolongaram-se vários meses e centraram-se no objetivo de unir pequenas forças, permitindo agora oficializar esta coligação que vai ser agora apresentada à Comissão Nacional de Eleições (CNE) e posteriormente ao Tribunal de Recurso”, explicou Araújo.
Definindo-se como uma coligação “do centro”, que quer “unir forças espalhadas, com valores democráticos” e que possam ir da direita à esquerda, a FAM vai apostar numa agenda eleitoral marcada pelo desenvolvimento económico.
“Cada partido tem já o seu programa, mas o nosso grande foco será o desenvolvimento económico, especialmente a aposta na diversificação económica, nomeadamente comércio, indústria e turismo”, explicou. “Apostamos igualmente na educação porque consideramos que a chave deste país tem que passar pelos recursos humanos, essencial para tudo, inclusive para contribuir para este processo de adesão à ASEAN”, referiu.
A FAM é presidida por Ricardo Carlos Neu, actual presidente da FM, força política que nasceu como excisão da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin). “Cada partido tem as suas características e estamos agora a fazer o mapeamento conjunto para identificar forças reais na base. No caso da CASDT, por exemplo, consideramos que é uma força com mais apoio entre os jovens, novos eleitores, um partido da nova geração”, disse, referindo-se ao partido oficialmente registado em 2015. “Queremos reunir os votantes que nunca votaram”, explicou, referindo que o objetivo, “ainda que difícil”, é conseguir pelo menos cinco cadeiras no parlamento de 65 lugares. Um dos ‘padrinhos’ da coligação vai ser Rogério Lobato, um dos candidatos presidenciais em 2022, disse.
Recorde-se que termina no domingo o prazo definido no calendário eleitoral das eleições legislativas, aprovado pelo Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), para a “constituição de coligações partidárias e comunicação à CNE”.
Já anunciada no final de Janeiro foi a coligação Aliança Democrata (AD) que reúne três forças políticas: a Aliança Nacional Democrata (AND), cujo processo de registo ainda não está concluído, e ainda o Partido de Desenvolvimento Popular (PDP) e o Partido Liberta Povo Aileba(PLPA). Lusa